Notícias admin 29 de março de 2015 (0) (102)

Férias na Flórida com a Maratona de Miami

A Maratona de Miami começou para mim quando eu li a edição da Contra-Relógio de setembro de 2014, mais especificamente a matéria "Correndo pela Flórida em janeiro", escrita por Fernanda Paradizo. Naquela época eu estava considerando ir em férias com a família para os Estados Unidos. Porém, estávamos durante o período eleitoral, a incerteza era grande, assim como a pressão sobre o dólar, que se valorizou bastante por causa do cenário político nacional e também pela queda constante do preço do barril de petróleo.
A reportagem da Contra-Relógio considerava como opções para uma maratona, em janeiro na Flórida, a da Disney e a de Miami. Já naquela época as inscrições para a superbadalada prova da terra do Mickey estavam esgotadas, restando apenas algumas poucas vagas para o Desafio do Pateta (meia+maratona). Além de ser um esforço físico muito maior do que gostaria de fazer, o preço desta opção seria de US$ 400. Já a prova da Miami ainda tinha inscrições disponíveis, sairia por US$ 100, ocorreria em uma data bem mais adequada para os meus planos de férias, e me obrigaria a passear também por uma segunda cidade, e não apenas Orlando e seus parques.
Me inscrevi para minha quinta maratona, em Miami, com a sombra de uma tentativa de participação na do Rio em 2014, frustrada por uma lesão na panturrilha direita. E em um longo a condromalácia patelar resolveu me lembrar que eu já convivia com ela há quatro anos. Terminei o treino andando e com fortíssimas dores nos dois joelhos.
Decidi que iria cortar todos os treinos mais intensos, intervalados principalmente. Treinaria apenas no ritmo do regenerativo. E a chave de tudo estaria na musculação. Enquanto a intensidade do treino de corrida era reduzida, eu deveria intensificar o máximo possível o reforço muscular. Durante mais de um mês esta foi minha rotina de preparação.

MARATONA OU MEIA? Chegando o dia da viagem eu não tinha certeza se correria a maratona ou a meia de Miami. Com largada e chegada no mesmo ponto, a prova oferece esta possibilidade. Havia apenas decidido que se eu chegasse ao ponto de conclusão dos 21 km com poucas dores no joelho, eu assumiria o risco de completar os 42 km.
Chegando aos Estados Unidos passamos inicialmente dois dias em Orlando e só no dia 24 de janeiro (véspera da prova) seguimos de carro para Miami. Fizemos o check-in no hotel e fomos para o ponto onde pegaríamos o ônibus oferecido pela organização para ir até o local da expo oficial. A retirada do kit foi rapidíssima. Ainda era possível fazer inscrição, faltando pouco mais de 12 horas para a largada!
No domingo pela manhã, as condições meteorológicas eram ideais. Com largada prevista para as 6h20, saí para a rua com o dia ainda escuro. Frio, bem frio mesmo para o que se conhece sobre o clima em Miami nesta época do ano. Céu sem nuvens, pouco vento, umidade do ar dentro do ideal e temperatura por volta dos 12°C. Ou seja, perfeito! E na verdade foi a melhor condição climática de todas as edições da Maratona de Miami. Dei sorte!
A existência de baias de ritmo e a largada por ondas tornam o início da prova muito confortável. Corri os primeiros quilômetros de forma conservadora, sem pressão, ainda esperando uma resposta do meu joelho. Os quilômetros iam sendo superados e eu me sentia muito bem. Estava em um grupo com previsão de concluir em 3h15. Uma mulher fazia a marcação de ritmo e cerca de 20 corredores a seguiam. Mas estava bem e decidi acelerar, passando pelo km 10 abaixo de de 44 minutos.
As ruas estavam vazias, mas os postos de hidratação a cada duas milhas (3,2 km) foram sempre muito animados. Os staffs entregavam água, frutas e bebida isotônica sempre com grande entusiasmo.

POUCOS NOS 42 KM. O km 15 foi conquistado com cerca de 1h15, e enfim chegava o momento de decisão: meia maratona vire à esquerda, maratona siga em frente. E eu fui em frente! Ali, finalmente, eu tinha certeza que fecharia a minha quinta maratona. De repente me vi sozinho, já que a grande parte dos que corriam perto de mim não seguira para a maratona (foram 13.152 concluintes nos 21 km e 2.758 nos 42 km, de acordo com os resultados oficiais).
Assim, passei a meia em 1h31, mas sabia que não podia ir além daquilo, pois o volume de treino no último mês não me possibilitava algo mais intenso. Superei o km 30 com tempo inferior a 2h10 e ali comecei a dosar bastante o ritmo, já que o músculo posterior da coxa já dava sinais de fadiga.
Os quilômetros finais foram de puro agradecimento, comemorei muito ao cruzar a linha de chegada com 3:04:40, muito melhor do que eu previa ser possível. A dispersão não foi muito tranquila, pois fiquei algum tempo na fila para receber o lanche. Era possível ir até ao espaço do controle técnico da prova e imprimir um relatório com os tempos. Infelizmente, o relatório não mostrou o tempo final de conclusão da maratona e nem os tempos parciais após a meia. Falharam nesta questão. Mas o resultado foi divulgado muito rapidamente no site oficial e via Facebook (que também publicou as parciais em tempo real).
Enfim, uma prova com organização quase perfeita, que pouco fica a dever às mais badaladas do mundo. As inscrições para 2016 (dia 24 de janeiro) já estão abertas em www.themiamimarathon.com.

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