Há muito tempo assinante da CR, costumo ler a revista de ponta a ponta, mas gosto especialmente da seção "Brasileiros Lá Fora", que me convenceu que não é nada complicado participar de corridas no exterior, conforme relatos praticamente todo mês na CR. Comecei pela meia de Buenos Aires, depois a de Lisboa e outras dezenas de provas. E recentemente uma amiga que mora na Suíça me falou muito bem sobre os 20 Km de Lausanne, nos estimulando (eu e meu marido José Oliveira) a participar.
Apesar de ser uma das provas mais tradicionais da Suíça, penso que é pouco conhecida aqui no Brasil. Aconteceu no dia 24 de abril. Mais de 24 mil inscritos para todas as provas que foram realizadas, ouseja, a das crianças na véspera e no domingo 10 km e 20 km. Largada em ondas rigorosamente nos horários marcados.
Um animado time de voluntários fez a prova acontecer, num ambiente fantástico que envolveu totalmente a cidade. Uma coisa que me chamou atenção foi a vibração, a alegria e o sorriso no rosto das crianças em todo o percurso, oferecendo pedaços de laranja e pedaços de limão siciliano, e estendendo a mão para saudar os corredores. O evento aconteceu numa temperatura de média de 6 graus, sem chuva; apenas no ponto mais alto do percurso uma garoa de neve caiu, criando uma atmosfera de muita alegria e animação.
Lausanne é uma cidade de terreno muito irregular, repleta de ladeiras, sendo assim, o percurso não foi fácil, um grande desafio, com várias subidas e descidas, mas uma organização perfeita, como tudo naquela cidade. Depois de uma grande subida, quando batia um grande cansaço, logo se ouvia uma banda com músicas ao vivo, renovando as forças e lhe preparando para a próxima subida, que às vezes estava logo na frente.
O percurso começa na Place de La Navigation, em Vidy, e vai até o fim do cais de Ouchy, junto ao Lago Léman, que vai lhe acompanhar por quase todo o percurso. A prova tem uma altimetria difícil, que inclui alguma das complicadas subidas no centro de Lausanne, mas também um lindo trecho junto ao lago, com vista para os Alpes, num visual de tirar o fôlego e com direito a belas fotos, passando pelos principais pontos turísticos da cidade, inclusive em frente ao Museu Olímpico.
A infraestrutura da corrida é algo que me deixou deslumbrada; havia duas grandes telas (na largada/chegada) para o público acompanhar o trajeto dos corredores. Hidratação perfeita. A organização ofereceu transporte gratuito para a largada. A chegada foi magnifica quando fomos presenteados com um tapete de tartan azul que anemizou todo o cansaço dos atletas.
Rita de Cássia Pereira Oliveira é assinante de Vitória, ES