Performance e Saúde admin 4 de outubro de 2010 (0) (213)

Atenção Magrinhas!

A amenorréia acontece quan­do uma mulher que já menstruou passa três ou mais meses sem fluxo menstrual. Esta condição pode ser causada pela presença de tumores, doenças endócrinas, estresse emocional, assim como pela perda de peso intensa. Apesar de algumas mulheres gostarem da situação por não terem que lidar com alguns desconfortos, a amenorréia pode estar ligada a sérios problemas de saúde, como perda de cálcio dos ossos, o que pode causar um aumento de até três vezes o número de fraturas, assim como o desenvolvimento de osteoporose precocemente. A amenorréia também torna mais difícil a gravidez, o que se constitui um problema para as corredoras que pretendam iniciar uma família.

Apesar de a amenorréia não ser uma condição exclusivamente presente em atletas, esportes que diminuem muito o percentual de gordura do corpo aumentam o número de casos. Na população em geral, a proporção de amenorréicas varia entre 2 e 5%, enquanto em atletas pode chegar a até 44%. É importante entender que não é o treino que causa a condição e sim a má alimentação. Nem toda atleta magra tem disfunções menstruais. O que faz com que a menstruação deixe de ocorrer são as dietas extremamente restritivas. O fluxo acaba cessando devido à falta de combustível para manter o processo menstrual.

COMO RESOLVER O PROBLEMA? Caso a mulher não esteja menstruando, ela deve procurar um médico para se certificar de não estar passando por nenhuma alteração hormonal ou simplesmente para saber se não está grávida. E, caso esteja lutando para encontrar um equilíbrio entre sua dieta e seu treino, deve procurar um nutricionista com especialização em esporte. No site do Conselho Federal de Nutricionistas existem links para os conselhos de cada estado e também contatos de profissionais com diversas especializações dentro da nutrição (www.cfn.org.br).

É possível atingir um melhor equilíbrio entre gasto e consumo calórico treinando de 5 a 15% a menos e comendo um pouquinho a mais. Caso treinar menos esteja fora de seus planos, simplesmente consuma mais calorias a fim de dar suporte a sua rotina de exercícios. Geralmente 15 calorias para cada 500 g de peso corporal são suficientes para o dia-a-dia. Ou seja, se você pesa 50 kg, precisará de 1500 calorias diárias mais a quantidade perdida durante o treino ou atividade física. Por exemplo, se você corre 16 km e queima 1000 calorias seu consumo total deverá ser de 2500 calorias (1500 + 1000).

DICAS PARA AJUDAR A REGULAR O CICLO MENSTRUAL

1) Livre-se da balança do banheiro. O controle do peso é uma das preocupações da corredora. Porém, ao invés de se pesar diariamente e de confiar no peso do ponteiro deixe seu corpo se adaptar à dieta e a atingir o peso ideal e natural mais apropriado à sua genética. Mais importante do que o peso é sua composição corpórea, que determinará o quão saudável está.

2) Tire umas férias da dieta, mesmo ainda tendo alguns quilos a perder. Se você não consegue se livrar da compulsão para perder peso, retire apenas 100 a 200 calorias da sua dieta e em um ano terá perdido de 5 a 10 kg. Esta estratégia é mais fácil de ser implementada e mantida do que o caos alimentar que acompanha a maioria das dietas para emagrecimento. Se você sente-se faminta o tempo todo e não consegue parar de pensar em comida, provavelmente está consumindo poucas calorias para seu treino.

3) Consuma mais proteína. Quando você consome poucas calorias acaba queimando a musculatura para satisfazer as necessidades energéticas do corpo. Com menos massa muscular, os ossos tornam-se mais fracos. Além disso, a manutenção da massa muscular é essencial para a prevenção de lesões. Uma atleta de 60 kg deveria consumir entre 60 e 90 gramas de proteína ao dia.

4) Ingira pelo menos 20% das calorias diárias através de gorduras saudáveis. Se você acredita que a ingestão de gorduras a deixará gorda, pense novamente. Muita gordura realmente engorda, porém a quantidade adequada (40 a 65 gramas diárias) é uma parte importante da dieta do atleta. Os lipídios são componentes das membranas celulares, proporcionam melhor adaptação ao frio, nos mantêm saciados por mais tempo e melhoram a absorção das vitaminas A, D, E e K. Boas fontes incluem nozes, castanhas, peixes como o salmão, azeite de oliva e abacate.

5) Aumente a ingestão de alimentos ricos em cálcio. O cálcio é um mineral fundamental para a manutenção de uma densidade óssea adequada, além de ser imprescindível para a contração muscular. Leite, queijo ou leite de soja fortificado com cálcio no café da manhã, vegetais verde-escuros no almoço e no jantar, e um iogurte na ceia são opção que a ajudarão a manter seus ossos fortes e saudáveis. A terapia anticoncepcional pode ser importante neste processo, porém sem o consumo adequado de cálcio não oferecerá proteção para seu sistema esquelético.

6) Fique de olho em comportamentos inapropriados. Algumas atletas apresentam transtornos alimentares como a anorexia e a bulimia. Ambas são caracterizadas como doenças psiquiátricas que, além de trazerem complicações nutricionais, podem ainda levar a distúrbios emocionais e sociais. A anorexia nervosa caracteriza-se por uma perda de peso acentuada e intencional em decorrência de dietas extremamente restritivas, geralmente ocasionadas por uma percepção distorcida da imagem corporal e por um medo intenso de ganho de peso. Já a bulimia é um transtorno alimentar caracterizado por episódios periódicos de compulsão alimentar, seguidos de comportamentos compensatórios inadequados (indução ao vômito, uso de laxantes e/ou diuréticos), com o objetivo de evitar o ganho de peso. Tanto a anorexia quanto a bulimia podem trazer um sério risco de vida para as atletas. Por isto, se você considera o seu comportamento alimentar (ou de uma pessoa próxima) inapropriado, procure ajuda.

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