A Meia-Maratona Internacional do Rio de Janeiro teve sua 20ª edição dia 16 de outubro. Mais de 10 mil corredores largaram na praia de São Conrado, para logo em seguida fazer os 2 km de subida e 2 km de descida da Avenida Niemeyer. Na sequência, eles percorrem as praias do Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo, até chegarem ao Aterro do Flamengo.
Terminaram oficialmente 10.081 inscritos, o que representou a terceira queda em concluintes, uma vez que foram 13.252 em 2014 e 11.192 em 2015. Ela continua sendo a maior do país, mas, nessa toada, deverá ser ultrapassada pela meia dentro da Maratona do Rio, que no ano passado teve 9.522 finalizando. Na corrida de 5 km, acontecida no Aterro, chegaram 2.053, com predominância de mulheres.
A Meia do Rio tradicionalmente tem seu horário de largada mais tarde que outras provas longas, para que sua largada seja transmitida pela TV Globo. Este ano coincidiu com o primeiro dia do Horário de Verão, saindo às 8h35, o que teoricamente ajudaria os corredores, mas não muito, porque o sol apareceu com força total na cidade e acabou sendo o personagem principal do evento. A temperatura chegou a 31 graus, e no trecho final da prova, no Flamengo, foi comum ver corredores deitados no chão sendo atendidos por médicos e ambulâncias.
A organização fez sua parte e ofereceu hidratação em abundância, ao longo da prova. Além dos postos de água, houve ainda um posto com água de coco, outro com isotônico e um terceiro com carboidrato em gel.
Apesar do calor, que dificultou a busca por recordes pessoais, todos que cruzavam a linha de chegada comemoravam o feito. Principalmente os estreantes, que completavam 21 km pela primeira vez. Foi o caso do engenheiro carioca Rodolfo Guimarães, 37 anos: "Esta foi minha estreia. Embora não fosse sedentário, tinha pouca experiência em corridas de rua e comecei a treinar 10 semanas antes, o que foi um pouco curto. Minha meta era apenas terminar bem a prova. Não achei a temida subida da Niemeyer tão íngreme assim, mas talvez tenha consumido uma energia que fez falta no final. Os piores trechos foram a chegada à enseada de Botafogo (km 13-14), quando o calor começou a se intensificar, e o retorno no MAM (km 19) devido ao cansaço geral. O horário da largada é realmente o maior ponto negativo, que faz com que os corredores medianos cheguem na parte final da prova quase no momento mais quente do dia. Mas valeu a experiência."
Mas não é só de estreantes que é feita a prova. Veteranos como o casal Adriana Peixoto e Sergio Joaquim, cariocas radicados em São Paulo, também marcaram presença: "A Meia do Rio foi nossa primeira prova de 21 km, em 2010, e corremos ela hoje pela terceira vez. Já sabíamos que seria uma prova dura em que o calor costuma castigar. Por isso mesmo, esquecemos toda e qualquer estratégia de ritmo e seguimos com a missão de curtir e aproveitar cada km. Foi sensacional correr novamente neste percurso, encontrar amigos dentro e fora da prova, e completar mais uma meia."
RETIRADA DE KITS. Para evitar filas, a retirada dos kits, dentro de uma loja de artigos esportivos na Barra da Tijuca, aconteceu em 4 dias, do feriado de quarta (12 de outubro) até o sábado. Isso permitiu que as pessoas fossem nos dias e horários que lhe fossem mais adequados. Apesar da distância do centro da cidade, poucos reclamaram de longo deslocamento e aprovaram acontecer numa loja, mesmo com preços nada promocionais.
O que ainda não funciona 100%, em termos de organização de provas no Brasil, são as baias de largada, que visam posicionar os corredores de acordo com o ritmo que deverão fazer na prova, de maneira a se ter os mais rápidos à frente. E isto é fundamental na Meia do Rio, porque logo após a largada há a subida da Niemeyer, tornando bem congestionado esse trecho.
Relatos de participantes dão conta de que, ainda que em número pequeno, alguns corredores entravam no setor à frente do seu. Também foram vistas pessoas sem número de peito ingressando sem problema nas baias. Até havia staff na entrada de cada curral, mas não barrando efetivamente os que não poderiam entrar.
Entre os atletas de elite, depois um hiato de oito anos, os brasileiros finalmente voltaram ao lugar mais alto do pódio da prova (a última vez tinha sido em 2008). O mineiro Giovani dos Santos (1:04:47) e a paranaense Joziane Cardoso (1:17:58), ambos da equipe Pé de Vento/Caixa, garantiram a dobradinha.
Talvez em função do calor ou da falta de treinamento mesmo, apenas 20% dos homens completaram em até 2 horas, enquanto entre as mulheres esse índice técnico ficou em 5,5%! Resultados completos em www.yescom.com.br