Cresce o número de maratonistas, com 40 mil correndo provas de 42 km no Brasil este ano, contra 30 mil no ano passado

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POR TOMAZ LOURENÇO

Tendo por base as provas com percurso aferido que foram consideradas para o Ranking Brasileiro de Maratonistas deste ano, elaborado pelo site CR, constata-se o crescimento de participantes encarando os 42,2 km, com um acréscimo de 10 mil corredores, em comparação com 2023. O arredondamento para baixo, em relação à tabela, deve-se ao fato de muitos corredores fazerem mais de uma maratona.

A evolução se deu principalmente pelo aumento de participantes no Rio de Janeiro, mas também pelo surgimento de 5 maratonas (Ribeirão Preto, Cascavel, New Balance Porto Alegre, Londrina e Pomerode) em 2024.

A evolução se deu principalmente pelo aumento de participantes no Rio de Janeiro, mas também pelo surgimento de 5 maratonas (Ribeirão Preto, Cascavel, New Balance Porto Alegre, Londrina e Pomerode) em 2024.

Sem dúvida que nossa principal maratona é a do Rio, que soube nestes últimos anos se tornar a mais desejada, ao oferecer um evento festivo, tecnicamente correto, com percurso plano e bonito, compensando o clima por vezes pouco amistoso para os 42 km, ao fazer as largadas a partir das 5 horas e no mês mais favorável, junho.

Sua expansão este ano foi significativa, pelo volume que representa, e não tanto pelo percentual de 33,2, fruto de 2.447 concluintes a mais. Outras provas tiveram evolução muito mais expressiva, a começar pela de Brasília, mas seus números ainda são modestos; já a outra da capital federal conseguiu um grande salto, em função de ter se inserido em um novo circuito sul-americano de “Majors”, o Mega Finisher.

Entre os destaques, também a de Florianópolis, que por razões diversas (entre elas a concorrência com a do Rio) não consegue atrair tantos maratonistas como a de Floripa, em agosto, em percursos muito semelhantes, assim como o clima. Continuando em Santa Catarina, a de Jurerê obteve dados expressivos em seu segundo ano, com tendência para manutenção desse crescimento.

Já no que se refere às outras grandes maratonas brasileiras, a de São Paulo avançou positivamente, porém em menor grau que a “concorrente” SP City, que parece ter assumido de vez o título da maior na capital paulista. Salvador está se mantendo firme, mesmo com o problema de clima de todas as provas do Nordeste, assim como Curitiba, cujo percurso não é nada favorável.

Porto Alegre merece uma avaliação à parte, pelos gigantescos transtornos que passou a cidade em 2024 e que obrigou a mudança de data da maratona, afetada ainda pela não operação do aeroporto da capital gaúcha, lembrando que a prova tradicionalmente sempre atraiu corredores de fora, em busca de boas marcas, graças ao trajeto plano e clima frio, que não foi o caso este ano.

O mesmo problema de data afetou negativamente a de Blumenau, mas aqui por decisão do organizador, que saiu do tradicional último domingo de julho por razões logísticas/econômicas, mas que estará voltando para 27/07 em 2025. Igualmente Manaus sofreu com o clima, forçando a mudança para o final do ano, e o resultado foi a queda de participantes, daí a ida para abril, no próximo ano.

As da Fila SP, Vitória e Sorocaba deverão continuar a atrair cada vez mais inscritos, com chances de chegarem a casa de mil corredores, assim como pode ocorrer com algumas das estreantes, notadamente Pomerode, sem contar a que deve se consolidar de vez em 2025, entre as procuradas para a obtenção de rápidos resultados, ou seja, a NB de PoA. 

Também merecedora de atenção a de Londrina, que começou muito bem, da mesma maneira que as duas relativamente novas de João Pessoa, enquanto a de Foz do Iguaçu se mantém como uma das poucas a premiar em dinheiro nas faixas etárias, atraindo corredores bem preparados.

No quadro abaixo, os dados de nossas maratonas oficiais (válidas para o Ranking CR 2024), reforçando que estão explicitados apenas os concluintes nos 42 km desses eventos, geralmente com mais 3 distâncias (5, 10 e 21 km), e que em média os maratonistas representam menos de 20% do total de participantes.

CONCLUINTES NOS 42 KM DAS MARATONAS BRASILEIRAS COM PERCURSO AFERIDO

Prova20232024Variação (%)
Ribeirão Preto386
Blumenau794245-69,2%
São Paulo3.1553.871+22,6%
Cascavel114
João Pessoa364477+31,0%
Brasília101305+201,9%
NB Porto Alegre1.230
Uberlândia280312+11,4%
Ponta Grossa88108+22,7%
Natal114
FMO Olinda*22889
Rio de Janeiro7.3659.812+33,2%
Florianópolis355763+114,9%
Inter. Olinda*470
Londrina587
Campo Grande198294+48,4%
Manaus577408-29,3%
Campinas131167+27,4%
SP City3.2684.691+43,5%
Inter. João Pessoa609514-15,6%
Goiânia114212+85,9%
Fila SP335495+47,7%
Vitória363563+55,0%
Floripa2.8353.771+33,0%
Foz do Iguaçu472503+6,5%
Salvador8401.211+44,1%
Porto Alegre4.0862.412-41,0%
Pomerode822
Jurerê351630+79,4%
Curitiba2.4222.848+17,5%
Pelotas251222-11,6%
Sorocaba579932+60,9%
Monumental6841.645+140,4%
TOTAL30.84541.223+33,6%

Obs.: Provas sem dados em 2023 porque aconteceram pela primeira vez em 2024 ou não ocorreram no ano passado.

* A Maratona FMO de Olinda de 2023 se dividiu em duas este ano, surgindo também a Internacional.

** Deixaram de ser consideradas as provas de Niterói, por não medição do percurso, de Tubarão, por erro na aferição da distância, de Recife, por não divulgar os resultados, e de Criciúma pelas muitas falhas verificadas.


Tomaz Lourenço é jornalista, 77 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04. Contato: tomazloureno1947@gmail.com

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