Há algum tempo conheço esta prova, que a cada ano vem ganhando mais destaque e interesse, e que já foi motivo de reportagem na CR. Em setembro tomei a decisão de participar do evento e fui convidando meus amigos e alunos da assessoria (D-Run) que dirijo em Campinas. Um mês se passou e muitos já estavam inscritos e adorando a idéia de enfrentar este grande desafio, sendo que alguns nunca haviam feito prova semelhante e nem sequer uma maratona.
O fim do ano veio chegando e ao fecharmos nosso pacote, já estávamos com 9 equipes, entre elas vários casais. Janeiro foi um mês de muitos treinamentos fortes e bem específicos, entre eles várias idas e vindas à Pedra Grande em Atibaia, por varias trilhas que lá existem, além de um mega treino nas trilhas da cidade de Extrema.
Fora os treinos, preparávamos a nossa tralha, como barracas, sacos de dormir, mochilas, entre outros vários itens exigidos pela prova. Saímos dia 1º de fevereiro, para São Paulo, depois Buenos Aires, Bariloche e finalmente San Martin de los Andes, após longas 16 horas de viagem. No dia seguinte, nos apresentamos à organização, recebendo muitas orientações, sobre a dinâmica da prova.
Dia 3 às 13 h partiu nossa caravana para o 1º acampamento na costa do Lago Ruca Choroi, onde chegamos por volta das 17 h, com frio, que só foi aumentando pela noite, chegando a menos de zero grau, devidamente sentido nas barracas.
1ª ETAPA: Após uma caminhada de 3 km chegamos à beira de um lago maravilhoso e às 9h30 aconteceu a largada. Competia em dupla mista, com Cyntia Terra, e saímos bem, mantendo um ritmo forte e fechando em 2h37, apenas 3 minutos atrás da dupla vencedora da etapa. Depois caminhando para o acampamento, buscar o container com toda a tralha, montagem de barraca, almoço e descanso, pois no outro dia teríamos um dia muito difícil.
2ª ETAPA: A largada foi conforme o tempo de chegada da véspera, e dessa forma saímos logo na primeira bateria, largando as outras a cada 15 minutos, para não haver congestionamento nas trilhas. Após 3 km no plano, enfrentamos uma subida muito íngreme, com galhos, pedras soltas e depois muita areia. Após 4h13 terminamos esta etapa nas margens do lago Moquehue, em 9º lugar no geral e novamente 2º na categoria. Como éramos os primeiros da equipe, já cuidávamos de pegar os containeres dos demais, que iam chegando aos poucos, e posicioná-los no acampamento. Nesta noite tivemos a companhia de uma noite de balada da comunidade daquela região, que rolou até ás 4h30 da madrugada. Não foi fácil dormir.
3ª ETAPA: Novamente largamos forte e entramos na trilha rumo ao topo entre os primeiros, descobrindo depois que isto sempre foi muito importante, ao evitar um congestionamento que acontecia com a galera que vinha atrás. Mantivemos nosso ritmo e terminamos novamente em 2º lugar com tempo de 3h31, atrás da mesma dupla argentina, Daniel e Natalia, com quem sempre conversávamos durante a prova e ao término de cada etapa, desta vez nas redondezas do Paso Icalma, já na região de fronteira com o Chile.
Todas as equipes D-Run completaram, sem lesões e com uma alegria e união de grupo que vem se tornando uma marca nossa.
PROVA DURA E DIFERENTE
– A Cruce de los Andes acontece em fevereiro, há 10 anos, na região da Patagônia Argentina e Chilena.
– A competição é em duplas, sendo obrigatório correr os 2 sempre juntos.
– 6 categorias: 4 masculinas (até 80 anos: soma da idade dos dois atletas; 81 a 100 anos, 101 a 110 e 111 anos ou mais); 1 feminina e 1 mista.
– Três dias de prova, correndo, andando, escalando, despencando, em média 30 km cada etapa.
– Taxa de inscrição de US$ 525 (por pessoa), com direito a refeições, transporte, suporte médico, camiseta e outros brindes.
– Neste ano, a maior participação de duplas brasileiras: 74!
– Inscrições (a partir de agosto) e mais informações no site: www.columbiacruce.com