Não sou um turista profissional (bem que gostaria), mas já fiz várias viagens pelo Brasil. Agora, é impressionante como quase sempre acabo me surpreendendo em um lugar diferente. Foi o que aconteceu com Arraial do Cabo e toda a Região dos Lagos no Rio de Janeiro. As  praias da cidade que recebeu a abertura da série K21 Brasil são maravilhosas, com uma água cristalina. E, correndo, você ainda acaba passando por locais que normalmente não iria. Um ponto mais do que positivo. A cada viagem, tenho mais certeza: Brasil é o paraíso da corrida. Não faltam lugares sensacionais…

O percurso da K21 foi atraente demais. O dia também ajudou. O calor, é claro, dificulta nosso desempenho. Foi o que aconteceu. Potencializou as dificuldades, que não eram poucas. Por outro lado, porém, contribui para deixar tudo mais bonito. As subidas íngremes ficaram mais “fáceis” ao olharmos para o lado e observamos um praia mais bonita do que a outra. Até por dentro de uma fábrica abandonada de sal passamos.

Trilhas, costão na beira-mar, descidas com pedras soltas, praias de areia fofa (com direito a uns 800 m na largada e mais de 1,5 km no final, para judiar), estradas de terra, paralelepípedos, subidas intermináveis, a visão de dunas… um pouco de tudo, para todos os gostos.

Quem me conhece sabe que, mesmo usando a prova como um treino de luxo, correndo em ritmo de longão, sem forçar nem me arriscar a levar outro tombo (o dedão deslocado ainda doi), procurei correr a prova. Não observei 100% das belezas. Teve muita gente correndo com a câmera fotográfica e aproveitando para retratar o caminho. E fizeram muito bem. Não é meu perfil, porém, não dá para dizer que estavam errados!

Falando especificamente da prova, foi uma boa estreia para a série K21 Brasil. Capricharam nas dificuldades. Superaram, inclusive, os dois trechos de 21 km de Bombinhas. Falando com Juan Carlos Asef, organizador da K42, brinquei sobre isso. Ele respondeu, sorrindo, não iremos mudar o percurso de Bombinhas, mas em 2013 haverá o K21 de Santa Catarina… ou seja, esperem o “troco”.

A largada com separação por ritmo é uma medida acertada e usada em Arraial do Cabo. Porém, devido à dificuldade de uma subida íngreme logo no final do primeiro trecho de areia fofa, onde houve “engarrafamento”, é preciso também adotar as ondas de largada, com uns 10 minutos entre cada uma delas. Medida já adiantada pela organização.

Houve, ainda, a demora na reposição de abastecimento de água em dois pontos, o que prejudicou quem passou pelos locais nesse momento. Eu peguei água gelada o tempo todo, a vontade, mas é uma falha que precisa ser corrigida.

Quanto à segurança e sinalização, tudo correto. Em um ou outro ponto você precisa prestar um pouco mais de atenção. Como houve algumas reclamações sobre corte de caminho, uma solução interessante, incluindo a parte final já na praia, seria ter mais dois tapetes de cronometragem, para ter um controle mais rígido (com mais fiscais também anotando pontos de passagem, alguns podem até ficar meio que escondidos). São medidas que deixarão a prova de 2013 ainda melhor.

Em relação às belezas naturais, só na Região dos Lagos daria para fazer mais umas duas ou três provas do K21, uma, por exemplo, só em dunas na beira do mar! Como nosso litoral é enorme, espero realmente que a série cresça e das duas etapas deste ano (a outra será a da Ilha do Mel, dia 15 de julho), tenha ao menos umas cinco ou seis em 2013. De preferência, sempre no litoral, que deixa tudo mais bonito.

Foto: K21/Divulgação