Notícias André Savazoni 19 de abril de 2019 (0) (510)

Site de investigação denuncia brasileiro por ter cortado caminho em Boston

Ao lado do Japão, os Estados Unidos são os países das maratonas. São mais de 500 provas de 42 km por ano, grandes, médias e pequenas. O mercado é realmente enorme. Tanto que três Majors são nos EUA (Boston, Chicago e Nova York) e uma no Japão (Tóquio). Isso faz também com que haja trabalho de todas as formas. E também golpes. O site Marathon Investigation (www.marathoninvestigation.com) é famoso por “ficar de olho” nas falcatruas nas corridas, no triatlo, nas ultras…

Como exemplo, o Marathon Investigation foi o meio que denunciou o corte de caminho de milhares de corredores na Maratona da Cidade do México. Um total de 5.806 participantes foram desclassificados em 2017 e 3.900 em 2018!

Pois bem, lógico que o site estava de olho também na 123ª Maratona de Boston, realizada no dia 15 de abril! A prova é a “queridinha” dos norte-americanos por causa do índice e da busca pelo Boston Qualifying, o BQ. Isso muda os corredores de patamar. Ter o BQ é um status que rende admiração nesse mercado das corridas. E, logo, um dos denunciados pelo site é um brasileiro, que supostamente concluiu Boston em 3:01:55 em 15 de abril, mas logo foi desclassificado pela organização, a Boston Athletic Association (BAA), por não ter tempo registrado nas passagens a cada 5 km. O tempo de “conclusão”: 3:01:55.

No total, de acordo com o Marathon Investigation e o regulamento de Boston, são 12 registros de tempo e o brasileiro teve apenas dois. No km 5, percorridos em 34:06. E depois no km 40.5, com 2:50:29. Dali até o final, ou seja, a última milha, ele percorreu em 6:42 por km. Sabe quanto dá para fazer 3:01:55? 4:03 por km de ritmo médio!

O brasileiro se “classificou” para Boston com o resultado da Maratona de Chicago de 2017, “concluída” em 3:17:06. O Marathon Investigation achou estranho o desempenho e também foi atrás dos dados, descobrindo que havia apenas uma registro de passagem na prova também. A questão principal, e sem respostas, é como que Chicago não o desclassificou? Isso ainda não foi explicado, ainda mais pois a Contra-Relógio conhece história de outros corredores que realmente fizeram a prova, mas houve problema com o chip e dois pontos de controle não foram computados, o que já rendeu a desclassificação e uma dor de cabeça por semanas até provar por fotos e dados que haviam feito realmente todos os 42.195 m.

Agora em Boston, houve a desclassificação, mas sem antes o brasileiro chegar falando ao celular na reta final (em depoimento de leitora que estava próxima da Finish Line e o reconheceu após a denúncia) e posar, todo sorridente, com a histórica e desejada medalha de Unicórnio no peito! Essas imagens do pós-prova podem ser vistas na reportagem do Marathon Investigation, que pode ser acessada na íntegra, em inglês, clicando aqui.

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