16 de maio de 2024

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Tô Correndo zMais notícias Tomaz Lourenço 29 de abril de 2024 (0) (178)

Seven Run da Iguana mantém excelência na organização, até com exageros, mas insiste em seguir uma orientação sem muito sentido

por TOMAZ LOURENÇO

Neste domingo (28) aconteceu mais uma edição da Seven Run, da Iguana Sports, que confirmou o alto nível dessa organizadora, desde a entrega dos kits absolutamente ágil e sem complicação, até a estrutura da prova, igualmente profissional, com sinalização informativa na concentração e baias com efetivo controle de entrada, para uma saída sem atropelos e rápida.


No percurso, água fria em garrafinhas e isotônico à temperatura ambiente, o que significou morno, já que a corrida começou com 23 graus (às 6 horas!) e terminou com 27. Trajeto plano para os participantes dos 7, 14 e 21 km, pela Marginal Pinheiros da capital paulista, enquanto o pessoal dos 28 km teve que pegar duas subidas e descidas em viaduto.

Estava inscrito nos 28, mas ao passar pela alça que me obrigaria a correr mais 3 km e então voltar para a Marginal, desanimei, até porque estava correndo com uma dor no quadril e não vi sentido em fazer a parte final sofrendo. De qualquer forma, gostei muito da prova, que encarei como primeiro treino/teste para a Maratona de Floripa, em agosto, onde pretendo conseguir um resultado que me garanta no Ranking CR e que sou o responsável pela montagem.

TRÊS EQUÍVOCOS – Em uma corrida com boa estrutura fica difícil achar defeitos, mas encontrei três, nada graves, mas que merecem ser comentados. As provas da Iguana procuram seguir as normas internacionais, inclusive tendo recebido recentemente o selo de qualidade da World Athletics, entidade máxima internacional do atletismo de rua. Dessa forma, a organizadora obedece às normas da entidade, mas estas por vezes são equivocadas ou não condizentes com a realidade do país.

Durante a prova, vi inúmeras duplas de marcadores de ritmo, para as 4 distâncias, e praticamente todas estavam correndo sozinhas, sem ninguém as seguindo, numa situação meio surreal. Na prática, pouquíssimas pessoas acham interessante seguir os “coelhos” disponibilizados pelo evento, e isso se verifica igualmente no exterior. Enfim, é uma certa bobagem, mas que acaba sendo repetida por aqui.

Depois, no terço final dos 21 e 28 km, surgiu um posto com esponjas molhadas, que é outra sugestão/imposição da World Athletics, novamente sem muito sentido, tanto lá fora como no Brasil. No exterior porque as corridas acontecem geralmente com baixas temperaturas e molhar a cabeça e o corpo com água gelada não é muito inteligente. Já aqui existe o hábito de usar os copos ou garrafinhas de água para se refrescar, daí que alguns até pegavam as esponjas, mas perguntavam ao staff para que serviam.

O terceiro equívoco é o mais sério e, mais uma vez, é consequência de se seguir as normas daquela entidade. Trata-se do abastecimento a cada 3 km, que no começo das provas é até desnecessário, podendo ser mais espaçado, e que é mantido até o final, quando então seria recomendado que o intervalo fosse reduzido, porque a temperatura estará mais alta e os corredores mais debilitados.

Já tinha constado essa falha em outras provas da Iguana e comentei a respeito, sugerindo uma redução de espaçamento entre os postos no terço final (a cada 2 km), mas parece que não levaram em conta. Faltando 3 km para a chegada, ofereciam água e perguntei ao staff se haveria mais algum posto pela frente, que não soube responder. Então, para me garantir, peguei 2 garrafinhas, tomando inteiramente a primeira e guardando a segunda, que fui usando até perto do final, ingerindo a água quente. Se eu conseguisse uma água geladinha para o último quilômetro, que maravilha teria sido!

Mais de 4,5 mil concluintes!

Confirmando o acerto em oferecer novas opções de distância, o evento da Iguana teve um aumento de 44% no número de inscritos, especialmente nos 28 km, que cresceu 63% em relação à edição de 2023. Foram registrados participantes de 18 estados! Apesar do calor, acima do normal para essa época do ano, os corredores foram beneficiados por um percurso rápido e utilizado por muitos como preparação para uma próxima maratona, como será o caso da SP City no último domingo de julho.

Os campeões nos 28 km foram Rogelio Nascimento (1h38) e Natalia Sobral (1h53), nos 21 km vitória de Luiz Antunes (1h12) e Luciana Campacho (1h32), nos 14 km Josadaken Pereira e Franciele dos Santos e nos 7 km Elson Santos e Paloma Nogueira.


Tomaz Lourenço é jornalista, 77 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04. Contato: tomazloureno1947@gmail.com

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