POR TOMAZ LOURENÇO

Aconteceu neste domingo, dia 28/07, a 7ª edição da São Paulo City Marathon, na capital paulista. Conhecida pela sua excelente organização, a cargo da Iguana Sports, o evento reuniu 17,5 mil corredores, com 12.838 concluindo os 21 km e 4.678 os 42 km.

A largada das duas distâncias é conjunta, mas em várias ondas, a partir das 5h30, não chegando a haver um congestionamento nos primeiros quilômetros, pelas saídas escalonadas por ritmo previsto de corrida, e também porque o começo se dá pela Avenida Pacaembu, com 6 faixas de rolamento. Então, por que este artigo/proposta para que a saída da meia-maratona acontecesse em dois pontos, ou seja, no atual e nos 21,1 km da maratona? Para responder, vou recorrer à minha única participação nesse evento há alguns anos.

Inscrito nos 42 km, corri com bastante companhia a primeira parte da prova, aliás uma turma bem alegre, mas de repente, após a subida na saída de um túnel (km 20), tudo ficou em silêncio e me vi não mais rodeado de muitos corredores.

Foi uma sensação estranha e desanimadora, até porque começava a segunda e mais sofrida parte da prova, mas fui em frente mesmo sem esse estímulo, sempre muito importante, até porque nada de público se tem nas nossas maratonas, e a SP City não foge dessa realidade.

Então, imaginei que o evento poderia inovar, tornando-se o único no país a oferecer essa opção aos inscritos na meia-maratona, que largariam com os maratonistas de madrugada ou mais tarde, em torno das 7h30, nos 21,1 km do percurso da maratona. Com a vantagem adicional, para estes, de correr um trajeto mais plano e agradável, sem necessidade de ter que acordar tão cedo.

O site CR chegou a fazer uma pesquisa sobre essa ideia e o resultado foi incrível, na medida em que se constatou 50% de respostas para cada uma das opções. Dessa forma, e levando em conta os números deste ano, começariam no Pacaembu uns 10 mil corredores e outros 7 mil na avenida do Jockey Club, onde acontecem as chegadas.

Tal fato me animou a repassar a proposta para a Iguana, acreditando que os maratonistas seriam beneficiados e mais estimulados a participar, assim como os corredores dos 21 km, ao contarem com a nova alternativa, resultando em um aumento expressivo nas inscrições da SP City.

A ideia não avançou, mas mesmo assim houve forte crescimento este ano, sendo de 43,1% entre os concluintes na maratona, que passaram de 3.268 em 2023 para os 4.678 agora. Na meia, a variação foi ainda maior, ao saltar de 8.667 no ano passado para 12.838 neste, ou mais 47,9%.

Quem sabe em 2025 a inovação aconteça e até sirva de exemplo para outras maratonas brasileiras, que atrairiam mais corredores para o desafio dos 42 km, hoje por vezes meros coadjuvantes em eventos em que as outras distâncias (5, 10 e 21 km) têm muito mais participantes.

A evolução da SP City Marathon

Tomaz Lourenço é jornalista, 77 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04. Sua próxima maratona será dia 25/08 em Floripa, buscando a qualificação para o Ranking CR 2024. Contato: tomazloureno1947@gmail.com