Releitura Redação 28 de fevereiro de 2018 (0) (173)

Retrospectiva dos 24 anos da revista

Em outubro de 2001, algo que não era incomum no começo da CR, mas que tinha praticamente desaparecido, voltou a acontecer: uma prova fantasma, divulgada para receber inscrições e cujo organizador não passava de um golpista, não a realizando. Na seção de "Cartas" da revista choveram reclamações. Também a má notícia da morte do colaborador José Clemente Gonçalves, responsável pela seção "História do Atletismo", mas a CR continuou publicando artigos extraídos do seu livro (que não chegou a ser editado).
Surge a interessante Corrida da Serra da Graciosa, com 20 km em leve subida, e que é um grande sucesso. A Maratona Pão de Açúcar de Revezamento passa a ser a maior prova do Brasil, com 15 mil participantes (contra 14 mil na São Silvestre).
Em Berlim 2001, a japonesa Naoko Takahashi torna-se a primeira mulher a completar os 42 km em menos de 2h20. Ela vence com 2:19:46, mas no domingo seguinte, em Chicago, a queniana Catherine Ndereba consegue a nova marca mundial: 2:18:47! Em abril 2002, Khalid Khannouchi, norte-americano de origem marroquina vence Londres com o recorde de 2:05:38; Paula Radcliffe é a campeã (2:18:56).
Em janeiro de 2002, a comemoração pela 100ª edição, trazendo como destaque o Ranking de Maratonistas. No exterior, o treinador paulista Mario Sérgio mantém a postura de levar seus corredores para vencer na Disney.
Várias seções da revista se mantêm firmes, como a "Melhores locais", alimentada pelos leitores, que nos mandavam informações e fotos dos pontos mais interessantes para se treinar em suas cidades. Matéria especial aborda os 20 anos da Corpore, considerada a melhor organizadora do país. O editor da CR faz mais uma de suas colaborações, com várias informações e sugestões para que as corridas atendam com respeito os participantes e se preocupem com a parte técnica, o que ainda não era algo generalizado, como se vê na cobertura da 1ª Meia de Santo André, cheia de falhas.

124 PÁGINAS! Na edição de junho, mais um recorde no número de páginas, chegando a 124, devido ao encarte "Caderno de Resultados" com 44 páginas. A revista mantém sua posição de publicar listagens completas das principais provas, como forma de valorizar os participantes, ainda mais porque na época era muito difícil ter acesso aos resultados.
Os leitores (assinantes ou não) continuam enviando relatos sobre suas corridas lá fora, como Maria Eugênia Cerqueira, a respeito de sua desastrosa participação na Maratona de Paris, em texto primoroso, que acabou posteriormente sendo um dos escolhidos pela organização, em livro comemorativo publicado. Já o assinante Darci Garçon permanece sendo um dos mais assíduos colaboradores.
Seguindo na trilha de sucesso do Revezamento Pão de Açúcar, a Maratona BR de Rezamento chega à sua 3ª edição, no Rio, com 1.500 equipes participantes. A ultra Comrades, na África do Sul, ainda não havia sido "descoberta" pelos brasileiros; na edição de 2002, apenas o veterano Gustave Bush lá esteve, mas não conseguiu completar no então tempo de corte, que era de 11 horas.
Na revista de julho, uma homenagem ao jornalista Tim Lopes, brutalmente assassinado por traficantes no Rio, publicando-se um artigo dele a respeito de sua primeira maratona em 1981. O atletismo de pista e campo continua a ser abordado praticamente em toda edição da CR, a cargo do jornalista Benê Turco.
No mês seguinte, uma provocação do editor, ao acompanhar o sofrimento de centenas de corredores para completar os 42 km em São Paulo, por falta de treinamento. A CR lançava a ideia para que a maratona paulistana passasse a ter 30 km, proposta que foi rejeitada nos meses seguintes pela maioria dos leitores…
A Yescom reforça sua posição de principal organizadora do país, em função da realização da Meia do Rio, Volta da Pampulha e Maratona de SP, além de já cuidar da São Silvestre, como prestadora de serviços. Mas nesse ano de 2002, um assinante descobriu, por acaso, que a listagem da MSP estava inchada com concluintes fantasmas, ao checar a lista com um vídeo de chegada. O pior foi constatar que desde 2000 isso já acontecia. A organização e a empresa apuradora (ChipTiming) explicaram que havia sido erro, e não uma forma de inchar os resultados, para dar maior importância ao evento. Depois dessa denúncia da CR, nos outros anos isso não mais se verificou.
No exterior, destaque para os 37.500 inscritos em Chicago, desbancando Nova York como a maior e mais importante maratona norte-americana. Nesse ano de 2002, Paula Radcliffe consegue lá o recorde mundial (2:17:18); Khannouchi vence em 2:05:56.
Como preparação para os 10 anos da CR, a revista lança um cronograma de provas comemorativas durante 2003. E na última edição do ano, o lançamento da nova seção "Não faça o que eu fiz".

CALENDÁRIO. Pelo segundo ano, a revista envia para os assinantes (a CR ainda não estava em bancas) um calendário de mesa junto com a edição de janeiro 2003. Nela sai o Ranking de Maratonistas, desta vez desconsiderando os resultados de São Paulo, pelas razões citadas anteriormente, valendo então as marcas obtidas em Blumenau, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. A do Rio não acontecia.
Já a Corrida de São Silvestre chegava a novo recorde de concluintes, com 13 mil corredores, mas ainda no segundo lugar, atrás do Revezamento Pão de Açúcar (20 mil participantes), também na capital paulista. Lá fora, Adriano Bastos ganha pela primeira vez a Maratona Disney. Enquanto por aqui uma novidade: Lançamento da Maratona das Águas, em março, na região de Águas de Lindoia.
A revista de abril chama a atenção para a falta de opções entre 21 e 42 km, que considera um grande erro. Apenas duas provas aconteciam em distâncias intermediárias: Corrida Cidade de Aracaju (25 km) e a 30 Km de Cascavel. Também começamos a divulgação da "Corrida Festa 10 Anos da CR", que aconteceria em julho na Praia do Lázaro, em Ubatuba.
Em maio noticiamos o recorde mundial (que se mantém) de Paula Radcliffe em Londres, ao fechar os 42 km em 2:15:25. Também a cobertura da Maratona de São Paulo, com pouco mais de 3 mil participantes (reais…). Ainda na capital paulista, a primeira (e única) edição da Maratona e Meia da Corpore. No exterior, destaque para o recorde pessoal (e segunda melhor marca brasileira) de Márcia Narloch em Hamburgo, com 2:29:59, na 6ª posição. Na Comrades 2003, apenas 9 brasileiros, em relato de Nato Amaral.
Por sugestão da revista, a CBAt cria a Comissão de Corridas de Rua, com o objetivo de tornar o segmento melhor organizado e valorizado: entre seus membros, o editor da CR. Na revista de agosto, a ampla cobertura da Corrida Festa dos 10 Anos, que contou com centenas de assinantes, de várias partes do Brasil. E com homenagens a anunciantes frequentes (Roberto Grupenmacher – Loja Ironman de Curitiba; José Carlos de Seixas – Proximus/Polar), assim como ao colaborador de primeira hora Derrick Marcus.
Também nessa edição, a cobertura da 1ª Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, organizada pela Spiridon Eventos, no percurso que se mantém até hoje, com 1.127 concluintes. E na de setembro, um brinde especial aos assinantes: o boné dos 10 anos da revista. A Maratona de Blumenau mais uma vez não é oficializada, por falta de aferição do percurso.
No próximo mês, o que aconteceu de maior destaque nas corridas de rua, entre outubro 2003 e setembro 2005.

Campeões das corridas mais importantes no período
Melhores maratonistas em 2001: Vanderlei Cordeiro (2:10:02 em Beppu Oita) e Dione D´Agostini (2:36:50, 5ª em Amsterdã)
Meia do Rio 2001: Rômulo Wagner (melhor BR em 2º); Selma dos Reis (1:15:02)
Maratona de Curitiba 2001: João Gustavo Assumpção (2:17:59); Marizete Rezende (2:42:21)
Volta da Pampulha 2001: Valdenor Pereira (melhor BR em 2º); Zeferina Baldaia (1:02:12)
Corrida de São Silvestre 2001: Marilson Gomes (4º); Maria Zeferina Baldaia (52:12)
Rústica Tiradentes de Maringá 2001: Clodoaldo Gomes (29:38); Zeferina Baldaia (33:41)
Maratona de Porto Alegre 2002: Claudir Rodrigues (2:17:38); Sandra Alvarez (ARG) 2:44:04
Maratona de São Paulo 2002: Vanderlei Cordeiro (2:11:19); Zeferina Baldaia (2:36:07)
Maratona de Blumenau 2002: Elson Gracioli (2:17:27); Rosa Barbosa (2:46:41)
Meia do Rio 2002: Marilson Gomes (2º com 1:03:35); Zeferina Baldaia (2ª com 1:14:22)
Maratona de Florianópolis 2002: Everton Luduvice (2:14:27); Ilda dos Santos (2:38:58)
Dez Milhas Garoto 2002: Marilson Gomes (47:41); Márcia Narloch (55:10)
Volta da Pampulha 2002: Vanderlei Cordeiro (53:10); Márcia Narloch (1:02:28)
Corrida de São Silvestre 2002: Marilson Gomes (2º); Marizete Rezende (54:02)
Melhores maratonistas 2002: Alex Januário (2:10:54 em Berna); Zeferina Baldaia (2:36:07 em SP)
10 Km Tribuna FM (Santos): Marilson Gomes (28:18); Ednalva Lauriano (33:25)
Maratona de São Paulo 2003: Genilson Junio (2:16:40); Maria Guimarães (2:39:12)
Maratona de Porto Alegre 2003: Arnaldo Sales de Sá (2:16:13); Rosa Jussara Barbosa (2:42:08)
Maratona da Cidade do Rio 2003: Alex Januário (2:16:39); Leone Justino (2:46:54)

Principais colaboradores
Ayrton Ferreira – Treinamento e história
Tião Moreira – Fotos
Benê Turco – Pista e campo
Glauce Larosa – Nutrição
Derrick Marcus – Notícias do mundo
José Carlos de Seixas – Monitoramente cardíaco
Liane Beretta – Equipamentos e fisiologia
Luiz Carlos de Moraes – Musculação e afins
Marco André de Albuquerque – Fisiologia
Joaquim Grava – Ortopedia e saúde
Alessandra Arkie e Kenia Baumann – Fisioterapia
Márcio Dederich – Crônica "Espírito Corredor"
Marcelo Augusti – Treinamento
Carlos Henrique Iotti – Charge

AS 10 MAIORES PROVAS EM 2002
(por número de concluintes)
1 Revezamento Pão de Açúcar (SP) 20.000*
2 Corrida de São Silvestre (São Paulo) 13.017
3 Maratona BR de Revezamento (Rio) 8.000*
4 Meia-Maratona Internacional do Rio 7.600
5 10 Km Tribuna FM (Santos) 5.774
6 Classic Corpore (São Paulo) 5.677
7 Troféu Cidade de São Paulo 4.603
8 Volta Internacional da Pampulha (BH) 4.326
9 10K Nike Corpore (São Paulo) 3.611
10 Corrida Integração (Campinas) 3.609
* Número aproximado de participantes

 

Veja também

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