Notícias Redação 28 de fevereiro de 2018 (0) (159)

10ª Maratona de Foz do Iguaçu

Após quatro anos sem vitória de brasileiros na elite masculina, Edson Amaro Arruda dos Santos, de Juazeiro, BA, foi o campeão da 10ª Maratona Internacional de Foz do Iguaçu, que ocorreu dia 24 de setembro. O topo do pódio feminino ficou para a queniana Ednah Mukhwana. A prova é considerada a mais acolhedora do Brasil, mas também a mais difícil, por conta da alta temperatura e do perfil altimétrico. A realização é do Sesc Paraná, em parceira com a Prefeitura de Foz do Iguaçu, Parque Nacional do Iguaçu e conta com patrocínio da Itaipu Binacional e Caixa Econômica Federal.
Sob forte sol, subidas pesadas e calor intenso, o vencedor brasileiro liderou a prova desde a largada, na Usina da Itaipu Binacional, abrindo quase um minuto do segundo colocado, Sérgio Celestino da Silva, ao cruzar o tapete de chegada no Parque Nacional do Iguaçu. Apesar da vitória queniana no feminino, os outros quatro degraus do pódio ficaram com brasileiras.
Em paralelo à prova de 42,195 km, foram realizadas a corrida de revezamento de 300 duplas, em que cada participante percorria 21 km, e a etapa do Circuito Sesc Caminhada e Corrida de Rua de Foz do Iguaçu, com percurso de 11,5 km, e mais de 1.400 participantes, que largaram no portal de entrada do Parque Nacional do Iguaçu e chegada nas Cataratas.
A largada geral da maratona foi às 6h30, o que ajudou um pouco em relação ao calor. O abastecimento compreendia água a cada 3 km até o km 30, e depois a cada 2 km. Havia ainda 10 pontos com isotônico e outros alimentos pelo percurso. Resultados completos em www.sescpr.com.br/maratona
Tradicionalmente, a Maratona de Foz atrai corredores competitivos, em parte pela premiação em dinheiro das faixas etárias, fato raro em nossas corridas atualmente. Talvez por isso seja sempre alto o percentual de ingressos no Ranking da CR, que neste ano envolveu 42% dos concluintes, só perdendo para o verificado em Porto Alegre (46%), onde o percurso é plano e a temperatura fria.

PÓDIOS DA MARATONA
1 Edson Amaro Arruda Santos 2:20:59
2 Sérgio Celestino da Silva 2:21:58
3 Orlando Javier Elizeche 2:24:34
4 Kiprop Mutai 2:26:42
5 Marcos Antonio Pereira 2:27:34

1 Ednah Mukhwan 2:43:25
2 Simone Ponte Ferraz 2:47:36
3 Maria de Fátima de Souza 3:04:31
4 Dione Chillemi 3:09:51
5 Michelini Ferreira 3:13:29

 

DEPOIMENTOS – MARATONA DE FOZ DO IGUAÇU

Ótima organização
"Uma das mais organizadas de todo o Brasil. Percurso lindo e desafiador, saindo da Usina Hidrelétrica de Itaipu, percorrendo o centro de Foz do Iguaçu e chegando no Parque Nacional do Iguaçu, sem antes, no km 41, avistarmos a tão famosa e linda Cataratas do Iguaçu.
Organizada pelo Sesc, a prova não deixa nada a desejar em comparação com as melhores da América do Sul. Na inscrição exige-se atestado médico para maior segurança do competidor. Kit muito bom (camisa e bolsa), largada sempre cedo; boa relação de hotéis conveniados, onde na véspera a organização passa em horários marcados para levar os atletas até o local de retirada do kit e, também, no dia, para a largada.
Hidratação esteve impecável, incluindo em determinados pontos Coca-Cola, isotônico e frutas. Apuração e premiação rápida dos vencedores, tanto no geral quanto nas faixas etárias. Corri em Foz do Iguaçu pela terceira vez e é sempre um prazer. Quem não a fez ainda, recomendo. Vale muito a pena. O ponto negativo neste ano (excepcionalmente), foi a demora e o tumulto na entrega do kit, pois havia um evento ocorrendo no mesmo local e dia."
Marcos Albert, de Maringá-PR

Várias surpresas positivas
"A escolha de Foz do Iguaçu para ser a minha sexta maratona foi meio por acaso, pois tinha milhas aéreas expirando no fim do mês e precisava utilizá-las. Assim, a coincidência da data e a vontade da minha esposa em conhecer as Cataratas do Iguaçu fizeram com que me inscrevesse na prova.
Inscrição paga, exames médicos realizados e atestado de saúde entregue (item obrigatório, sem o qual a inscrição não é confirmada), fui buscar as informações mais detalhadas sobre prova para poder fazer uma preparação adequada e organizar a logística da viagem. Contudo, encontrei pouco conteúdo nos vários blogs e vídeos do YouTube pesquisados, indo para Foz sem saber o que iria encontrar.
Viajei no sábado pela manhã com intenção de fazer check-in no hotel, pegar o kit e descansar até a largada no outro dia, às 6h30 no Mirante do Vertedouro, na Usina de Itaipu – ponto turístico da cidade. No hotel, ao questionar sobre um táxi, descobri que dos hotéis conveniados (e o meu não era um deles) saía a cada meia hora um transporte gratuito para a retirada do kit. Para a minha sorte, havia um desses a três quadras de distância. Essa é a minha primeira dica: fique em um hotel conveniado, ou bem próximo, pois além do transporte gratuito para retirada do kit, a organização também leva gratuitamente para a largada e traz da chegada – um diferencial estupendo e que deveria ser melhor divulgado.
Acordei às 4h para pegar o ônibus que saía as 4h30 para a largada. Nesse momento, percebi mais um problema: quem chegava em cima da hora ficava em pé no ônibus até a Usina de Itaipu – e isso é complicado, pois foi uma viagem de 40 minutos e ficar todo esse tempo em pé antes de uma maratona é horrível e desgastante. O transporte da organização leva até a entrada da usina e, então, os atletas pegam outro ônibus para chegar efetivamente ao Mirante do Vertedouro. Somente corredores com número de peito podem entrar nesse segundo ônibus, portanto, outro ponto positivo para a organização, ao excluir os "pipocas".
Uma ressalva que faço à organização é com relação ao ínfimo número de banheiros na largada. Fiquei mais de meia hora na fila e, para as mulheres, foi muito pior. Daí em diante só elogios. Largada pontual e sem confusão, trajeto belíssimo e surpreendente. Menção especial para os primeiros 6 km dentro da Usina de Itaipu e para os últimos 12 km no Parque Nacional do Iguaçu, tendo as Cataratas como pano de fundo.
Por falar em trajeto, eu sabia que não era fácil, mas só estando lá para se ter a real dimensão da dificuldade. Eu, que só tinha participado de maratonas planas, como Buenos Aires, Porto Alegre e Rio de Janeiro, tomei um choque. O percurso é extremamente duro e técnico, com subidas pesadas e íngremes (sobretudo dentro do parque) e se você não estiver bem treinado, aconselho que nem se arrisque, pois vai sofrer muito e talvez não completar dentro do tempo-limite de 6 horas.
Com relação à estrutura da prova no percurso, posso afirmar que é impecável. Pontos de água a cada 3 km e, depois dos 21 km, isotônico e Coca-Cola em todos os pontos. Vários pontos de frutas e banheiros químicos espalhados por todo o trajeto. Senti falta, até a entrada do parque, de pessoas assistindo ou aplaudindo os atletas, o que é estranho, pois a maratona percorre as principais avenidas da cidade e a região onde está concentrada a maioria dos hotéis. Na chegada, após desviar de alguns quatis (sim, passei por vários) e borboletas, uma ampla área de acolhida aos atletas, com massagem, médicos e mais Coca-Cola. A medalha, aliás, é um show a parte (de tão grande e pesada precisei despachá-la na mala, pois não passava no detector de metais do aeroporto)."
Luiz Guilherme Puga, de Jardinópolis-SP

Medalha diferenciada
"Prova bem organizada e não há o que reclamar nesse ponto. Percurso é duro e todo mundo sabe. Processo de inscrição bem tranquilo. Somente é importante ficar atento, pois as vagas acabam rapidamente, além da obrigatoriedade do exame médico, que precisa ser enviado antes ou levado na entrega dos kits. Vi gente indo embora, pois não leu o regulamento e não pôde correr a prova. Sem o exame, não vi ninguém sendo liberado. É realmente uma exigência.
Na entrega dos kits tinha pouca gente trabalhando para atender e deu um pico, por volta das 11h-12h no sábado, quando a maioria dos inscritos de fora da cidade chega (muitos diretamente do aeroporto, com as malas), formando uma fila absurda. Fiquei um tempão aguardando. Mais de uma hora em pé. Precisam acertar isso.
Horário das largadas cedo, amanhecendo, chegamos ainda escuro, foi perfeito. Hidratação excelente. Depois da metade da prova, a cada 2 km, principalmente dentro do Parque Nacional do Iguaçu. A prova deste ano foi em um dia bem quente e isso acabou afetando os mais lentos.
O trajeto é bem difícil e muita gente fala que é lindo, mas na largada está escuro, no restante são estradas, passa no meio da cidade, sem público, mais estrada até o parque, com as Cataratas. Não vejo tanto do cenário que as pessoas falam. No km 41 é muito bonito mesmo, com a visão das quedas d'água, mas apenas isso.
O Sesc caprichou neste ano na medalha especial da décima edição, grande e bonita, diferenciada para a maratona das outras distâncias, como tem de ser."
José Eduardo Motta Garcia, de São Paulo-SP

Realmente um desafio
"Foi a segunda vez que participei da Maratona de Foz e, sinceramente, só vi pontos positivos em relação à prova. A começar pela questão do horário de largada, bem cedo. Isso é muito bom, pois até às 11 h praticamente todos concluíram a prova, um fator bem importante em dia de sol forte, quando o desgaste é grande.
Percurso desafiador, com subidas íngremes e descidas para retomar um pouco fôlego, mas isso somente até o km 32; depois, somente morro acima. Mas nesse trecho entra a hidratação, principalmente no terço final. Porém, corredores que vieram mais atrás reclamaram que faltou água e até copo para servir a Coca-Cola. Um ponto a ser revisto pela organização para 2018.
Porém, isso tudo é esquecido quando chega o km 41 e nos deparamos com a bela vista das Cataratas. Ali até os fortes choram! Vale a pena cada quilômetro percorrido. Nesse momento passa um filme na cabeça, os treinos os dias de dor, família e as pessoas que lhe ajudaram a estar ali. Foz é realmente um desafio."
Eliandro Gorski, de Maringá-PR

 

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