FRATURA NA PISTA
Há um mês sofri uma fratura (total) de stress no colo do fêmur quando corria em uma pista de 200 m, cujas curvas são acentuadas. Fiz cirurgia e hoje tenho uma placa e 4 parafusos. Gostaria de saber se a medida da pista pode ter contribuído para um maior esforço muscular e ósseo, culminando na fratura. Também gostaria de saber se poderei voltar a fazer esforço físico novamente, praticar corrida, academia… Meu médico diz que sim, mas gostaria de uma opinião de alguém do esporte.
Dione Martinazzo, Por email
Pode ser até que a medida reduzida da pista tenha contribuído para um maior esforço físico, porém não foi o fator determinante para o desencadeamento da fratura de stress que você sofreu no colo do fêmur. A fratura por stress é uma condição ortopédica grave, caracterizada pelo desbalanço entre a reabsorção e a deposição de cálcio no osso, fruto da sobrecarga cíclica e repetitiva sobre os membros inferiores e desencadeada durante períodos de treinos muito intensos sem o devido repouso. No seu caso foi realizada a cirurgia para fixar a fratura do colo do fêmur, e portanto você necessitará de um período de repouso muito mais prolongado e um trabalho fisioterápico mais criterioso. Tenha confiança que você retornará a correr se seguir os conselhos de sua equipe médica e de seus fisioterapeutas.
FRATURAS DIVERSAS
Em fevereiro do ano passado fraturei tíbia a perônio, fiquei com placa e cinco parafusos no lado de fora do tornozelo e na parte de dentro com dois parafusos. Desde essa cirurgia que sinto meus dedos doerem e uma dormência em cima do pé em direção ao dedão. O médico diz que não é dormência e sim uma grande sensibilidade nesta área. Agora em outubro fiz retirada da placa e de cinco parafusos, os outros dois terei que ficar com eles. Sinto que a dormência é maior neste lado dos dois parafusos. Estou fazendo fisio todos os dias, meu andar melhorou, mas sinto dificuldade em andar descalça e na areia de praia. Isso é normal em quem tem esse tipo de fratura? Quando digo ao médico que os dedos doem, ele diz que não tem relação nenhuma com a fratura, que não tem explicação. Não me conformo, porque antes eu não sentia isso. Penso que talvez seja melhor fazer uma ressonância do pé, o que vocês acham? Fui a um angiologista, que ele fez ultra das minhas pernas para ver como está a parte circulatória; está bem e compatível com minha idade (51 anos). Não posso mais correr nem andar rápido; ficarei assim para sempre ou voltarei a andar normal?
Sonia Pereira, Recife, PE
A fratura dos ossos da perna, tíbia e fíbula (antigo perônio), consolida bem na maior parte dos casos. Porém, não creio que a dormência no dorso do seu pé e a dor nos seus dedos estejam relacionados à fratura, opinião também compartilhada pelo seu médico. Você não relatou como foi a acidente que originou sua fratura, mas pode ter ocorrido alguma lesão neurológica em decorrência do mesmo. O ultra som da sua perna não vai trazer nenhuma informação relevante ao que você está apresentando, pois na minha opinião o problema é neurológico e não vascular. Creio que a melhor conduta agora seja realizar um exame de eletroneuromiografia do membro inferior acometido para estudar a integridade neurológica e determinar se esta é a causa de suas dores e dormências. A ressonância magnética que você menciona também pode ser realizada para visualizar estruturas como tendões ou ligamentos que podem estar acometidos.
TROMBOSE VENOSA
Tive uma trombose venosa profunda. Quando vou poder fazer exercício tipo caminhada ou correr?
Beth Telva, Por email
A trombose venosa profunda é uma condição grave que se traduz por um coágulo sanguíneo que se forma e entope alguma veia do sistema venoso profundo (portanto não sendo possível visualizá-lo a olho nu) da panturrilha, e origina um quadro clínico caracterizado por dor, vermelhidão, calor local e empastamento (endurecimento) da musculatura da panturrilha. Longos períodos de inatividade dos membros inferiores, como em posição sentada principalmente, são predisponentes ao desenvolvimento da TVP, portanto é válida a recomendação médica de se movimentar e caminhar frequentemente durante longas viagens de avião ou carro. A terapêutica é composta de medicação anticoagulante por boca e repouso relativo, mas a liberação para exercícios de caminhada e/ou corrida somente após a alta médica.
BURSITE DE OMBRO
De uns anos para cá venho sentindo muitas dores nas articulações, principalmente, quadril, ombros, cotovelo e punho. A última foi no ombro esquerdo. A intensidade foi tanta que, embora eu seja super resistente a dor, chorei feito criança. Fui numa emergência e lá me disseram que eu estava com bursite por conta de uma calcificação óssea. Há 3 anos tive o mesmo diagnóstico no quadril, com dor insuportável. Por que isso ocorre? E tem cura? Tenho 48 anos; a idade tem a ver? Quem olha pra mim pensa que sou a mais saudável do mundo, pois sou magra, esguia e no entanto vivo morrendo de dor; cada dia é numa articulação. Já fiz exame para ver se era reumático e não deu nada. Já estou desesperada, pois para trabalhar tem sido uma dificuldade. Aguardo uma resposta que me dê uma luz.
Janete Rocha, Por email
A bursite de ombro é uma condição inflamatória que acomete uma estrutura da articulação do ombro chamada de bursa subacromial, denominada assim por causa de sua localização abaixo de uma ponta de osso, e pode ser agravada pela calcificação em tendões tal qual você apresenta. A calcificação sempre é óssea, e nada mais é do que um acúmulo de tecido calcificado (como pontos de osso) em outros tecidos, como tendões ou ligamentos. Extremamente dolorosas, as calcificações surgem por cargas excessivas nestas estruturas e impedem o bom funcionamento dos tendões, gerando um ambiente propício a dor e inflamações. Fisioterapia é o tratamento de escolha pelo menos inicialmente, e medicação analgésica pode ser prescrita conjuntamente. Tome cuidado com as infiltrações, que são injeções de drogas chamadas de corticóides, aplicadas no interior das articulações, pois os medicamentos utilizados possuem efeitos colaterais sérios. Porém suas outras dores não são explicadas pela bursite do ombro, e lembram um quadro de fibromialgia ou alguma doença reumatológica. Consulte um reumatologista para a avaliação adequada do seu caso.
ARTROSE DE JOELHO
Estou com artrose e tendinite no joelho esquerdo; não consigo correr e até mesmo ficar com o joelho dobrado por 10 minutos. Já fiz vários tratamentos e não consigo melhoras; gostaria de orientações.
Leônidas Pereira da Silva, Por email
A artrose de joelho é uma condição que implica em um desgaste da cartilagem da articulação, um tecido ultra-especializado que reveste as superfícies articulares dos ossos que compõem a articulação do joelho, cujo tratamento é muito demorado e com resultados muitas vezes aquém das expectativas dos pacientes. A tendinite é uma inflamação que acomete as bainhas (membranas de revestimento) dos tendões, cuja melhora é atingida através de repouso relativo, mudança temporária de atividade, uso de medicação antiinflamatória e sessões de fisioterapia. Temos diversos tendões na região do joelho, assim como ligamentos que também podem estar acometidos no seu caso, sobretudo se não consegue ficar com o joelho dobrado por mais de 10 minutos. Talvez você necessite ouvir outras opiniões médicas para uma conclusão mais efetiva sobre seu caso e determinar qual o rumo a ser tomado no tratamento.
CARTILAGEM DO JOELHO
O uso de Trigosamina, composto de glicosamina, condroitina e Hyaluronatede, ajuda realmente a proteger a cartilagem do joelho? Tenho uma artrose no JE que surgiu após anos de corrida, conjugado com uma artroscopia.
Renato Chaves,Rio de Janeiro, RJ
A condição de osteoartrose articular, ou simplesmente artrose, surge a partir de diversos fatores, como genética e peso, e ainda é exaustivamente estudada pela medicina, pois vários aspectos desta doença não estão completamente elucidados. Extremamente controverso o quanto seus anos de corrida influenciaram no desenvolvimento da artrose, já que os fatores são inúmeros. Os chamados condroprotetores de forma geral são prescritos com o intuito de auxiliar na regeneração da camada de cartilagem que reveste a superfície óssea internamente à articulação. Normalmente são compostos pelos sulfatos de glicosamina e de condroitina, já que o ácido hialurônico (nome comercial Hyaluronatede) não faz parte da maioria destes compostos vendidos comercialmente, mas creio que vale a pena tentar. Utilize a dose recomendada por três meses, pare por um mês, volte novamente por mais três meses e observe os resultados.
INFECÇÃO VIRAL
Pratico corrida desde 1993, tenho 54 anos, e em 2008 sofri uma infecção viral por herpes zoster no ouvido direito, que deixou sequelas de labirintite e desequilíbrio. Fiz diversos tratamentos sem sucesso. Esta anomalia cada dia que passa me prejudica muito em meus treinamentos, e tem me causado desânimo e até vontade de parar de correr e fazer outra atividade, como caminhada. Mas gosto muito de participar de competições e já fui a várias corridas, inclusive São Silvestre e Volta da Pampulha e outras de nossa região. Gostaria de saber se correr prejudica ainda mais esta minha situação?
Marcelo Martins Pinto, Barra Mansa, RJ
Sinto pelo seu quadro infeccioso. O melhor parâmetro que você pode utilizar para determinar se a corrida ou a caminhada estão prejudicando sua condição é como você se sente correndo ou caminhando, se tem dores, tonturas ou sensação de desequilíbrio. Não creio que o exercício físico vá contribuir para a piora do seu quadro clínico, seja corrida ou caminhada, mas fique atento aos seus sintomas. Você também pode treinar em ritmo mais lento para testar se isto lhe causa algum sintoma desagradável, ou experimentar outras modalidades físicas, como natação, bicicleta, musculação ou pilates. O importante é procurar se manter ativo.
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tive desgaste da cartilagem no joelho direiro e me curei tomando geleia de pé de galinha. Me medico ortopedista, concordou e passei monitorar meu ácido urico porque a geleia de pé de galinha é riquissíma em calcio. Me curei. Se necessitarem de maiores informações sobre o assunto favor de entrar em contato. Passo todas as informações.