Notícias admin 4 de outubro de 2010 (0) (126)

Maratona e meia de Miami: para correr e curtir

Com o dia ainda escuro, corredores largam de Downtown, ao lado do American Airlines Arena, e 400 metros depois já seguem em direção a South Beach pela MacCarthur Causeway, a primeira e mais elevada das quatro pontes presentes no percurso, considerado praticamente plano. As primeiras milhas da competição proporcionam um visual único aos participantes. Correr pelas pontes que interligam continente e ilhas de Miami com o sol nascendo é algo de extraordinário.

E as belas paisagens continuam em South Beach, quando a prova entra na famosa Ocean Drive, conhecida pela arquitetura Art-Deco, e depois retorna a Downtown pela Venetian Causeway, para finalizar a meia-maratona exatamente no ponto em que começou. Já a segunda parte da maratona segue adiante, proporcionando aos corredores cenários típicos de uma metrópole, com a visão dos prédios imponentes que marcam a paisagem da cidade.

Beleza e cenários à parte, é fato que esse evento vem crescendo ao longo dos anos e atraindo cada vez mais corredores de todas as partes do mundo, que veem no inverno de Miami uma oportunidade mais do que convidativa para unir a paixão de correr com o prazer de passar alguns dias de férias no clima agradável do sul da Flórida.

MAIS NA MEIA QUE NA MARATONA. Dois 15 mil inscritos nas duas provas, 12.376 se posicionaram para a largada na American Airlines Arena, em Downtown. Desse total, 2.630 competiam na maratona e o restante na meia, a distância preferida entre os participantes.

Os brasileiros também marcaram presença no evento. Foram quase 250 inscritos, sendo que cerca de 70% desse número eram de pessoas que residem nos Estados Unidos. Mas não é somente em quantidade de participantes que o Brasil chama atenção na prova em Miami. Em sete edições do evento, o país já colocou em duas oportunidades atletas no lugar mais alto do pódio. William Gomes Amorim foi campeão em 2004 e Elias Bastos repetiu o resultado em 2005, sempre na maratona.

Mas foi na meia-maratona que os atletas brasileiros brilharam este ano. Entre os homens, José Gutembergue Ferreira, 3º colocado na Maratona de Miami em 2005 e 2006, deixou escapar a vitória ao errar o caminho faltando 800 metros para o final, exatamente na divisão das duas distâncias. Mesmo assim, o atleta conseguiu voltar e ainda garantir a 3ª colocação. O campeão foi o norte-americano Pat Hayburn, em 1h11, seguido do compatriota Kevin Cunningham.

Na prova feminina, quem brilhou foi a ex-menina de rua Ana Luíza dos Anjos Garcez, a Animal, que, em apenas 15 dias, conseguiu seu segundo título consecutivo de campeã máster na Flórida. A atleta paulista, que já havia vencido a categoria máster na Meia da Disney (melhor atleta acima de 40 anos), com 1h31, repetiu o feito também em Miami, com 1h26, e ainda faturou a 4ª colocação no geral.

A campeã da meia foi a norte-americana Suzanne Larsen, que terminou os 21 km em 1h20. Na 2ª colocação, chegou a equatoriana Karina Navarette Dueno, seguida da mexicana Yamile Alaluf.

Para Ana Luíza, que tem como melhor tempo de meia 1h22, obtido em 2004, na Meia de Buenos Aires, quando foi 2ª colocada no geral, correr em Miami para 1h26 foi uma vitória, já que se recuperava de uma lesão que a deixou longe dos treinos por três semanas na época final da preparação. "Eu tinha que correr um pouco mais leve na Disney para chegar bem em Miami. O objetivo no início de tudo era ser campeã máster nas duas provas e acabou dando certo", comenta a atleta, de 46 anos, que adorou o percurso e diz ter ficado emocionada ao ouvir seu nome anunciado nos microfones quando estava perto de cruzar a linha de chegada.

ERRO NO PERCURSO TAMBÉM NA MARATONA. Já na maratona os brasileiros não tiveram tanta sorte quanto na meia. Os dois atletas de elite presentes no evento, Claudio Pereira Cruz e Eliésio Silva, deixaram a competição na altura da milha 19. Quem levou a melhor foi o marroquino Benazzouz Slimani, que mora na Itália e se sagrou campeão com 2h16. Slimani assumiu a liderança da prova na milha 20, depois que o queniano Jynocel Basweti, que liderava a prova, seguiu o caminhão de filmagem e só percebeu o erro alguns passos depois. O queniano acabou cruzando a linha de chegada na 2ª colocação, com 2h18. Mesmo com a diferença de mais de um minuto e meio entre campeão e vice, os organizadores resolveram pagar o mesmo valor da premiação de campeão (2.500 dólares) a Basweti. O 3º lugar ficou com o também queniano Edward Tubut, que fechou em 2h18.

Na prova feminina, vitória da norte-americana Michele Suszek, que ultrapassou a queniana Zeddy Kepchoech faltando meia milha para o final e cruzou a linha de chegada em 2h43. A equatoriana Sandra Ruales Mosquera compôs o pódio feminino.

O melhor brasileiro na maratona foi o catarinense Moacir Capistrano, de Porto União, que finalizou o percurso na 10ª colocação geral, com o tempo de 2h44. Com o resultado, o atleta acabou faturando a 3ª posição na categoria 35-39 anos.

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