28 de abril de 2024

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Performance e Saúde zMais notícias Redação 25 de fevereiro de 2024 (0) (1764)

Trombose venosa: os cuidados que você deve ter em viagens de longa distância

POR ALVARO RAZUK | @alvaro.razukmd

Daqui uma semana acontecerá a Maratona Tóquio 2024. Tóquio abrirá a temporada das World Majors Marathons, e com isso as viagens aéreas de longa distância. Isso me fez lembrar de fazer um alerta para os amigos e corredores que participarão destas provas. Previna-se de TROMBOEMBOLISMO VENOSO.

E do que se trata?

A trombose venosa profunda (TVP) é a formação de trombos (coágulos) nas nossas veias das pernas, coxas e que podem se deslocar e alojar nos pulmões. Podendo causar um quadro clínico grave e às vezes fatal.

Algumas pessoas têm predisposição genéticas para desenvolver trombos. Outros tem fatores de risco, como obesidade, uso de contraceptivos e tabagismo.

Mas o que isso tem de relação com corredores saudáveis?

As viagens de avião, de longas distancias, são fatores de risco. Pois a pressurização da cabine do avião aumenta este risco. Além disso, o ar seco da cabine do avião favorece a desidratação.

A desidratação deixa o sangue mais espesso (grosso) e facilita a formação de coágulos. Esse risco aumenta, ficando sentado ou imóvel por várias horas no avião, diminuindo o fluxo sanguíneo pelas veias (estase sanguínea).

Nos corredores de longa distancia, a desidratação é mais frequente, além disso, os treinos longos e a prova (maratona) causam inflamação e micro lesões musculares que aumentam o risco de formação de coágulos.

Indivíduos que participam de atividades esportivas extenuantes, como os maratonistas, ativam o sistema de coagulação, e podem ter a frequência cardíaca mais baixa em comparação com indivíduos normais, portanto a estase é mais pronunciada nesses indivíduos.

Durante as viagens aéreas após uma competição, tanto a desidratação como a ingestão muscular de glicogênio contribuem para a diminuição da viscosidade sanguínea. Estes também aumentam o risco de trombose.

Contraceptivos orais e medicamentos hormonais são frequentemente utilizados por atletas femininas para modificar seus ciclos menstruais de acordo com as datas predefinidas das competições. Esses medicamentos, em geral, aumentam o risco de TVP. Os esteróides anabolizantes tomados para fins de doping podem causar TVP e Embolia Pulmonar (EP), particularmente em atletas com tendência genética. Além disso, o uso ilegal de eritropoietina, na tentativa de melhorar o desempenho, predisporia ao desenvolvimento de trombos, aumentando a viscosidade do sangue.

A presença de veias varicosas nas extremidades inferiores, principalmente quando associadas à função valvar prejudicada, aumenta o risco de TVP.

Um risco maior para aqueles que fazem a prova de manhã e entram no avião à noite!

PREVENÇÃO:

  • Hidrata-se bastante, antes durante e após a viagem. O ideal é consumir 30ml de água por quilograma de peso corporal.
  • Levante-se durante o voo e faça caminhadas e alongamentos.
  • Sente-se no lado do corredor durante viagens aéreas prolongadas para poder estender e mover as pernas.
  • Faça flexão e extensão do tornozelo ao viajar longas distâncias.
  • Não cruze as pernas durante longos períodos sentados.
  • Tente manter as extremidades aquecidas.
  • Use meia elástica de compressão elástica.
  • Faça massagem de drenagem após viagens prolongadas, ou use as botas de compressão pós viagens.
  • Esteja preparado para os perigos que podem estar associados aos medicamentos usados para aumentar o desempenho e aos contraceptivos orais.
  • Saiba se você tem histórico familiar de coágulos sanguíneos ou não.
  • Se possível, evite viajar no mesmo dia, após correr uma maratona.
  • Procure atendimento médico para cada dor e inchaço nas pernas.

No mais, curta cada quilômetro da sua prova, comemore muito a linha de chegada e divirta-se.


*Alvaro Razuk, CRM 73528, cirurgião vascular e maratonista.

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