Especial admin 4 de outubro de 2010 (0) (119)

Por trás da Nike 10K

Em sua primeira edição da Run America 10K, em 2005, a Nike perguntou: ‘Por que você corre?' No ano seguinte, instigou a imaginação do corredor: ‘O que você vai fazer quando cruzar a linha de chegada?'. Agora, em 2007, lançou uma nova questão: ‘Que tipo de corredor você é?' Partindo do princípio de que ‘se você tem um corpo, você é um atleta', dividiu os participantes em três grupos. Os não praticantes de corrida e aqueles que estão começando no esporte entraram para o clube "Os não corredores que correm". Os que amam corrida numa semana, mas na outra não querem nem ouvir falar, se enquadraram nos "Aves de Fogo". Já para aqueles que não vivem sem correr e têm verdadeira paixão pela modalidade, além de buscar sempre um melhor resultado, formaram o "Cartel Endorfina".

A revista acompanhou alguns treinos desses grupos, promovidos pela Nike em três pontos da cidade, e pode-se dizer que o clima era dos mais agradáveis. A começar com as tendas coloridas e os times divididos por cores e se tratando por apelidos: os não corredores eram os ‘lesminhas', os do cartel, os ‘caveiras'. 

"A repercussão tem sido muito boa e a adesão a cada grupo está bem equilibrada. Em média, a identificação é essa: 40% Aves de Fogo, 39% Cartel e 21% Não corredores", diz Maria Ilka Padilla, gerente de marketing Running da Nike, ela também uma corredora. "Eu me sinto Cartel", completa Maria Ilka, embora estivesse treinando com os Aves de Fogo. Aliás, acho que muita gente (inclusive eu), ficou nessa situação: querendo fazer parte do clube ‘Viciados em endorfina', mas sem performance física para estar lá, tendo de optar pelo grupo intermediário.

Segundo o professor Marcelo da Mata, responsável por treinar os feras desse clube, os homens devem terminar os 10 K em 36 minutos e as mulheres em 40 minutos. "O treinamento é pesado, com muita intensidade e volume", contou o treinador.

A elite se diverte. Mas embora seja um "viciado em endorfina" notório, o corredor Vanderlei Cordeiro de Lima não se preocupa com o tempo de conclusão. "Adoro participar da Nike 10K. No ano passado, fiz a prova em 52 minutos, o que é uma eternidade para mim. Por outro lado, vivenciei cada minuto da corrida. É uma prova para ser curtida, diferentemente de quando corro em busca do pódio".

Marilson Gomes dos Santos também vê o evento como uma oportunidade para se sentir um atleta amador. "Geralmente, a corrida está ligada à tensão para mim. Mas na Nike 10K o que vale é a festa", diz o campeão da Maratona de Nova York 2006. "É muito legal ver as pessoas se esforçando para completar o percurso", completa a atleta Juliana Gomes dos Santos, mulher de Marilson.

Há ‘vips' também entre os ‘não corredores', como o baterista Iggor Cavalera, que participa dos treinamentos com sua mulher, Laima Leyton. "Representa uma retomada para nós. Correr era uma das coisas que mais fazíamos juntos, mas ‘ficamos grávidos' no ano passado e paramos. A idéia de ter também um espaço para os não-corredores é super bacana. Se fosse uma prova normal, não teríamos coragem de participar", diz o músico (ex-Sepultura).

Entre seus iguais, o divertido trio de ‘lesminhas' Gustavo Silveira, Hector Farto e Guilherme Brandão é considerado ‘o batalhão de elite'. "Hoje corri 25 minutos direto", orgulhava-se Guilherme, 25 anos, que é produtor cultural e tem uma agenda bastante agitada, inclusive com muitos eventos à noite – o que ‘boicota' sua vida de atleta. O baladeiro de plantão Hector, 20 anos, porém, não se mostra muito preocupado com o estilo saudável que um corredor deve ter: "Já aconteceu de eu ficar dois dias sem dormir, vir para o treino e correr cinco quilômetros". O publicitário Gustavo, 31 anos, que flagramos em um treino se saindo melhor que algumas ‘aves de fogo', garante que o melhor de tudo é o estímulo que recebe da equipe. "Desde os 20 anos eu corro. Quer dizer, começava, fazia por um ou dois meses, e parava. Agora sinto que estou aprendendo realmente a correr e vou continuar", diz.

Com muita disposição e paciência, a treinadora do clube dos ‘não corredores', Emanuela Martins, confessa que vem se surpreendendo com seus pupilos. "Trabalhamos fortalecimento e condicionamento cardiorespiratório e eles respondem bem. Alguns membros até já poderiam ter passado para o grupo das ‘aves', mas preferem ficar aqui no nosso, que é bem divertido", contou a professora, que acabava de sair de uma festinha improvisada no treino, com direito a bolo e docinhos, em comemoração a um aniversário. Os ‘lesminhas', segundo ela, devem terminar a prova entre 1 h e 1h20.

Incentivo contínuo. No "Aves de Fogo", a previsão do treinador Renato Átila é que as pessoas concluam a Nike 10 K de 40 a 55 minutos. "Esse é grupo que mais cresce", orgulha-se. "Sinto que alguns vêm para cá porque ainda não tem a performance do cartel, mas desejam chegar lá. Outros se encaixam perfeitamente em nosso ritmo, visando apenas manter a qualidade de vida", completa.

As amigas Fabíola Ribas e Yasmin Fong se enquadram no segundo segmento. "Eu ganho o dia depois que corro", vibra a tradutora Yasmim, 41 anos. "Voltei aos treinos depois de um tempo parada e estou adorando. O esquema é muito bom, com incentivo, orientação, alongamento. Melhorei muito meu condicionamento. E apesar de nosso objetivo ser a Run America, vou continuar correndo depois da prova", fala a corretora de seguros Fabíola, 33 anos. "Nossa foto vai sair na Contra Relógio? É o incentivo maior para nunca mais deixarmos de correr", brincou Yasmim.

Coordenadora de Running Brand da Nike, a "ave de fogo" Manoela Daffre comemora a boa campanha desse ano. "Abraçamos todos os tipos de corredores. E o estímulo não se limita aos treinos. Investimos em um esquema digital, por meio do site (www.nikecorre.com) e dos blogs dos grupos, que têm dado excelente repercussão. Tudo o que acontece nos clubes, em treinos e fora deles, é registrado ali", conta.   

Camiseta única. Em relação à camiseta, um item que sempre atrai a atenção dos participantes de provas, Manoela diz que será como nos outros anos: com tecnologia Nike Sphere (que transporta o suor do corpo através do tecido e mantém o atleta seco) a peça terá uma cor única nas nove cidades que acontecerão a Run America, com o número de peito gravado. As faixas de largada, porém, serão diferenciadas. E, no final, os esforçados corredores serão brindados com um grande show.

Os treinos da Nike, oferecidos gratuitamente em três dias da semana (no Parque do Ibirapuera, no Parque Villa Lobos e na USP), foram desenvolvidos em parceria com a SIX Assessoria Esportiva que mesmo depois da prova quer continuar estimulando os corredores. "Junto com a Nike lançamos a semente da busca pela qualidade de vida e superação de limites. Esperamos ter contribuído para que os que já são corredores e esses novos que surgiram persistam em seus objetivos. Estamos sempre dispostos a ajudar", diz Marcelo Smith de Vasconcellos, diretor da Six.

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