Qualidade de vida é premissa básica dentro da Widex, empresa líder mundial de aparelhos auditivos. Sua missão, desde que foi fundada há mais de 50 anos, é desenvolver instrumentos que dêem às pessoas com perda auditiva a melhor oportunidade de comunicação possível.
Por acreditar também que seus funcionários e colaboradores – entre eles representantes da empresa, fonoaudiólogos e médicos otorrinolaringologistas – são a força por trás de todo esse desenvolvimento e crescimento, há alguns anos a empresa criou um programa de incentivo de cuidados com a saúde e motivação corporativa. Trata-se do Widex Marathon Team, evento esportivo anual que envolve as filiais do mundo todo na participação de um grande desafio.
"O primeiro deles, em 2003, foi a Maratona de Berlim. Em 2005, em Florianópolis, reunimos deficientes auditivos em um programa de aventura, muito marcante e emocionante, que culminou com a realização da Maratona de Revezamento Ayrton Senna Racing Day, em São Paulo. No ano passado, foi a vez de participarmos da Maratona da Muralha da China. Agora, em 2008, partimos rumo à Maratona de Nova York, a mais festiva prova de rua do mundo. O projeto visa a superação de limites de pessoas comuns, a integração entre profissionais da área e deficientes auditivos e também ajudar as Paraolimpíadas, com uma doação em dinheiro que a Widex faz ao Comitê Paraolímpico", conta Marcelo Vasconcellos, diretor comercial da Widex, sete maratonas completadas, e líder do grupo brasileiro que participa dos desafios.
A Maratona de Nova York acontece no dia 2 de novembro, mas suas emoções já começaram a ser vividas pelas cerca de 300 pessoas envolvidas no projeto. Isso porque o evento prevê uma super preparação dos corredores da Widex, orientados pelo treinador dinamarquês Morten Fenger e sua equipe No Problem.
O primeiro encontro dos treinadores com parte do grupo – 50 pessoas do Brasil, Argentina, Canadá, Estados Unidos e Dinamarca – aconteceu em abril, na Costa do Sauípe (BA), em uma semana intensa de trabalho físico e emocional, por meio dos mais variados tipos de desafios. Os outros países participantes – Espanha, Itália, França, Inglaterra, Suíça – se reuniram algumas semanas depois, na Espanha.
"Uma pessoa com deficiência auditiva leva até sete anos para procurar ajuda, sofrendo prejuízo em sua qualidade de vida. Depois, ainda existe um período de adaptação ao aparelho. É um longo e difícil caminho que ela percorre até finalmente conquistar seu bem-estar. Propomos para nossos colaboradores esse desafio de correr uma maratona para que eles sintam o quanto pode ser árdua a trajetória para se atingir um objetivo, porém também mostramos que com orientação e persistência é possível chegar lá", compara Peter Hentze Knudsen, gerente de comunicação da Widex na Dinamarca.
MOTIVAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL. Os participantes do Training Camp Widex chegaram no domingo, dia 6 de abril, e foram instalados em um belíssimo resort da Costa do Sauípe, 80 km distante de Salvador. Logo eram chamados a uma sala e saíam de lá com uma mala contendo camisetas, agasalho, squeezy, energéticos, enfim, tudo o que poderia ser usado durante a semana de treinamento. Depois, acompanhados pelos treinadores e por um fisioterapeuta também da equipe dinamarquesa, fizeram um teste da pisada e ganharam um tênis de acordo com seu tipo de pé. Maravilhados com o tratamento, mal podiam esperar pelas próximas emoções.
No dia seguinte, o treinador Morten avisou sobre o Test Run que seria feito, para que ele pudesse conhecer o nível de condicionamento de cada um. O exercício consistia em correr 30 minutos, o mais rápido que fosse possível – isso em uma pequena pista de 500 m de ida e 500 m de volta. Os corredores também ganharam relógio, freqüencímetro e pedômetro ultramodernos para auxiliar nos treinamentos.
Antes da atividade, porém, entrou em cena a psicóloga Margit Whitta, da Universidade de Copenhague, com uma palestra sobre "preparação mental para encarar esses 30 minutos de corrida". Afinal, o teste não seria fácil, ainda mais considerando o horário e o local: 11h45 da manhã, sob o escaldante sol baiano. Antes da palestra e das palavras de incentivo da equipe – peça-chave no treinamento proposto -, os rostos dos corredores da Widex eram de apreensão. Em seguida, notava-se confiança nos olhares. Após o teste, se via a satisfação e a certeza de que desafios podem ser superados, não só com preparação física, mas também com ajuda mental.
E o dia começava cedo para os participantes do treinamento: às sete horas da manhã eles já estavam reunidos para a corrida matinal e exercícios de fortalecimento. Ao longo da semana, a integração aumentava ainda mais, em um ambiente totalmente globalizado. Falava-se em inglês, espanhol e português, com troca de experiências pessoais e de corrida.
Algumas atividades – como provas em grupo que envolviam conhecimentos, estratégias, comunicação e criatividade e uma corrida de aventura, com quase 20 km de percurso e mais de quatro horas de duração – também favoreceram a união do grupo, que à noite curtia jantares e confraternizações especiais.
E o tempo todo a empresa se preocupava em preservar o bem-estar tanto físico como emocional dos participantes do treinamento, monitorando-os individualmente.
ILHA DA FANTASIA. Os treinadores também apresentaram alguns seminários, mostrando um pouco a filosofia que os rege. "Correr tem que ser divertido e tem que ser uma escolha própria, não uma coisa imposta. Nosso trabalho consiste em mostrar caminhos, motivar, e não ditar regras. E o melhor é que vamos treinar duro, sim, com vistas à Maratona de Nova York, mas sem comprometer a vida de ninguém – até podemos beber cerveja depois do treino. No fun, no gain" (sem brincar, não há ganho, parodiando o famoso no pain, no gain – sem sofrimento, não se avança), brincou Morten Fenger, que também é secretário geral da Federação Nacional de Triatlo da Dinamarca.
A psicóloga Margit, esposa de Morten, completou: "Temos cinco meses pela frente e o treinamento tem que se encaixar na vida das pessoas. Não propomos grandes mudanças, pequenos ajustes já fazem diferença. Queremos buscar o que há de melhor em nós e nos outros".
Uma entrevista individual com cada participante foi fundamental para que a equipe pudesse conhecer melhor os novos pupilos, seus hábitos, horários e estilo de vida e assim montar as planilhas dos próximos meses. A partir daí, cada um seguirá seu treino e será monitorado semanalmente, auxiliado pelo programa do relógio/monitor.
Ao final do treinamento, muitos dos participantes definiram a experiência como uma espécie de ilha da fantasia, sentindo-se fortalecidos, confiantes e muito mais comprometidos com o trabalho. "Nossos objetivos de promover integração, motivação, treinos e conscientização a respeito de uma maratona, suas dificuldades e peculiaridades foram atingidos", comemorou Marcelo Vasconcellos. No lado corporativo, ele também vê um saldo positivo. "Desde que iniciamos os desafios, funcionários, representantes, colaboradores, todos, enfim, se mostram muito mais motivados. E a imagem da empresa só ganha com isso: somos vistos como saudáveis e humanos. Ou seja, mais do que nunca reforçamos nossa base de profissionalismo, envolvimento com a empresa, sempre preservando a qualidade de vida", conclui o diretor da Widex.
Em Nova York, o grupo desembarca uma semana antes da prova, para os preparativos finais e, claro, alguma descontração.