21 de maio de 2024

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Tênis e Acessórios André Savazoni 14 de maio de 2021 (0) (1352)

Testamos: Asics Metaspeed Sky recheado de pontos positivos

Por André Savazoni, especial para a CR

Antes de começar a análise diretamente do Metaspeed Sky, da Asics, dois pontos importantes.

A questão do preço (R$ 1799,99). Caro? Sim. Mas isso deve ser observado por cada um, incluindo orçamento, objetivos etc. Decisão pessoal como a questão dos tênis que gosta.

O segundo ponto e tão importante quanto: na apresentação do modelo (e você vai ler ou ver por aí muitos comentários destacando isso), a Asics diz ter desenvolvido “dois modelos para tipos distintos de estilos de corrida” (o outro, o Metaspeed Edge tem previsão de chegada ao mercado brasileiro para setembro). Um belo marketing (e a Asics está no papel dela ao fazer isso).

Resumindo, a Asics informa que o Sky é para corredores chamados “Stride” (com uma passada mais larga) e o Edge no estilo “Cadência” (mais curta e constante, ritmada). No papel, lindo e, reforço, marketing é vida. Na prática, isso não existe! Simples assim. Você abre ou fecha a passada inúmeras vezes em uma mesma prova e está diretamente ligado ao ritmo e ao tipo de prova/treino e/ou momento em que está fazendo. Além de outros fatores. Exemplo, ao dar um sprint na chegada da maratona ou meia, você irá abrir a passada. Antes, irá parar e trocar de tênis? Vamos ao que interessa realmente.

A Asics sempre primou pelo conforto e por ter um ótimo acabamento desde que começou a investir no mercado mundial de running. Faz tempo. E o Metaspeed Sky tem todas essas características em um alto nível de excelência. Encaixa no pé, sem qualquer ponto de costura ou desconforto. É calçar e, literalmente, sair correndo. O fato de ter a forma mais larga também favorece esse ajuste. Cadarços compridos garantem uma amarração firme e excelente. Nem foi necessário usar o sétimo furo.

Testei o modelo por mais de 300 km, variando os ritmos, distâncias, tipos de treinamento e pisos (mas isso, da durabilidade, varia também pelos locais e forma de correr). Em qual treino se saiu melhor? Em todos, sinceramente. Seja em rodagens quanto em longos, passando pelos de velocidade, como acompanharão a seguir. Apenas um adendo: pelo período do ano e o momento de meu treinamento, não fiz longos superiores a 26 km (ainda quero testá-lo em 30, 32 km, porém, não há dúvida que se comportará bem pelos parâmetros durante a análise).

Aqui em Florianópolis, onde moro, corro a maior parte do tempo em calçadas e naqueles bloquetes de concreto, típicos de cidades litorâneas. Bem pouco no asfalto. O descer e subir de calçadas, além dos pisos bem irregulares, mostrou um dos principais pontos positivos: a estabilidade. O pé fica firme, não há qualquer insegurança. Nos momentos com ruas mais vazias, em que fui ao asfalto, resposta superior e o Sky fica ainda melhor. O que ocorre também com o aumento da velocidade. Seja em intervalados curtos, de 200 m em diante, ou extensivos, de 3 km, 4 km, 5 km, responde muito, principalmente para quem pisa com o médiopé ou antepé.

Mesmo em dias quentes, mostrou-se totalmente arejado. O solado (no meu caso, com mais de 300 km, teve pouco desgaste, o que consideraria normal dentro de uma quilometragem alta em pisos mais ásperos). Extremamente aderente, mesmo nas faixas de ruas molhadas e até na terra/saibro, passando sensação de segurança. Nesse tema, outro fator importante: corri em dias de muita chuva, com cruzamentos cheios de água acumulada, e o Sky não alterou o peso e rapidamente estava seco, tendo ótima drenagem.

Com drop 5 mm (na balancinha de casa, pesou 200 g no 41/9,5 US), não impacta em nada na forma de cada um de correr e, apenas, para mim, faz mais barulho do que outros modelos nas pisadas, mas isso é uma característica de todos os tênis com placa de carbono que conheço. Diria que foi uma das únicas questões que me incomodou: você não fica em silêncio correndo, algo que adoro! Mas, com dois ou três treinos, já se acostuma e segue a vida normalmente.

Pessoalmente, para quem corria na segunda metade da década de 2000 de Asics e não estava utilizando mais modelos da marca pelas mudanças nas últimas décadas, foi uma ótima e inesperada surpresa. O Sky, para mim, dos tênis com placa de carbono que experimentei até o momento, é o melhor pela união entre estabilidade, conforto, aderência, forma larga e drop, além da resposta proporcional ao aumento do ritmo, variando de distâncias mais curtas para longas.

Quem me conhece, sabe que minha resposta para tênis é: bom se você sente-se confortável e esquece que está com ele nos pés. O Sky me trouxe isso. Mais do que aprovado. Voltando ao início desta análise, e o preço? Aí, é contigo!

Fotos: Divulgação Asics

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