Em 1993, a corrida já estava consolidada nos Estados Unidos e começava a crescer também no Brasil. Surgia, em outubro daquele ano, a revista Contra-Relógio, que sozinha no mercado editorial ajudou e estimulou o fortalecimento e melhora das provas no país, como mostramos na série de reportagens publicadas desde o início de 2013 e que culminou com o aniversário da CR.
Nesse mesmo ano, a Asics lançava um modelo que, desde o primeiro momento, conquistou um espaço cativo e que acaba de ter a 20ª edição lançada nos Estados Unidos, inclusive, como tem ocorrido tradicionalmente, com uma versão especial da Maratona de Nova York: o Asics Gel Kayano, agora, o número 20, que chegará ao Brasil no primeiro semestre de 2014.
No mundo da corrida, é difícil encontrar algum pronador que não tenha corrido com o Kayano. Há quem, depois, passe a usar calçados mais leves, da Asics ou de outra marca, mas existe também um grupo de corredores, longe de ser pequeno, formado por fãs incondicionais do modelo, que não o trocam por nada e devem aprovar essa nova versão. Como vem acontecendo nos anos anteriores, o lançamento mantém as características originais do Kayano. Além disso, entre as melhorias, ele está mais leve, seguindo a tendência já consolidada do mercado de as marcas investirem na redução de peso dos tênis – 314 g no Kayano 20 Maratona de Nova York, tamanho US 9 (40 BR), masculino, pesado pela Contra-Relógio.
PARA CORREDOR SÉRIO. A primeira versão que chegou ao mercado foi o Gel Kayano Trainer (TN310), que leva o nome de seu criador, Kayano, até hoje integrante da equipe de design da Asics. O seu lema pode ser traduzido para o português como sendo para "o sério corredor de alta quilometragem". Na época em que estreou, já contava com as tecnologias de ponta do momento, como o amortecimento em gel. Tinha ainda camurça sintética na área externa e reforço no calcanhar. Durante a Maratona de Nova York deste ano, era possível comprar um "pacote especial" com o modelo 1 e o 20. O preço do Kayano 20 nas lojas e sites americanos está em US$ 160.
"Já joguei tênis, futebol, nadei, entre outras atividades. Corria um pouco na academia, mas como aquecimento. Faz uns dois anos que resolvi mudar a minha vida. Comecei a correr. Fui aos poucos aumentando as distâncias e diminuindo as caminhadas. Então, resolvi investir em um calçado adequado, pois já achava que era corredor. Foi quando comprei o Kayano 18. No começo, tinha certeza de que era confortável, mas nunca imaginei que fosse ficar dependente dele. Com o tempo, descobri que eu tinha a pisada pronada e que o Kayano era ideal para isso. Não é dos mais leves, mas está longe de ser pesado. Tem uma flexibilidade muito boa, amortecimento superior a outros modelos (que o diga meu joelho esquerdo…)", afirma Alain Viegas, corredor de Lajeado, RS.
Para o gaúcho, a grande vantagem do Kayano está na estabilidade proporcionada a cada passada. "Ainda mais quando corremos em nossas ruas, cheias de irregularidades. Já está na hora de aposentar esse meu Kayano, mas já comprei outro igual… Ainda não experimentei o 19, mas com certeza vou acabar usando. Mesmo tendo outros modelos, é o que acabo colocando no pé para participar de provas, por me sentir mais seguro. Acabei de fazer com ele a minha primeira meia-maratona em Punta del Este. Não sou nenhum velocista (completei em 2h05), mas com ele tenho tranquilidade para terminar uma prova."
VERSÃO FEMININA. O público feminino também gosta muito do Kayano. E, pensando nisso, a Asics aposta em novos conjuntos de cores para deixá-lo ainda mais atrativo para elas. O rosa da versão da Maratona de Nova York fez sucesso na Expo no início deste mês. "A corrida entrou na minha vida ainda nos tempos de colégio, mas foi em 2008, quando comprei o meu primeiro Kayano, que realmente passei a levar a corrida a sério. Nem lembro a versão dele, mas recordo direitinho do branco com rosa que me ajudou a completar a primeira meia-maratona, em 2011. Eu o considero excelente em termos de conforto, estabilidade e amortecimento. Para mim, é ideal para os treinos longos, mas em função de ser um pouco pesado, opto por modelos mais leves nos treinos de intensidade e tiros e também nas provas", disse Jerusa Burmann Viecili, que atualmente também mora em Lajeado. "Hoje, tenho em casa três exemplares do Kayano e o todo preto, embora antigo, é o meu ‘xodó'; não consigo me desfazer dele de forma alguma."
Sandro Duarte, de Canguçu, é outro fã do tênis. "Minha história com o Kayano começou cedo. Um grande amigo/colega de quarto em congressos sempre o levava para as corridas recreativas, em qualquer cidade que íamos e eu, que não corria, achava aquilo estranho. Correr após um dia cheio de palestras! Mas, então, por influência dele, comecei a treinar. Fui até uma loja para escolher um tênis, sem me lembrar do nome, apenas da marca. Pedi um Asics. O vendedor, meu conhecido, de cara me ofereceu o Nimbus 13. Era o ‘último lançamento' e o mais caro; comprei", contou Duarte. "Comecei a correr, mas desenvolvi uma fasciíte plantar. Isso me fez aprender mais sobre o assunto. Minha pisada pronada pede justamente outro tipo de calçado, por exemplo, o Kayano. Desde então, já faz uns três a quatro anos que tenho usado esse modelo. Já tive cinco."
PREÇO E PESO. De acordo com Duarte, depois que começou a correr com o Kayano, nem teve mais sinal da fasciíte. "Esse é o ponto mais positivo. Talvez o preço, que é um pouco mais caro do que outros exemplares, seja um fator negativo, mas considero a compra um investimento. Existem tênis mais leves que podem ser até mais rápidos, mas isso para mim não tem a mínima importância, já que a grande vitória é estar correndo. Uma história engraçada se deu com o último que comprei, o Kayano 19, via internet, pela Austrália. Paguei R$ 329, mas quando fui retirar nos Correios tive que desembolsar mais R$ 209 de imposto de importação. Mesmo assim acho que valeu, apesar de a patroa reclamar: mais um tênis!"
Magali Peres, de Porto Alegre, também corre com o Kayano. "Comprei o primeiro em 2009. Se procurar, devo ainda ter uns cinco. Deixo os mais antigos na casa da minha mãe. Não corro mais com eles, mas estão inteiros. Tenho dois que a minha Golden Retriever (cadela) comeu um pedaço, mas eles resistiram!", contou.
O catarinense Enio Augusto, de São José, elogia o Kayano, principalmente para treinos. "Foi o meu primeiro tênis de corrida. O vendedor disse que era o melhor e comprei, mesmo sendo o mais caro da Asics na loja. Gostei e hoje tenho dois; já fiz quatro maratonas com eles. O que eu mais gosto é que quando o coloco no pé me sinto confortável e encaixa bem, além de ser macio. O ponto negativo é que ele é muito pesado. Descobri isso depois que comprei outros tênis", disse Enio, já curioso para ver a versão 20, que tem entre as novidades a redução do peso.
Raio X do 20
Para o desenvolvimento da nova edição do Gel Kayano 20, a Asics informou ter priorizado manter o conforto e o ajuste do cabedal para os corredores pronadores. Novidade também na construção da entressola, atualizada com a tecnologia Fluid Ride, que proporciona amortecimento aos pés e visa garantir resposta nas passadas com muito mais eficiência e desempenho, além de maior leveza no calçado. Aliado a isso, entre a parte superior da entressola e a placa de estabilidade, há uma camada de SpEVA 55 que oferece mais conforto aos pés durante a transição das passadas. Essa versão ainda conta com a palmilha ComforDry, Gender Specific Cushioning e o conforto de apoio Dynamic DuoMax.
O peso vai de 268 g na versão feminina a 318 g na masculina, em média, com pequenas variações dependendo da numeração. O preço sugerido para o Brasil é de R$ 699,90.