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Performance e Saúde Redação 5 de janeiro de 2011 (2) (96)

Como não perder a forma neste verão

 

Acrescentem-se também as festas, as comilanças, os vinhos, as cervejas, os churrascos e tudo que o corredor tenta evitar durante o ano. Nessa época não tem como escapar e além do mais o corredor não é de ferro; precisa celebrar com a família e os amigos o final de ano. Além disso, ainda tem os que entrarão de férias e irão viajar com a família.

Então, como fica o treinamento? Esse também precisa de pausa, mas não significa parar de vez, e sim optar por exercícios leves, variados e sem o compromisso de marcação de tempo. Por isso, nesse período é importante fazer as atividades sem o relógio, para não ficar brigando com ele. Isso é bom para o corpo e principalmente para a cabeça.

A seguir, algumas sugestões e recomendações para não perder a forma durante o verão.

 

NAS VIAGENS. Uma boa estratégia é o corredor sair cedo para treinar, enquanto os demais membros da família estão dormindo. Como estamos falando de corrida nas férias e você estiver, por exemplo, numa cidade que não conhece pense primeiramente quanto tempo pretende correr. Então saia para correr numa direção qualquer, por 15 a 30 minutos e volte pelo mesmo caminho. Não fique tentando saber quantos quilômetros correu; tem gente que depois sai com o carro para medir o percurso. Lembre-se: você está de férias! Se for para um hotel procure se hospedar num que tenha academia com esteira. É mais uma opção, para os que não gostam de correr na chuva.   

NA PRAIA. Dá para fazer cada dia um programa diferente. Um dia pode correr no calçadão, outro dia correr uma parte no calçadão e outra na areia fofa ou dura e outro dia apenas nadar. De qualquer forma, depois da corrida nada melhor que um mergulho no mar. Sempre seguindo a premissa de não ficar cobrando tempo de desempenho e por isso mesmo procure fazer tudo sem relógio.

 

NO CAMPO. Se você não tem oportunidade de treinar cross-country durante o ano e se hospedou num hotel fazenda ou está numa cidade do interior com montanhas por perto, aproveite essa oportunidade. É uma forma de manter a força, a resistência, a velocidade, a coordenação motora, correndo ao ar livre, por terreno acidentado com vários obstáculos naturais tais como subidas com inclinações diferentes, descidas, troncos de árvores que obrigue saltar sobre eles, pequenos riachos, grama e terra batida.

 

NA ACADEMIA, MAIS OPÇÕES. Sabe aquela aula que você sempre disse que um dia ia fazer e não fez porque estava envolvido com a sua rigorosa planilha de treinamento que só tinha espaço para treinar na esteira ou fazer musculação? Chegou a hora de experimentar. Hoje nas boas academias o que não faltam são atividades variadas tais como spinning, jump, step, ginástica localizada e hidroginástica que de alguma forma ajudam o corredor a manter a forma sem cobrança durante as férias. Vamos a elas.

 

SPINNING. Em termos musculares é bastante adequado ao corredor. O movimento circular no pedal, com aplicação de força nos 360 graus, envolve um sincronismo de praticamente todos os grupos musculares das pernas, embora os glúteos, os quadríceps (coxa), os gastrocnêmios (batata da perna) e os posteriores de coxa sejam os principais. Representam o mesmo grupo muscular do ato de correr, mas a solicitação motora é diferente, promovendo mais harmonia nos músculos de quem corre. Muitos problemas de joelho do corredor, tais como desvios da patela (antiga rótula) são ocasionados pelo diferencial de força entre eles. O ato de correr desenvolve mais o lateral e o de pedalar corrige, considerando-se as coxas do corredor e do ciclista, que são nitidamente diferentes. Mas, vá com calma! Primeiro porque você está de férias e só quer experimentar a aula. Por isso converse antes com o professor para você não se empolgar muito e passar do limites. A aula costuma ser muito vibrante.

 

JUMP. É uma atividade que nos transporta aos tempos de criança. Quem de nós não experimentou ficar pulando em cima daquelas velhas camas com colchão de molas? Era uma tentação! Pois bem, o jump nada mais é do que mini cama elástica ou mini trampolim com 1 m de diâmetro e 18 cm de altura onde se fica pulando em cima dela. São bastante resistentes e não há perigo de quedas exatamente por serem bem baixas. Claro, ficar apenas pulando seria bastante monótono, por isso as aulas seguem uma rotina de coreografias com intensidades variadas e progressivas de acordo com o condicionamento físico dos alunos. Antes de começar é preciso se adaptar à superfície instável e à técnica de estender e flexionar os joelhos contra a superfície. Não se trata de pular mais alto. É uma ótima atividade aeróbia que desenvolve também a coordenação motora e a espacial.

Dez regras para melhor aproveitar o jump: 1) Siga orientações dos profissionais. 2) Comece devagar, se ambientando com o equipamento; é normal achar que vai cair do trampolim, mas depois a intimidade vem normalmente. 3) Respeite a distância de segurança entre os trampolins, das paredes ou objetos, que é de mais ou menos 2 metros. 4) Não pise nas bordas e verifique se os pés dos equipamentos estão firmes ou se não tem mola solta. 5) Mantenha sua garrafinha de água ou hidratante por perto. 6) Respeite o seu limite sem tentar acompanhar outros alunos. 7) Embora o programa da aula inclua aquecimento, atividade fim e volta à calma, se achar necessário faça alongamentos antes e depois. 8) O equipamento é individual e não projetado para duplas. 9) Preocupe-se com a execução e postura correta, pisando sempre no centro da lona. 10) Tenha bom senso e divirta-se.

 

STEP. É um sobe e desce de uma plataforma baixa de mais ou menos 15 cm, marcada por uma coreografia no compasso da música. Também é uma atividade aeróbia que estimula a coordenação motora, promovendo boa resistência nas pernas.

Dez recomendações para melhor aproveitamento da aula: 1) Comece com os steps mais baixos, 10 ou 15 cm de altura e converse com o professor para saber se o tipo de aula a ser ministrada é adequado para você. 2) Procure pisar no centro da plataforma e mantenha uma postura alinhada. 3) Na descida use a ponta do pé para amortecer, fazendo o movimento de "mata-borrão", da ponta do pé para o calcanhar. 4) Evite movimentos bruscos, muito comuns quando a gente perde o passo; se errar a coreografia, não fique com vergonha e nem tente sair correndo atrás do passo "matando barata". Pare em frente ao step e acerte a coreografia no próximo passo. 5) Procure dominar bem os movimentos de giro porque eles são a parte perigosa da atividade e podem levar a uma contusão de joelho. Se não se sentir seguro não faça. 6) Não fique muito afastado do step, apenas o suficiente para dar um passo normal. 7) Mantenha a distância de dois passos para os steps à sua volta e paredes. 8) Embora as aulas sejam programadas com aquecimento, atividade fim e volta à calma, preocupe-se com os alongamentos depois da atividade. 9) Nada de exageros. Você está apenas se divertindo. Use o bom senso. 10) Curta esta aula que tem semelhança com a dança e contribui para deixá-lo mais solto para a corrida.

 

GINÁSTICA LOCALIZADA. É uma aula que segue toda a fundamentação teórica da musculação, com exercícios para todos os grupos musculares. A diferença é que são usados acessórios, como halteres e caneleiras mais leves, com mais repetições e sem intervalos entre os exercícios. É uma excelente oportunidade de o corredor trabalhar aqueles grupos musculares esquecidos, ao pensar apenas na corrida.

 

HIDROGINÁSTICA. Por causa das propriedades físicas da água, a hidroginástica só tem vantagens. Não sobrecarrega as articulações e ainda é relaxante. Ninguém sai todo dolorido da piscina como acontece com a própria corrida. É uma atividade aeróbia, mas também pode ser feito um trabalho anaeróbio, dependendo dos acessórios usados e a intensidade ou ritmo das aulas. A água oferece maior resistência aos músculos e ao aparelho respiratório por causa da pressão sobre o tórax. A freqüência cardíaca e tensão arterial são menores em pé na água se comparada às mesmas condições em terra.

A hidroginástica atua também no fator psíquico, por conta da sensação agradável que o meio proporciona, inclusive nos corredores que não sabem nadar porque a piscina é rasa. A resistência oferecida pela água chega a oito vezes mais que a do ar. Andar por uma hora na piscina pode consumir quase tantas calorias como uma corrida fraca nesse mesmo tempo.

EM CASA. Quem rotineiramente treina em casa, possuindo esteira e alguns acessórios de ginástica, pode continuar a treinar, mas sem a cobrança de tempos, além de reduzir as seções por semana. Três vezes seria o ideal. Tente também fazer atividades diferentes como, por exemplo, sair para caminhar forte, subir as escadas do prédio e fazer alguns exercícios simples em casa, como se fosse um circuito.

 

CONCLUSÃO. Todo corredor precisa descansar no final/começo do ano, curtir a família, participar dos festejos, comer as comidas gostosas, tomar a sua cervejinha, sair um pouco do sério porque a vida não se resume a corrida. Dá para fazer tudo isso sem perder tanto o condicionamento físico adquirido ao longo da temporada. Quando começar o novo plano de treinamento, terá que se privar de muita coisa por causa das competições. Pense nisso e aproveite o verão!

 

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2 Comments on “Como não perder a forma neste verão

  1. Parabéns pela revista, mto boa. Excelentes materias!
    Sucesso a todos!!!

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