Sem categoria admin 4 de outubro de 2010 (0) (107)

Brasileiros buscam o pódio em Pequim

As mais emocionantes conquistas olímpicas do Brasil foram alcançadas por representantes do atletismo. Principal esporte dos Jogos, o atletismo teve no triplista Adhemar Ferreira da Silva o primeiro sul-americano bicampeão olímpico em provas individuais, ainda na década de 50. Joaquim Cruz foi outro a subir no ponto mais alto do pódio, nos 800 m, já nos anos 80. Em 2004, em Atenas, na primeira edição olímpica do 3º Milênio, Vanderlei Cordeiro de Lima ganhou bronze na maratona, em situação de tal forma dramática que a conquista teve sabor de ouro.

José Telles da Conceição (salto em altura), Nelson Prudêncio (triplo), João Carlos de Oliveira (triplo) e Róbson Caetano da Silva (200 m) foram os outros brasileiros ganhadores de medalhas olímpicas em provas individuais. Robson subiu ao pódio também no 4×100 m, assim como Arnaldo de Oliveira, André Domingos, Edson Luciano, Claudinei Quirino e Vicente Lenilson.

Ao todo, são 13 as medalhas conquistadas pelo atletismo para o país. É este número que a equipe brasileira tentará aumentar nos Jogos de Pequim, que terá o torneio de atletismo realizado de 15 a 23 de agosto. No total, 36 atletas disputarão provas individuais. Outros 9 irão para completar as equipes de revezamento.

Todos os convocados vão a Pequim depois de superar os duros índices internacionais. O Brasil também se classificou para disputar três das quatro provas de revezamento (4×100 m masculino, 4×100 m feminino e 4×400 m feminino), por estar entre as 16 melhores equipes do Ranking Mundial 2007-2008.

Entre os brasileiros com boas chances de subir ao pódio na capital chinesa está Jadel Gregório. Especialista na mesma prova de Adhemar, Prudêncio e João Carlos, Jadel tem no currículo um salto de 17,90, de 2007. É o melhor já conseguido pelos triplistas em atividade, o que faz do paranaense de Jandaia do Sul candidato natural à conquista de uma medalha.

Este ano, até meados de julho, a melhor marca do triplista era 17,28. No entanto, para Jadel, "o importante é saltar bem na hora certa (durante os Jogos de Pequim)". Em 2004, ele foi o 5º colocado em Atenas e no ano passado ganhou ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, e prata no Mundial de Osaka.

Outro nome citado pelos especialistas como favorito ao pódio é o de Maurren Maggi. Este ano, ela já marcou 6,99 no salto em distância – segunda melhor marca da temporada (a primeira pertence à russa Lyudmila Kolchanova, com 7,04). Medalha de prata no Mundial Indoor de Valência, na Espanha, em março último, Maurren acha que pode melhorar até o início dos Jogos. "Se soltar um pouco mais, posso ultrapassar os 7 m", diz a atleta de 32 anos, nascida em São Carlos (SP). O treinador Nélio Moura prevê que, para subir ao pódio, a marca mínima será próxima de 6,97. "E a Maurren já vem conseguindo isto", afirma.

Fabiana Murer, de 27 anos, é uma das integrantes do seleto grupo de mulheres que já superaram a marca de 4,80 no salto com vara. Na temporada, ela está atrás apenas da russa Yelena Isinbayeva, recordista mundial com 5,03, e da campeã norte-americana, Jennifer Stuczinski, que tem 4,90. Outras adversárias importantes da brasileira são a russa Svetlana Feofonova e a polonesa Monika Pyrek. Feofonova já foi recordista mundial e Pyrek dividiu com Fabiana o 3º lugar no Mundial Indoor de Valência. Ambas já superaram os 4,80.

Por sua vez, a paulista de Campinas, de 27 anos, pela primeira vez superou os 4,70 no Troféu Brasil Caixa, em junho último. Primeiro, superou a barra colocada a 4,71 e depois, a 4,80. A vantagem da brasileira, no caso, é que ela chega bem a Pequim, tanto que, a um mês do início do torneio olímpico, é a número 3 do Ranking Mundial.

Marilson dos Santos é nome respeitado nas disputas internacionais de maratona. Depois de sua vitória em Nova York, em 2006, e da marca obtida em Londres, no ano passado, quando correu abaixo de 2h09 (fez 2:08:37), o brasiliense entra sempre nas listas de favoritos. O treinador Adauto Domingues, porém, lembra: "A maratona sempre apresenta uma disputa aberta". Isto é, nem sempre o favorito – ou mesmo um grupo de favoritos – ao final subirá ao pódio. Em 2004, por exemplo, o então recordista mundial Paul Tergat, do Quênia, terminou em 11º lugar. No feminino, a favoritíssima britânica Paula Radcliffe não completou a prova. Para Adauto, importante é considerar que Marilson está bem preparado, "em condições de competir com os melhores do mundo".

Também inspira confiança o 4×100 m masculino. O revezamento nacional foi à final nos três últimos Jogos Olímpicos. Ganhou bronze em Atlanta 1996 e prata em Sydney, quatro anos depois. Em Atenas, ficou em 8º lugar. Em 2007, o quarteto brasileiro ganhou o tricampeonato no PAN e foi o 4º no Mundial de Osaka, com 37.99. "Foi uma bela performance", lembra o técnico Jayme Netto Jr., responsável pela prova.

Vicente Lenilson e Sandro Viana – da equipe titular nos principais eventos de 2007 – são nomes certos. Jayme deverá escolher os outros dois titulares entre quatro nomes: José Carlos Moreira, Bruno Lins, Nilson André e Rafael Ribeiro. A lista completa dos integrantes da equipe brasileira, com um pequeno currículo de cada um, está em texto à parte.

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