19 de maio de 2024

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História contrarelogioadm 26 de novembro de 2017 (0) (523)

Por que os recordes mundiais são quebrados em Berlim?

Entra o mês de setembro e todos os olhos se voltam para Berlim. Mais precisamente para o dia 24, quando muitos apostam na obtenção de mais um recorde mundial na maratona masculina. Afinal, de um lado estará o ex-detentor do recorde mundial, o queniano Wilson Kipsang, conquistado na capital alemã em 2013. Do outro lado, o homem que impressionou a todos no último 6 de maio, tangenciado a barreira das sub 2 horas (não homologadas), na maratona experimental da Nike, em Monza, o também queniano Eliud Kipchoge.
Ambos desistiram da possibilidade de serem condecorados com o título de "campeão mundial" do Campeonato de Atletismo em Londres, no mês passado, pela possibilidade de derrubarem o tempo do também queniano Denis Kimetto, o único homem a ter um sub 2h03 homologado pela IAAF, quando completou Berlim 2014 em 2:02:57. Embora não confirmado, cogita-se que até o etíope Kenenisa Bekele tenha abandonado o Mundial para poder também participar da brincadeira do dia 24.
Mas convenhamos: Kipchoge é o cara da vez. Seus últimos e consistentes resultados dão as credenciais para que ocupe o posto de recordista mundial do momento. E, para tal, deixou para trás os desejos de correr na Major em Chicago, que assim como ele, é patrocinada pela Nike, pois, como disse em entrevista "Agora eu acredito que a Maratona de Berlim é o local perfeito para atacar o recorde mundial oficial".
O que faz ele acreditar tanto na sua afirmação? Antes que falem que a resposta se resuma ao cachê que lhe será pago, coloquemos aqui alguns dados. Olhando com atenção os últimos recordes mundiais, nota-se que, a exceção da marca realizada pelo marroquino (naturalizado americano) Khalid Khannouch, de 2:05:37, em Londres 2002, todos os outros batidos no século 21 aconteceram em Berlim. E mais. Nos 12 anos que separam Khannouchi de Kimetto, o tempo diminuiu em 2:41, o equivalente aos últimos 30 anos do século 20. Berlim também é a Major mais veloz, na mediana, entre todos os amadores e também entre a elite. E a que mais produziu recordes mundiais em toda a história, com sete no masculino e três no feminino.
É verdade que existe também a marca de 2:03:02, que o queniano Geoffrey Mutai conseguiu na Maratona de Boston em 2011, mas que é elegível a recordes para a IAAF, pela diferença altimétrica e pela ajuda considerável que tiveram do vento.
Enfim, são argumentos bem sólidos para que um atleta de nível mundial escolha correr em Berlim hoje. Só que a dúvida agora não é mais se Berlim é a melhor opção, mas por que ela se tornou a preferida? A partir da análise dos sete recordes mundiais conquistados em solo alemão, separamos, didaticamente, cinco motivos, além da sempre estimulante excelente premiação em dinheiro, mas que está presente em inúmeras outras prova. Motivos esses que não tem uma ordem pré-definida e que só funcionam se estiverem em conjunto. Vamos lá?

 


1. Percurso
Criada por um clube local em 1974, a Maratona de Berlim teve diferentes percursos pela área verde ao redor da cidade até 1981, quando a prefeitura cedeu e permitiu a realização da prova dentro da cidade. E a partir de 1990, com a reunificação alemã, o trajeto começa e termina perto do Portão de Brandemburgo e faz um tour pelos principais bairros da cidade, como Charlottenburg, Mitte, Friedrichshain, Kreuzberg e Schoneberg.
Porém é tour praticamente plano, que traduzido para a língua do corredor, significa rápido. Os pontos mais altos e mais baixos do percurso diferem em apenas 25 metros, a segundo menor variação entre as seis majors. Na de Nova York, por exemplo, são 80 metros, enquanto Boston tem variação de uma montanha-russa, com 146 metros, o que explica bem o porquê dela não ser elegível para tentativas de recordes mundiais.
Então, Berlim tem o melhor percurso? Bem, vamos fazer o exercício de comparar com os percursos das outras duas Majors que viram recordes mundiais masculinos. Londres também é plana, mas ondula muito mais (é a 4º maior em variação altimétrica) e possui mais curvas de 90º. A questão das curvas é o que também deixa Chicago atrás de Berlim, mesmo sendo esta a prova que tem a menor variação altimétrica e possui um percurso que leva o apelido de "Pancake Flat" (plana como um panqueca).
A prova alemã não tem curvas? Pelo contrário, tem muitas até, mas são "largas e amplas, permitindo que os atletas mantenham seu ritmo". Quem falou isso não foi um analista de TV, mas nada mais, nada menos que o etíope Haile Gebrselassie, que bateu o recorde mundial em 2007 e 2008 neste percurso. Assim, mesmo que alguma edição da prova em Chicago seja abençoada com uma temperatura baixa e pare de ventar na "Wind City" (Cidade dos Ventos), ela ainda sai na desvantagem, já que suas inúmeras curvas fechadas tem um efeito de desaceleração nos atletas. Dennis Kimetto, em 2013, um ano antes de ser o primeiro homem abaixo das 2h03, em Berlim, venceu a prova americana, num desses dias abençoados a boas marcas com 2:03:45, recorde do percurso, mas 22 segundos acima do que fez, um mês antes, Wilson Kipsang na prova alemã, quando bateu a marca mundial. Naturalmente que essa questão de curvas afeta apenas a elite porque os simples mortais não correm em ritmo que exija uma redução nesses pontos.


2. Clima
Como qualquer maratonista, amador ou de elite, sabe, a temperatura é um fator crucial, e novamente Berlim foi abençoada neste quesito. A maioria dos fisiologistas tende a concordar que entre 10º C e 16º C é a temperatura ideal para recordes. Programada para acontecer sempre no último domingo de setembro, ou seja, geralmente já no Outono europeu, o clima da maratona tem como média justamente tais números. Em 2003, quando Paul Tergat quebrou a marca do sub 2h05 e abriu a dinastia da prova alemã, enquanto local dos recordes masculinos até hoje, largou com o termômetro marcando 9º C e sem vento. O mesmo clima em que Haile garantiu, cinco anos depois, o sub 2h04.
Outra variável do clima que influencia muito a favor de Berlim é vento fraco ou mesmo a ausência dele em suas edições, e quando há, geralmente resulta em tempos de pouca expressão. Como em 2006, quando Gebrselassie venceu pela primeira vez em terras germânicas, mas sem recorde: a prova teve a companhia de rajadas constante de vento, e o tempo do etíope fechou em 2:05:56, um minuto mais alto que o tempo de Tergat em 2003. Mas, salvo melhor juízo, a prova em Berlim é bem constante quanto à temperatura e o vento fraco, ao contrário de Chicago ou Boston, onde São Pedro brinca de roleta russa com o clima.
Logo, a combinação de percurso e clima ideal pode resultar em grandes surpresas, e não somente aos quase 30 mil concluintes amadores. Em 1998, o brasileiro Ronaldo da Costa foi para Berlim para realizar sua segunda maratona. Tinha como objetivo completá-la na casa de 2h08, e bater seu recorde pessoal, que era de 2:09:07, na mesma Berlim, um ano antes. A prova teve uma temperatura média de 10º C, sem ventos, diferentemente do ano anterior, quando foi mais quente. Foi o suficiente para "Ronaldinho" disparar a partir da metade da prova. Venceu com um tempo de 2:06:05 – até hoje, o melhor de um brasileiro em maratonas. Mais impressionante que terminar a prova e ter energia para dar várias cambalhotas e sambar ou bater em 45 segundos o até então recorde mundial que já durava 10 anos foi o fato que a segunda metade foi realizada no tempo de 1:01:23, quase quatro minutos de split negativo. Ronaldo da Costa foi o primeiro homem a quebrar o recorde em terras germânicas.
Só que, pensemos: o bom tempo e o curso plano abençoam Berlim desde que ela passou a ser realizada na cidade, em 1981; no entanto, a onda de recordes mundiais só começou com Paul Tergat, em 2003. Então, o que mudou nos últimos anos?


3. Os atletas
É largamente aceito que estamos em uma "era de ouro" dos maratonistas etíopes e quenianos, que estão aptos a bater o recorde mundial, como o próprio Wilson Kipsang disse pouco depois de superar o tempo mundial em 2013. A chegada de corredores que fizeram a carreira em pista e depois debutaram na maratona, como Paul Tergat e Haile Gebrselassie, fez com que nos 10 anos entre a vitória de Ronaldo da Costa e de Haile, o tempo caísse mais de dois minutos. Isso chamou a atenção da mídia e de vários atletas para a maratona em si. Contudo, Berlim se destaca por saber como colocar os holofotes nos atletas "top star", sem que isso coloque em xeque o principal objetivo de seus organizadores: o recorde.
O diretor da corrida, o alemão Mark Milde, assumiu o cargo de seu pai, Horst, em 2003, e procurou colocar em prática a percepção de que a prova da elite não é apenas uma competição contra-relógio, isto é, vence quem fizer o melhor tempo, mas também uma competição pelas ruas de Berlim. Logo, ao contrário de Londres, que paga altos cachês a uma constelação de atletas de nível mundial, Berlim escolhe a dedo seus participantes, tendo como critério qual está em melhores condições. E isso não passa de dois ou três atletas, sabedores que precisam se ajudar mutuamente, sobretudo até o km 30, quando a prova torna-se uma batalha tática.
Já na prova londrina, a miríade de superatletas faz com que larguem medindo seus próprios esforços, geralmente, provocando quebras na segunda metade e uma frustração constante dos organizadores. A lição que Berlim ensina é que se você quer ser palco do recorde mundial da maratona, você não precisa, na verdade, ter todos os melhores corredores na mesma prova.
Mark Milde já colocou isso em ação em 2003, quando Paul Tergat foi convidado para ser a grande estrela da prova. Ele teria como adversários os experientes quenianos Sammy Korir e Titus Munji. Ficava clara a mensagem que a estrela era Tergat e que Korir e Munji teriam o papel de promover a disputa para que o queniano não se mantivesse na zona de conforto, puxando seu ritmo para o recorde mundial. Paul Tergat conseguiu o recorde mundial, com o tempo de 2:04:55, mas não sem um pequeno susto: enquanto Titus tinha feito seu papel e ficado para trás, Korir viu que Tergat, que tinha se precipitado em acelerar na segunda metade em busca do recorde, estava agora com sobras, mas tinha reduzido drasticamente seu ritmo.
Sammy Korir acabou o alcançando, prestes a ultrapassá-lo, mas não estragou a festa preparada ao principal convidado, ficando apenas um segundo atrás de Paul Tergat. Algo semelhante ao que aconteceu em 2012, quando Geoffrey Mutai venceu a prova menos de um segundo atrás do novato Dennis Kimetto. Mas ali a questão era outra: Kimetto foi descoberto por Mutai, que o fez largar sua vida como um simples agricultor e agora estava numa das principais capitais da Europa, contratado para ajudá-lo. Diminuir o ritmo ali, e visivelmente não querer ultrapassar Mutai em Berlim era, para ele, uma questão de gratidão e caráter.
Em 2007 e 2008, sequer havia um segundo atleta para dar algum gosto de disputa: a prova foi inteiramente planejada para fazer Haile Gebrselassie estabelecer seus recordes mundiais: em 2007, com 2:04:26 e em 2008, com um suado sub 2:03:59, tornando-se o primeiro homem a correr abaixo da casa de 2h04. Isso gerou (e ainda gera) um interessante debate sobre o caráter competitivo da prova em Berlim. Enquanto alguns especialistas falam que a disputa contra o relógio já é uma competição em si, outros argumentam que ela só se daria se houvesse uma disputa entre outros atletas, com o relógio deixado de lado.
Entretanto, provas neste modelo como o de Haile eram exceções e que não implicava em recordes mundiais, com exceção de 2007 e 2008. O modelo de usar dois ou três atletas é o que melhor funciona. Em 2013, estava prevista a disputa entre Patrick Makau, recordista mundial em 2011, contra a bola da vez da época, Wilson Kipsang. Por conta de uma lesão no joelho, Makau desistiu de participar. A prova se tornaria de um homem só se a organização não tivesse na manga a contratação de um ex-campeão dos 5.000 metros, que em abril daquele ano tinha estreado nos 42 km, na também cidade alemã de Hamburgo.
Para sorte de Wilson Kipsang, que não correu sozinho e, depois que todos os coelhos saíram, ainda teve companhia e precisou se esforçar para se distanciar e obter o recorde de 2:03:23. O nome desse maratonista novato, que terminou em segundo, com 2:04:05? Um tal de Eliud Kipchoge. E, da mesma forma, quem assistiu ao desempenho de Dennis Kimetto em 2014, percebeu que sua preocupação estava focada na disputa com o também queniano Emmanuel Mutai. O esforço fez com que Kimetto ultrapasse seu "descobridor", Geoffrey Mutai, tornando-se o homem mais rápido em maratonas, independente se a prova tivesse sido homologada ou não. E Emmanuel Mutai (que não tem parentesco algum com o Geoffrey) conseguiu um segundo lugar com o tempo de 2:03:13, o que faria ele superar o recorde de Wilson Kipsang, de um ano antes, em 10 segundos.


4. Os coelhos
Outro ponto fundamental que torna Berlim tão rápida é a presença maciça de "pacemakers", ou, em bom português, os "coelhos". Enquanto a organização de Chicago retirou estes, sob o argumento que o foco da prova deve somente a disputa entre os atletas, e, desta forma, tornaria a prova mais emocionante, Berlim não se sente coagida em trabalhar com marcadores de ritmo. Estes têm instruções rigorosas e metas de tempo para alcançar em cada trecho. Colocar os grandes nomes no ritmo desejado, isolando-os dentro de pelotões, definindo o ritmo estipulado para eles, quebrando o vento e facilitando o lado psicológico dos atletas, tudo isso esse é o papel dos "coelhos", que vão saindo aos poucos, sendo o último entre o km 30 ao 34, dependendo do dia.
Além dos "coelhos" contratados pela organização, há os que vêm com a estrela convidada. É a sua turma, o seu grupo, com os quais ele treina todos os dias. Quando a organização em Berlim convida formalmente um atleta, ela sabe que vai ter que arcar também com os custos dos "pacers" que vierem com estes. A prática não é recente: em 2008, o etíope Haile recebeu críticas, sobretudo de grupos quenianos, de que ele estava orquestrando excessivamente suas corridas, geralmente evitando confronto com muitas das principais estrelas da maratona, e contando com os "coelhos" para levá-lo como se fosse uma esteira rolante rumo ao recorde mundial. Em 2013, o queniano Wilson Kipsang, logo após bater a tão desejada marca, informou que tinha cerca de 40 atletas para ajudá-lo a treinar no Quênia e que sempre depois dos treinos, ele os levava a um hotel e pagava as refeições, e que trouxe uma quantidade considerável a Berlim. Nenhuma crítica veio de tais grupos.
No entanto, talvez não seja tão errado afirmar que a falta de disputa dentro das maratonas nas quais competia "acostumou mal" Haile Gebrselassie. Em 2011, a prova em Berlim novamente estava voltada para ele, que largou e logo encaixou o ritmo de recorde mundial, junto ao grupo de cinco "coelhos". Contudo, alguma coisa estava fora da ordem: a organização convidou outro atleta, coadjuvante é verdade, mas que começou a puxar o ritmo e fazia zigue-zagues para sugar a energia dos "coelhos" e do próprio Haile. Era o queniano Patrick Makau, que surpreendia a todos, inclusive o empresário de Haile, que já o tinha mapeado como um atleta que não era muito agressivo.
Perdendo todos os seus "coelhos" para a atitude agressiva de Makau, Haile viu-se em um duelo com este que, num ataque veloz, não somente deixou o etíope para trás como o fez parar no km 35, sob a justificativa de "asma induzida pelo exercício", embora isso não coincida exatamente com a imagem de Gebrselassie após a desistência. Makau conseguiu manter a agressividade e realizou o seu sonho de tomar de volta o recorde para as terras do Vale do Rift e superar aquele que foi o principal adversário de seu maior ídolo: Paul Tergat.

5. A mentalidade
Todavia, havia algo que diferenciava substancialmente Makau de seu ídolo: aos 26 anos na época, Makau não teve carreira significativa na pista, indo logo para as corridas de rua. O motivo? "Eu precisava ter dinheiro para minha família", disse ele.
Esse é um aspecto muitas vezes negligenciado ou visto como menor, mas é uma das grandes chaves de explicação para a chuva de tempos rápidos em Berlim. Os atletas que vão para lá, vão com a mentalidade de fazer a prova da vida deles. E isso se relaciona diretamente com uma nova perspectiva de vida que quenianos e etíopes, em geral, passaram a enxergar ao final do século 20.
O aumento nos cachês de entrada, o dinheiro dos prêmios e o status simbólico dos corredores de maratona mudou as coisas drasticamente na última década ou mais. No Quênia e na Etiópia certamente, ser maratonista é visto mais do que uma carreira. Esses atletas são quase uma classe diferente de pessoas na África Oriental e as pessoas aspiram a isso. Qualquer garoto que corre para ir e para voltar da escola lembra-se que Haile fazia o mesmo. Ou histórias, como a de Dennis Kimetto, que até 2008 era um pequeno agricultor em Eldoret, no Quênia, e que corria apenas 6 km por dia. Mas depois de um encontro com Geoffrey Mutai, passou a treinar com ele e fez sua primeira prova em 2011 e, dois anos depois, vencia a Maratona de Berlim, recebendo cerca de 130 mil euros.
Comparando, é uma perspectiva bem parecida como a que, no Brasil, todo garoto sonha, quando criança em ser um jogador de futebol não pelo esporte em si, mas pela ideia de mobilidade social que ele traz. Não é um fenômeno criado pela organização da Maratona de Berlim, mas foi a que melhor se aproveitou desta mentalidade.
E isso não somente aos mais novos: Haile, em 2008, preferiu não ir às Olimpíadas de Pequim, sob a alegação que a alta poluição da cidade lhe faria mal, preferindo Berlim, em uma edição organizada para ele não somente vencer, mas ser o primeiro homem abaixo das 2h04. Ninguém o culpou de trair a pátria, pelo contrário: após sua aposentadoria, vive e tem status de rei em seu país natal, Etiópia.
Kipchoge e Kipsang, bem como outros, também esvaziaram o field do Mundial de Atletismo em Londres, em busca de provas rápidas e cachês gordos nas próximas três Majors até o final do ano. Aqui, ser o mais rápido de todos os tempos, converte-se em poder aquisitivo, status social e estabilidade para toda família. Não basta apenas ganhar uma corrida, pois nesta eles têm que vencer todos os que aparecem no dia. Mas para marcar um novo recorde mundial, você tem que vencer todos que já apareceram. E, para eles – incluindo Kipchog – o melhor local para conseguir isso é em Berlim.

OS RECORDES MUNDIAIS EM BERLIM
1998 Ronaldo da Costa (BRA) 2:06:05
2003 Paul Tergat (QUE) 2:04:55
2007 Haile Gebrselassie (ETI) 2:04:26
2008 Haile Gebrselassie (Eti) 2:03:59
2011 Patrick Makau (QUE) 2:03:28
2013 Wilson Kipsang (QUE) 2:03:23
2014 Dennis Kimetto (QUE) 2:02:57
2017 Kipsang, Kipchoge 

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