Sem categoria André Savazoni 29 de março de 2011 (0) (162)

Reflexões sobre saúde e corrida

O crescimento da corrida de rua no Brasil nos últimos anos é extremamente benéfico para o esporte e para a vida.

Ganham os organizadores, patrocinadores, jornalistas, corredores e todos os profissionais envolvidos diretamente na modalidade, como treinadores, nutricionistas e médicos.

Em 2011, por exemplo, de acordo com a Secretaria de Esportes e Lazer de Campinas, no interior de São Paulo, a previsão é de 27 provas oficiais de rua. Em 2010 foram 20 e, em 2009, 15. E essa evolução repete-se pelas principais cidades de todo o País.

No nosso cotidiano, estamos sempre conhecendo estreantes no esporte, ouvindo histórias de quem dá os primeiros trotes, sonha com os 10 km… Em um País com evolução das taxas de obesidade, inclusive na infância e na adolescência, essa é uma ótima maneira para tentarmos reverter rapidamente esse quadro.

Agora, confesso, em alguns momentos, me assusto com esse crescimento. Há pessoas conscientes, sem dúvida, mas inúmeras outras que esquecem dos riscos que a corrida pode oferecer. É gostoso, nos faz sentir bem? Claro. Incentivo a todos que vêm conversar comigo para começar a correr. Porém, considero que alguns limites estão sendo deixados de lado.

Participar de provas é muito legal. Desafiar nossos limites, traçar metas, baixar marcas pessoais. Tudo perfeito. Agora, é preciso, antes de mais nada, cuidar da saúde. E, literalmente, não dar um passo maior do que aguentamos no momento. Não somos atletas profissionais. Temos nossa profissão, família, amigos…

Muitos deixam de lado um acompanhamento médico anual, alguns exames de sangue e de esforço que darão o sinal verde para seguir correndo. Me preocupa, em muitas provas que participo, ver pessoas fazendo um esforço acima do que deveriam fazer. Passando a impressão que vão desmaiar a qualquer momento. Quando não desmaiam! Correndo novas distâncias sem se preparar corretamente. A conversa de que quem corre 10 km corre 15, quem corre 15 corre 21 km, não é bem assim. Pode até completar a distância, mas “correr a prova”, é outra conversa.

Vamos continuar incentivando e participando desse crescimento da corrida de rua no Brasil, com certeza, mas sem esquecer que somos humanos e que, como toda prática que exige esforço, há riscos que precisam ser levados em conta.

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