No último dia 6 de maio, a Nike colocou em ação o seu projeto Breaking2, que visava checar as ideias fisiológicas destes tempos em relação à superação da barreira das duas horas na maratona. Tal como em um laboratório, todas as variáveis estavam sobre controle no Autódromo de Monza (palco do desafio): clima, marcadores de ritmo e um carro à frente quebrando o vento, suplementação e a escolha do maratonista mais constante em resultados dos últimos anos, o queniano Eliud Kipchoge, para ser o responsável pela primeira marca na casa de 1:59:59. A barreira não foi quebrada por 26 segundos
Leia mais"Marilson ganhou! Marilson ganhou, gente!", era o que escutava lá pelo km 8 da minha primeira São Silvestre, em 2010. O público se abraçava, pulava e gritava por aquele que seria o último vencedor dessa prova até os dias de hoje. E eu, que já sabia um pouco sobre Marilson, passei e enxergar que este se juntava ao panteão de ícones de uma nova geração de corredores, junto com Vanderlei Cordeiro de Lima. Encerrou sua carreira na maratona olímpica do Rio de Janeiro, em agosto de 2016, e não recebeu o galardão merecido, tanto pela imprensa quanto por nós. A
Leia maisQuente, tarde, mas charmosa. A Meia-Maratona Internacional do Rio de Janeiro é a competição, depois da São Silvestre, da qual os atletas mais reclamam nos dias de hoje. Quem nunca ouviu um amigo corredor, ou você mesmo, tecer impropérios acerca da "Prova da Globo"? Apesar disso, a Meia do Rio, que, no dia 20 deste mês irá completar duas décadas de existência, tem uma importância significativa no crescimento e popularização das corridas de 21 km. Convido o leitor a passear pelas histórias daquela que nasceu e continua sendo a maior competição do gênero no país. Após o boom dos maratonistas
Leia maisA vitória já parecia definida quando as motos dos batedores entraram na Boylston Street, a rua que conduz ao pórtico de chegada da Maratona de Boston. Eles já cercavam o cubano, radicado nos Estados Unidos, Alberto Salazar, certos da sua vitória na 86ª edição. No entanto, os gritos das centenas de milhares de espectadores que se acotovelavam ali ficaram cada vez mais fortes, alucinados. E não era só para Salazar, mas também para o americano Dick Beardsley. Renascendo das cinzas e suportando a dor no isquiotibial direito, a plateia viu Beardsley driblar as motos, chegando a ficar a menos de
Leia maisPor longos anos, cruzar o Oceano Atlântico em direção ao Índico foi a grande obsessão dos europeus. Afinal, era a forma mais vantajosa de se estabelecer uma ligação com as Índias sem ter que pagar as altas taxas aos genoveses e venezianos que dominavam o até então único elo possível ao que chamamos hoje de Oriente Médio: o Mar Mediterrâneo. Provavelmente você aprendeu isso na escola, assim como que a maior dificuldade para alcançar o Índico era o temível "Cabo da Tormenta", que apesar de não ser o extremo meridional a ser contornado (mas sim o Cabo das Agulhas), era
Leia maisVocê com certeza é fascinado por tênis, como são todos os corredores. Esperamos duas vezes por ano com ansiedade o "Guia do Tênis" da Contra-Relogio, em abril e outubro, para nos inteirar das novidades. É o principal papo nas nossas rodinhas pré e pós-treino. Muitos se despedem de um tênis inutilizável como se fosse de um ente querido. Outros acumulam e colecionam pares e pares dos seus modelos prediletos. É considerado o artigo fundamental para a obtenção de recordes, sejam os pessoais ou - no imaginário de muitos - o mundial. É uma relação que - para muitos - beira
Leia maisO momento mais marcante para o atletismo brasileiro na última Olimpíada não se deu nas pistas. Já era final de noite naquele 15 de agosto e as emissoras de televisão esqueciam as quartas de final do vôlei de praia e focavam, em definitivo, suas câmeras para o Estádio Olímpico. Era noticiada a atitude kamikaze do atleta brasileiro Thiago Braz. Até então ele vinha num dramático embate com o atual campeão mundial, o francês Renaud Lavillenie, e, centímetro a centímetro, foram eliminando os outros competidores e se isolando na disputa. O treinador do brasileiro, Vitaly Petrov, assistia serenamente o seu atleta
Leia maisEntre as várias formas de se perceber a força de uma nação no contexto internacional estão os esportes. É até a mais simbólica, pois sai das portas fechadas de reuniões diplomáticas, e mostra-se visível a milhões de espectadores. E a Olimpíada é o epicentro de tal exibição, no qual não é avaliado apenas como cada esporte se desenvolveu, mas também onde cada medalha de ouro é uma metáfora do confronto geopolítico entre as nações. E o Brasil, com seus mais de 200 milhões de habitantes, proporções continentais, e com uma ampla diversidade cultural, era de se esperar que a prática
Leia maisO ano é 2004. O lugar é Atenas, na Grécia. Estamos próximo ao km 36. No Brasil, perto das duas horas da tarde, tele espectadores que já abriam seus sorrisos para a certeza da conquista de uma última medalha dourada, inédita e, talvez, mais desejada, olhavam aterrorizados para a TV. Uma pessoa vestida com traje típico escocês driblava a péssima segurança e, da outra margem da avenida, onde não havia espectadores, corria em direção ao líder da maratona olímpica, o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima. Foram oito segundos de horror, nos quais o atleta foi agarrado, empurrado contra a multidão,
Leia maisEm 1896, quando os Jogos Olímpicos foram revividos em Atenas, a inventada "prova de maratona" era o evento que encerraria com chave de ouro a competição. A multidão lotava então o Estádio Paratenaico, esperando ver quem seria o homem mais resistente no desafio de correr a distância de 40 quilômetros, a mesma a qual, na conhecida lenda, teria matado Fidípedes. Entre todos os concorrentes, não há registro oficial de nenhuma mulher, contudo é conhecida a saga da grega Stamatis Rovithi, ao ter largado junto com os homens, e chegando à entrada do estádio foi impedida de terminar a prova, completando
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