9 de maio de 2024

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Performance e Saúde Redação 26 de junho de 2023 (0) (1355)

Os cuidados para correr durante o inverno, que já começou

POR AULUS SELLMER | @aulussellmer | www.4any1.com.br

A chegada do inverno traz temperaturas mais amenas para correr, o que nos deixa muito felizes ao realizar nossos treinos. Porém, essa estação do ano traz sérios complicadores, como consequência da combinação entre poluição e baixa umidade relativa do ar. Por isso, devemos ter muita atenção visando o cuidado da nossa saúde.


Há três fatores que agravam nosso bem-estar ao treinar nessas condições. O primeiro é o aumento da ventilação – inspiração e expiração do ar –, pois é preciso uma demanda maior de oxigênio, processo que não acontece de forma eficaz, porque grandes quantidades de gases poluentes (monóxido e dióxido de carbono, monóxido e dióxido de nitrogênio) e materiais particulados (ferro, cobre, alumínio, cloro, entre outros) prejudicam as trocas gasosas dentro do organismo.

O segundo fator é a transição da respiração nasal para a oronasal (pelo nariz e boca), isto é, uma menor parcela do ar passa pela camada de filtros das vias aéreas, levando maior quantidade de partículas e gases poluentes até os alvéolos. Isso tem um grande impacto fisiológico com ocorrência de processos inflamatórios no sistema pulmonar. O terceiro fator é o aumento da quantidade de gases poluentes e material particulado nas vias respiratórias, uma vez que a velocidade da passagem do ar também acelera.

Calma, corredor e corredora. Há estratégias simples e eficazes para amenizar as consequências ao correr nessas condições. Vamos a elas.

• Treine em horários com a umidade relativa do ar mais alta: até às 9 horas da manhã ou no fim da tarde, por volta das 17 horas. Nesses períodos, geralmente, a dispersão dos poluentes é maior.
• Evite treinos intensos que aumentam a ventilação e, por consequência, a maior inalação de poluentes.
• Limite seus treinos a, no máximo, 60 minutos. A partir disso, a entrada de agentes poluentes desencadeia estresse oxidativo, um quadro inflamatório em que o material particulado pode chegar à corrente sanguínea.
• Opte por parques com muitas árvores, pois funcionam como uma barreira de poluentes.
• Treinos em ambientes fechados, como em academias, também funcionam.
• Aumente o consumo de líquidos.
• Utilize protetores labiais para umedecer os lábios, além de proteger do sol.

Com ou sem problemas respiratórios e seguindo essas recomendações, com certeza, os efeitos de um dia poluído e seco serão atenuados. No caso de problemas respiratórios severos, o recomendado é se poupar para um dia melhor ou procurar um ambiente fechado para treinar em esteira.

CONDIÇÕES ADVERSAS. Mas, como reconhecer quando o dia apresenta essas condições adversas? Antigamente, algumas grandes cidades tinham relógios de rua com o índice de qualidade do ar, que ajudavam bastante a definir a estratégia de treino.

Então, tente perceber as reações do seu corpo. Em dias com umidade baixa, a sensação de boca seca e mucosa do nariz ressecada é bem comum. O pulmão reage dificultando a respiração, e o desempenho durante o treino despenca. Além disso, preste atenção no clima. Longos períodos sem chuvas e um céu com aquela camada mais escura próxima ao horizonte podem indicar a existência de partículas poluentes em suspensão no ar.

Alerta dado, com as devidas estratégias atenuantes, aproveite esse friozinho perfeito para correr!


Aulus Sellmer é Bacharel em Esportes pela USP, proprietário da 4any1 Assessoria Esportiva e colaborador rádio Eldorado 107,3FM.

@aulussellmer | www.4any1.com.br

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