Especial zMais notícias Fernanda Paradizo 3 de janeiro de 2025 (0) (179)

São Silvestre: uma corrida em homenagem aos pais e apoio à família

POR FERNANDA PARADIZO

A paranaense Simoniely Serathiuk participou da sua primeira São Silvestre em 2024, mas não como muitos poderiam esperar. Tricampeã da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu em 2024 (veja matéria) e com índice necessário para largar na elite, ela optou por correr no pelotão geral, ao lado de sua irmã. A decisão foi carregada de emoção e simbolismo: uma homenagem aos pais falecidos e uma forma de apoiar a irmã em sua estreia nas corridas.


“Não foi uma corrida típica, foi uma homenagem e um projeto em família que criei para que tivéssemos algum propósito após o trágico falecimento da minha mãe. Escolhi a São Silvestre pois era a prova que minha mãe sempre falava por levar o nome do meu pai, Silvestre, falecido há 10 anos. Falei para meus irmãos que levaria eles para fazer a prova. Minha irmã se apaixonou pela corrida, encontrando nela força para seguir lutando”, conta Simoniely, que tem 32 anos e nasceu em Paulo Frontin e escolheu a cidade de Maringá para viver.

“Eu consegui os índices para largar na elite da São Silvestre, porém decidi que acompanharia minha irmã no pelotão geral, pois seria sua primeira corrida.”

A prova trouxe grandes desafios, especialmente para sua irmã, Simone Luiza Kovalczuk. “Ela sentiu a dificuldade da prova, no entanto se deslumbrou pela simbologia e estrutura. Corremos, caminhamos, ela achou que não conseguiria em alguns momentos e recuperou o fôlego para lutar em outros. Assim como é o luto”, afirmou a corredora, lembrando que as duas buscaram honrar a memória, o legado e os valores dos pais.

“Poder largar na elite da São Silvestre e optar por acompanhar minha irmã foi uma experiência única. A corrida salva. A homenagem foi linda e muito importante. Todavia, transformar minha irmã em corredora foi a principal vitória.”

A paranaense diz ainda ter se impressionado com a grandiosidade do evento: “Desde a entrega de kits, bem organizada, e a feira repleta de atrativos, até a quantidade de pessoas que se posicionaram para largar. Eu, que sempre corri mais sozinha, me vi num mar de corredores.”

Para ela, o terço final da prova é o mais desafiador, mas que compensa pela incentivo do público. “A torcida é um dos pontos altos da prova. Eu gostei do percurso, mas realmente a Brigadeiro é desafiadora”, lembra a corredora, que acredita que, quando tiver que correr visando performance, aí sim vai poder sentir de fato a dificuldade do trajeto.

“Estava bem atenta às necessidades da minha irmã, pois estava muito quente e ela começou a se sentir muito fatigada. Porém consegui sentir a energia da corrida, ver pessoas acompanhando e incentivando pessoas queridas e até estranhos. Vi gente lutando para dar seu melhor, buscando se superar, independente da colocação que chegariam.”

Simoniely: superação e dedicação às corridas

Simoniely divide sua rotina entre o trabalho de professora, o treino intenso e a vida familiar. Acorda às 4h da manhã para treinar antes de começar o expediente. Para conciliar o treino com o trabalho de tempo integral, ela divide com seu marido, também atleta, as responsabilidades do lar. E por isso escolhe fazer poucas provas, mas treinar bem para cada objetivo.

Sua trajetória nas corridas começou em 2016, movida pela vontade de encontrar um novo desafio. Estreou nos 42 km justamente em Foz do Iguaçu e já com vitória. Em 2024, seu tricampeonato em Foz (foto) teve um significado ainda mais especial: foi dedicadO à sua mãe, que havia falecido precocemente em um trágico acidente e que sempre se orgulhava das conquistas da filha.

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