20 de setembro de 2024

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Blog do Corredor André Savazoni 21 de fevereiro de 2012 (11) (115)

Medalhas trazem uma história embutida. Merecem melhor atenção

Ganhei um porta-medalhas de presente de Natal da Mari. Com as viagens e a correria das férias da criançada em janeiro, não tinha ainda “instalado” o equipamento na parede. Aproveitei a segunda-feira de Carnaval. Confesso que minhas medalhas estavam jogadas no fundo da gaveta, sem um mínimo de respeito. Não deveriam. Cada uma traz uma história embutida. Mereciam (e merecem) mais atenção.

Olhando todas, relembrei de algumas corridas, inclusive minha estreia oficial, no dia 15 de junho de 2008, na Track&Field Galleria Shopping, em Campinas. Não lembro exatamente o tempo, sei que foi mais de uma hora e que sofri demais com as subidas e o forte calor. Como foi difícil. Tenho dúvidas se 1h02 ou 1h07 (confundo com minha primeira meia-maratona, das Pontes, em São Paulo, que foi 2h02 ou 2h07). Acho, sinceramente, que foi 1h07 nos 10 km e 2h02 nos 21 km. Caramba, como evoluí nesse período. Essa foi a primeira constatação da arrumação das medalhas.

A segunda foi perceber como cada uma das medalhas (não contei o total) marca um momento. Claro que algumas são mais especiais e ganharam destaque na arrumação do porta-medalhas. Como as quatro maratonas que corri (São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Punta del Este), as quatro São Silvestres, diversas meias-maratonas…

Agora, no lado negativo, constatei um fator preocupante (e que me levou a escrever esse texto): em muitas medalhas, há o ano da prova e, em outras, a data completa (dia/mês/ano). Excelente. Todas deveriam ser assim. Porém, em um número grande também, não há qualquer referência. Tem a marcação da prova, a edição, nome, cidade, distância, mas não quando foi realizada. Uma pena. Para chegar aos dados completos, é necessária uma pesquisa na internet. Não deveria ser assim.

As medalhas fazem parte da vida do corredor. Claro, tem gente que não liga. Alguns, nem as pegam após completar uma prova depois de um certo tempo. Mas, confesso, ao tirá-las da gaveta e pendurá-las, senti muito orgulho. Ainda mais quando a Vitória falou: “Nossa, papai, não sabia que tinha tantas”. Respondi, todo “cheio”: “Nem eu, filha. Todas essas provas eu corri com um detalhe especial: completei todas que larguei até hoje!”.

Ah, uma terceira constatação. Organizadores de provas, principalmente numa maratona com outras distâncias incluídas, por favor, façam a medalha dos 42 km diferente. Sem desrespeitar quem completa os 10 km no dia da maratona, mas chegar ao final dos 42 km é algo especial, que deve ser destacado.

A polêmica resultante do fato de a São Silvestre de 2010 ter a medalha dentro do saco com o kit de participação (e não após completar os 15 km) comprovou que as medalhas não são um artigo supérfluo como muitos tratam e pensam. Se as suas estiverem “escondidas”, dê uma olhada nelas, garanto que irá se lembrar de histórias guardadas na memória, esquecidas, detalhes gostosos e que fazem parte de nossa vida de corredor. Dê a atenção que elas merecem.

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11 Comments on “Medalhas trazem uma história embutida. Merecem melhor atenção

  1. Muito bom post. Estava falando disso hoje com um amigo corredor. É muito verdade. Tenho mania de estatística (ou TOC), de anotar treinos e corridas. Enfim, anoto tudo, desde o começo, quando nem sabia o que era Garmin e tênis adequado de corrido. E guardo as medalhas penduradas no devido lugar.

    Tenho 73 medalhas, penduradas por ordem de antiguidade. As mais velhas atrás, porque é mais fácil. Já cheguei a conclusão que as medalhas são, pra mim, parte muito importante das corridas.

    Também tenho esse problema com as medalhas sem a devida identificação. Algumas não tem nem o nome da prova, nada, só o símbolo da FESPORTE (fundação de esporte de SC). Como anoto tudo, sei de qual corrida são, mas seria legal se todas tivessem nome e data. Fica mais fácil de falar pros amigos e parentes que perguntam eventualmente.

    Por fim, as medalhas de maratona deveriam ser diferenciadas. Se não me engano, na Maratona de SC elas eram diferentes. Ouvi colegar que fizeram 10 km falando da diferença. A da maratona era mais elaborada. Acho justo. 42 km merece uma distinção.

  2. Tenho o meu porta medalhas. Com espaço para quatro fotos nas laterais. Feito em acrílico. Projeto especial. Existem 4 bandejas: para provas menores do que 10 km, provas de 10 km, provas entre 10 km e a meia-maratona, e a bandeja mais ao alto é para a maratona. Apenas na última existe espaço sobrando. Nas bandejas de baixo existe um processo de entrada e saída, provas mais novas vão ocorrendo e medalhas são substituídas. Abcs e boa quaresma. Já definiu sua penitência? rs

  3. Para mim, o que fica de lembrança das corridas são as medalhas que fazem a história do corredor. Não me importo com camisetas ou kits, nem tenho mais espaço nas gavetas para tanta camiseta cheia de propaganda. Mas fico chateado quando me esforço para completar uma prova e recebo uma medalha feia, mal acabada, nem vai para o quadro de medalhas. Pelo menos as medalhas das maratonas deveriam ser as mais caprichadas, com data, distância e opção de gravar o tempo do corredor.

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    Serjão, penso da mesma forma. As camisas, a cada três ou quatro meses, faço uma “limpa” no guarda-roupas, dou embora as em melhor estado, jogo fora as ruins. E também gostaria de ver as medalhas das maratonas com mais cuidado.

    Abraço
    André Savazoni

  4. Medalhas diferentes para distâncias diferentes. Mais um motivo para reajustar as inscrições.

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    Não vejo assim, Tadeu. A medalha será a mesma, só não precisa vir marcado 42 km, 10 km, revezamento etc na mesma!

    Abraço
    André Savazoni

  5. Discordo frontalmente com a idéia principal. Como eu costumo dizer, medalha de participação, como qualquer outro objeto de colecionador, é um mero objeto. Quando o dono morre, vira lixo, a não ser que outra pessoa dê outro significado ao mesmo. Claro que, se a gente continua uma prática por um longo tempo (ou intensamente, quando ainda se é iniciante), é muito importante, além de gratificante, investir algum objeto de memórias, mas não tem que ser necessariamente a medalha de participação. Aliás, observando meus conhecidos que já praticam há mais de 5 anos e tem mais de 100 provas, a tendência é cada vez mais de selecionar algumas medalhas de participação especiais, e as premiações de pódio. Ficar só no “objeto”, uma hora cansa. Além do mais, a “medalha de participação” é uma coisa bem comum no Brasil, que segue os Estados Unidos, principalmente por fins comerciais da parte das organizadoras (para atrair, quiçá, fidelizar consumidores colecionadores), mas na Europa e no Japão, há muitas provas (inclusive maratonas) importantes que não distribuem medalhas de participação, substituindo-as por outros prêmios de participação. O que fazer, neste caso? Entrar em desespero? Em tempo, a primeira prova sem medalha que participei, e repeti várias vezes depois, foi a Henock Reis Filho 2006, de Aparecida, que estava na 40a Edição. Atualmente, a minha “memória” está registrada no computador mesmo, só os dados: nome da prova, meus tempos líquido e bruto, minha colocação e número de participantes, preço da prova, tênis que usei, etc etc. As medalhas estão todas na gaveta, e os poucos troféis de pódio, organizados num armário. Como alternativas de objetos para injetar suas memórias, pode-se tirar fotos, escrever relatos, guardar os tênis, etc, só pra ficar nos mais comuns. E nestes casos, há a vantagem de não sermos refens da benevolência ou bom gosto da organização.

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    Por isso que as discussões são legais. Não consigo imaginar a medalha como um simples “objeto”. Sendo comuns ou não simplesmente no Brasil, isso não me importa. Para mim, elas têm um significado especial, cada uma tem uma história, um momento que passou. Do esforço do treinamento, do recorde pessoal, do trabalho que foi para chegar lá. Não contei as medalhas, deve ter pouco mais de 50. E continuo achando muito legal recebê-las ao final de uma prova.

    Claro que há as que merecem tratamento especial, que são diferenciadas. Seja pela distância ou pelo feito. E ganham um “carinho extra”, mas me orgulho de todas as que tenho. Anotar dados, tirar fotos, sim, também são recordações, mas continuo preferindo as medalhas.

    E, quanto ao “objeto de colecionador”, claro que as medalhas guardadas têm importância apenas para o corredor, é algo totalmente individual, o que não diminui sua importância. Quando o dono morre, vão virar reciclagem mesmo, mas, até lá, ajudam a preencher as lembranças.

    Abraço
    André Savazoni

  6. Minhas medalhas estão todas dentro de uma gaveta. Muitas eu nem tirei do pacotinho plástico no qual vieram. Às vezes penso em organizar tudo num porta-medalhas, às vezes penso em jogar todas fora. Por enquanto estão na gaveta.

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    Julio, as minhas ficaram na gaveta, somadas, de 2008 (foram só duas no primeiro ano) até a última segunda-feira. Agora, estão no porta-medalhas. Gostei do resultado.

    Abraço
    André Savazoni

  7. Ah, esqueci de dizer: Prefiro guardar os números de peito das provas do que as medalhas. Tenho os números de quase todas as provas que corri, exceto algumas provas menores que a gente devolve o número na chegada. Quando olho pra um número de peito de uma maratona consigo lembrar claramente tudo o que passei naquela prova. Muitas vezes o número está amarrotado, manchado, rasgado, e pra mim isso é mais interessante do que a medalha.

  8. Minhas medalhas estão ensacadas em algumas dessas bolsas que trazem os kits de participação e tem duas que tem valor sentimental maior,a da minha 1a corrida (SS 97) e a 1a maratona (SP 98), nas outras não vejo nada demais.

  9. Olá AMIGOS Corredores…. eu sou muito a favor da valorização e preservação do mérito conquistado. Ainda mais se a prova conseguir valorizar ainda mais a conquista. Feito que a Golden Four iniciou diferenciando os 100 goldens. Acho que as organizadoras de corridas não se tocaram ainda que ao tornar uma corrida mais competitiva, foge do lugar comum: inscrição, corrida, medalha tchau… Já está cansando essa rotina não? Os próprios organizadores, com algumas raridades, não se coçam para agradar o corredor. Lógico que ganhar a mesma medalha que o último é banalizar a conquista, deveriam mudar algo, cores por exemplo..numa corrida de 1000 participantes, 250 seriam douradas… 250 prateadas e o restante bronzeadas, de plástico sei lá.. mas diferenciadas de alguma forma. Estimular a competição é incentivar a continuação do esporte e não encarar a corrida como apenas um lazer. Sou partidário eterno da corrida de Rua como prática esportiva. Lógico que gosto de ver muitos corredores participando, e certo que hoje 80% estão lá apenas para curtir o percurso e a prova, e os 20% restantes são o que chamo de “sangue nos sóio” e é dessa turma que faço parte.. a galera que ama e valoriza a conquista, e concomitantemente também admira uma bela medalha. Parabéns André.. eu sempre cuido bem das minhas medalhas.. embora tenha um pouco mais… as especiais tem um cantinho para reverência pessoal. abçs

  10. Jogava as minhas numa caixa de papelão, junto com os números. Um dia, alguèm, acho que o Jorge Cerqueira, postou a ideia dele, de pendurá-las num passador de cortina. Gostei , fiz o mesmo e o resultado foi ótimo. Estão à mostra, vejo as sempre e são minhas conquistas, independentemente de serem simples ou lindas, bem-feiras ou mal-feitas. Não é por elas que faço as minhas provas, mas elas são a representação de algo que fiz e de que me orgulho. A mais bonita ainda é a do Triathlon Internacional de Santos de 2007, junto com a Maratona de PoA do mesmo ano. A mais feinha, coitada, é a dos 10k do SESC Santo Amaro 2005. Mas eu gostei da prova, independentemente dela. E as mais importantes sempre são a primeira (6k da Corrida Shalom pela Paz) e a que está por vir.

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