Segunda-feira, 15 de abril de 2013, 14h50: o mundo dos corredores parou. Com 4 horas e 9 minutos de duração, duas bombas explodiram cerca de 200 metros antes da chegada. As imagens do atentado, que matou três pessoas e feriu outras 183, circularam o mundo, gerando medo e fazendo com que todas as grandes corridas redobrassem sua segurança.
Afinal, o atentado não aconteceu em uma prova qualquer, mas na Maratona de Boston, aquela que muitos consideram como a coroação do corredor amador. Um evento esportivo que atrai mais de meio milhão de espectadores ao longo do seu trajeto, e são os 42 km mais assistidos pela TV no mundo. Mas o que faz com que Boston seja tão especial?
ORIGENS. Um dos motivos da atratividade de Boston é a sua longevidade. Afinal, ela é a maratona mais antiga do mundo que acontece anualmente, não se considerando aqui a dos Jogos Olímpicos, a cada 4 anos. Aliás, foram as Olimpíadas de 1896 que inspiraram a criação de uma prova semelhante em Boston no ano seguinte. O então treinador da equipe olímpica norte-americana dos Jogos em Atenas, John Graham, ao ver a nova modalidade vencida por Louis Spiridon (tema tratado por esta seção na CR de fevereiro), ficou com a ideia fixa de que era uma competição perfeita para as metas do clube esportivo do qual era membro. Esse clube era o Boston Athletic Association (B.A.A.), criado dez anos antes e cujo objetivo era "incentivar todos os esportes masculinos e promover a cultura física", e que promovia a realização de competições de boliche, tênis, boxe, polo aquático e, obviamente, atletismo.
A ideia de uma corrida de rua foi prontamente aceita, e com a ajuda do empresário Herbert Holton, Graham resolveu os dois maiores entraves para sua realização. O primeiro foi o percurso: várias rotas foram consideradas, porém a escolhida começava na cidade de Ashland indo em direção a Boston. Em uma época de experimentações, sem medição oficial e tendo a maratona olímpica algo em torno 40 km, a competição tinha extensão de 24,5 milhas (cerca de 39,4 km).
O segundo entrave era a data a ser escolhida. Com intuito de que o teste de resistência e condição física dos participantes dessa maratona simbolizasse o nacionalismo dos norte-americanos, a data escolhida foi o "Dia do Patriota", um feriado local em referência às primeiras batalhas da Independência das treze colônias contra a Inglaterra, que era comemorado sempre no dia 19 de abril. Assim, não havia um dia da semana fixo para a sua realização, o que acabou a partir de 1969, quando o feriado passou a ser festejado toda terceira segunda-feira de abril, hoje chamada pelos americanos de "Monday's Marathon", a Segunda-Feira da Maratona.
A PRIMEIRA EDIÇÃO. Dessa forma, às 12h19 do dia 19 de abril de 1897, em frente à fábrica da Metcalf em Ashland, 15 corredores largavam na primeira Maratona de Boston, cujo nome inicial era "Maratona Americana", evento que já atraía muita curiosidade da população. O principal jornal da cidade, o Boston Globe, relatava que centenas de espectadores pegaram trens de manhã cedo para Ashland para ver o início da corrida e, assim que eles partiram, retornaram rapidamente para vê-los chegando. Ciclistas também tinham ido para a largada e voltaram escoltando os corredores. Moradores das setes cidades por onde passava o percurso saíam de suas casas e acenavam com lenços.
Com o passar do tempo, tornou-se uma competição particular entre essas cidades, de qual seria a mais hospitaleira com os maratonistas. E a tradição das estudantes do Wellesley College saírem de suas salas e receberem (hoje muito mais do que isso) os atletas também é descrito pelo jornal já na primeira edição da prova. Dos 15 participantes, 10 conseguiram concluir, e John McDermott, de Nova York, completou em 2h55, recebendo apenas efusivos aplausos da população e uma coroa de flores.
E até 1986, foi esse o prêmio ao vencedor da maratona. De acordo com o código amador, uma velha regra aristocrática, o corredor que aceitasse algum tipo de prêmio de valor perderia sua retidão: o ato de competir estava pelo amor ao esporte e não pelo vil metal. Ao longo da década de 1980, prêmios em dinheiro oferecido pelos patrocinadores fizeram os atletas profissionais começarem a se recusar a competir em provas sem premiação, como Boston, que então cedeu quanto ao pagamento ao vencedor.
CASOS PITORESCOS. Logo a repercussão positiva dos 42 km olímpicos de 1896 ganhava mais um grande aliado: o sucesso da primeira edição da Maratona de Boston. E ao longo dos primeiros anos ela foi crescendo em popularidade e em casos pitorescos.
Na edição de 1900 houve a única falsa partida da história da competição. No ano seguinte, a prova ganhou grande repercussão na imprensa menos pela corrida, mas por acusações de apostas ilegais acerca da maratona e os rumores de que o canadense Ronald Macdonald, vencedor da edição de 1898, abandonou a disputa por ter se drogado antes dela.
Em 1905, o vencedor foi o americano Fred Lorz, que no ano anterior protagonizou uma das cenas mais bizarras da história da Maratona Olímpica: nos jogos de St. Louis em 1904, ele deixou a prova um pouco depois do 14º quilômetro, aceitando uma carona. Após 17 quilômetros, devidamente descansado, Lorz desceu do carro e voltou a correr como se nada tivesse acontecido, entrando no estádio olímpico e cruzando em primeiro lugar. Logo depois, confessou a trapaça e o título foi dado a Thomas Hicks.
Mesmo sob olhares desconfiados e forte escolta de ciclistas, Lorz não trapaceou em sua vitória em Boston, a qual completou em 2h38. E a partir de 1911, surgiu a primeira grande lenda da Maratona de Boston, Clarence DeMar, apelidado de "Mr. DeMarathon", que venceu sete vezes entre 1911 e 1930, nesta última já com 41 anos.
Nas primeiras décadas de organização, mesmo com a turbulência do colapso do capitalismo liberal, vê-se a determinação dos organizadores para que a prova se perpetuasse, fazendo de tudo para que mesmo nas situações mais adversas ela fosse realizada. Exemplo maior foi durante a participação dos EUA na Primeira Grande Guerra no final de 1917: com muitos atletas entrando nas fileiras militares, dedicar-se a fazer uma maratona era visto como uma atitude não patriótica. Assim, para não cancelarem a edição de 1918, realizaram um revezamento militar, composto de 10 atletas por equipe que corriam 2,5 milhas (4 km) cada.
MUDANÇAS NO PERCURSO. Um segundo motivo do charme de Boston é a exigente topografia de seu percurso e seu clima imprevisível. Isso nos remete a única mudança de seu trajeto, ocorrida em 1924. Desde 1908, as maratonas passaram a ser formatadas numa distância específica, os quebrados 42,195 km. Não, isso não aconteceu por uma descoberta histórica dos maratonistas da Antiguidade, mas por um capricho do Rei Eduardo 7º e da Rainha Alexandria na maratona olímpica de Londres, que exigiram que esta fosse esticada em mais 2,195 km para começar no Castelo de Windsor, fazendo com que a Família Real pudesse ver o seu início, sem se deslocar.
A distância vingou e as maratonas posteriores passaram a usá-la como padrão. Com Boston não seria diferente, e em 1924 eles mudaram o percurso para se enquadrar nas normas oficiais. Assim, de Ashland, a prova passou para a cidade anterior, a pequena Hopkinton. O percurso começa em declive pelas cidades de Ashland e Framingham e continua num sobe e desce pela cidade de Natick, cruzando a metade do itinerário em Wellesley, logo descendo mais de 100m no início da cidade de Newton, e a partir do km 25 iniciando uma sequência de quatro colinas, culminando na tão temida "Heartbreak Hill" no 33º km, voltando a descer pela cidade de Brookline, cruzando a faixa na famosa Boylston Street, já em Boston. Dado seu desnível de mais de 42m durante o percurso, assim como a distância entre o início e o fim da corrida ser maior que 21 km, o que pode favorecer os atletas em caso de vento a favor (como há 3 anos, quando o queniano Geoffrey Mutai marcou 2:03:02), a prova não pode ter recordes mundiais homologados pela IAAF.
HEARTBREAK HILL. A famosa "Heartbreak Hill" já existia no primeiro percurso da maratona, mas só foi apelidada assim em 1936, devido a uma história particular. O então vencedor da edição de 1935, Johnny Kelley, tentava alcançar o então líder, Ellison "Tarzan" Brown, de origens indígenas. Ao subir os 600m da última colina, Johnny ultrapassou Brown e deu um amigável tapa no ombro do adversário. Era tudo que precisava para motivar Brown, que não somente não deixou Kelley ultrapassá-lo, como voltou à liderança, vencendo então a prova.
No dia seguinte, o editor de esportes do Boston Globe, Jerry Nason, que acompanhava a competição, disse que naquele ponto mais alto da colina o coração de Kelley se despedaçou, o que deu origem a chamar aquele lugar como "Heartbreak Hill". Kelley entrou no rol das lendas de Boston não somente pelo lamentável tapinha nas costas, mas por ter participado de 61 edições da maratona, vencendo duas vezes e completando sua última em 1992, com 84 anos. Em 1993, ele ganhou uma homenagem, tendo uma estátua sua perto na Heartbreak Hill.
O clima também é outro desafiador, por sua imprevisibilidade. Como na edição de 2007, na qual os corredores tiveram que lidar com uma tempestade de proporções épicas, ou em 1976, quando Jack Fultz venceu a Maratona de Boston mais quente registrada, com quase 100° Fahrenheit (38° Celsius).
Na edição de 1982, a batalha épica entre Alberto Salazar e Dick Beardsley nos últimos 9 km, quando Salazar conseguiu ultrapassar Beardsley e ambos romperam a barreira das 2h09m, também se realizou sob forte e escaldante sol. Trinta anos depois, na edição de 2012, houve o que o diretor da prova, Dave McGillivray, chamou de "Inferno", sendo quase cancelada devido ao intenso calor, e que deu, pela primeira vez, a opção de o corredor escolher se queria participar naquele ano ou no seguinte. Apesar dessa gangorra meteorológica, Boston só registra dois casos de morte: um por ataque cardíaco em 1996, e em 2002 por hiponatremia (diminuição dos níveis de sódio ocasionados por excesso de ingestão de água).
REIVINDICAÇÕES. Boston também foi palco para manifestações de causas sociais e políticas. A exemplo de Styliano Kyriades, que em 1946 veio da Grécia com objetivo de pedir ajuda a seu país, devastado pela Segunda Guerra Mundial. Venceu a prova e angariou mais 400 mil dólares para sua nação, percorrendo boa parte dos EUA. Foi recebido em Atenas como um verdadeiro herói nacional e sua atitude foi entendida como o "verdadeiro espírito da maratona". Esse momento acrescentou uma nova dimensão para a competição, tornando-se um veículo para promover causas e arrecadação de fundos para instituições de caridade.
Foi nos 42 quilômetros de Boston que Roberta "Bobbi" Gibbi e Katherine Switzer reivindicaram a participação feminina nos 42 km. Cada uma de seu jeito, conforme se viu na CR de março: a primeira correndo de forma escondida e não oficial, a segunda abreviando seu nome de forma a ser confundida com um homem e ser a primeira mulher oficialmente inscrita em Boston. Ambas ajudaram no processo de inclusão das mulheres na maratona, sendo Boston uma das primeiras a autorizar a participação delas, em 1972, com vitória da lendária Nina Kuscsik.
Em 1975, Bob Hall, deficiente físico, escreveu para o então diretor do evento, Will Cloney, perguntando se ele poderia participar. Apesar de Cloney dizer que não poderia lhe dar um número oficial, teve a sua palavra de que reconheceria Hall como concluinte oficial se este completasse em menos de 3h30. Hall concluiu em 2h58, e abriu caminho para que houvesse uma categoria de deficientes físicos.
Entre eles estão a célebre dupla Dick e Rick Hoyt. Quando criança, Rick foi diagnosticado com paralisia cerebral, e desacreditado pelos médicos, que disseram que ele viveria vegetativamente. Seus pais ignoraram o aviso e o criaram como uma criança normal. Aos 12 anos, um dispositivo de computador fez com que Rick se comunicasse com sua família. Perceberam então que uma das maiores paixões de Rick era o esporte. Foi o gatilho de que seu pai precisava para inscrevê-lo na edição de 1977, formando o "Team Hoyt", no qual Dick empurra seu filho em uma cadeira de rodas. O "Team Hoyt" participa ininterruptamente até hoje da Maratona de Boston e de centenas de corridas de rua e até mesmo de triatlo.
TRAPAÇA DA CUBANA. Ao longo da década de 1970 a prova já possuía grande prestígio mundial e se tornou palco para criação de outras lendas do pedestrianismo. Caso do americano Bill Rodgers, tetracampeão da maratona e que, por duas vezes, quebrou o recorde do percurso. E de Joan Benoit Samuelson, que antes de vencer a primeira maratona olímpica feminina, em Los Angeles 1984, já era conhecida por ter sido bicampeã em Boston e detentora do recorde do percurso.
Boston tornou-se conhecida também por tentativas de grandes trapaças. Como o caso da cubana Rosie Ruiz, que em 1980 cruzou a linha de chegada com tempo de 2h31. Tinha então não somente quebrado o recorde do percurso em mais de 4 minutos, mas também se tornado o terceiro melhor tempo feminino da história até aquele momento. Uma façanha que logo se descobriria como uma grande farsa.
O corpo incomum aos das corredoras profissionais, a falta de ofegância e suor ao cruzar a linha fizeram algumas pessoas desconfiarem de Ruiz. Uma intensa investigação por três dias foi feita em parceria com a New York Road Runners, que descobrira que ela não tinha percorrido todo o trajeto na Maratona de Nova York seis meses antes, e que dera o índice a cubana correr em Boston. Depoimentos de outras corredoras, pessoas do staff e testemunhas oculares sugeriram que ela não tinha sequer largado. Dito e feito: Rosie Ruiz tinha corrido apenas a última meia milha da competição (800 m).
A B.A.A. não apenas desclassificou e baniu Rosie Ruiz, como três dias depois da prova organizou uma linha de chegada com a presença de mais de 3 mil pessoas e com o relógio marcando o tempo de 2:34:28 para que a verdadeira vencedora, a canadense Jacqueline Gareau, pudesse receber os louros da vitória.
Enquanto Rosie Ruiz tentava enganar a todos em Boston em 1980, o americano Greg Meyer vencia, no mesmo ano, a primeira Maratona Atlântica Boavista-Jornal do Brasil, que deu origem à Maratona do Rio de Janeiro. Mas para os americanos, ele é mais conhecido por ter sido o último vencedor americano em Boston, na edição de 1983. Ingleses, australianos e até um japonês ganharam a prova até 1987.
A ERA DOS AFRICANOS. Em 1988 o queniano Ibrahim Hussein foi o primeiro africano a vencer em Boston, inaugurando a hegemonia queniana-etíope que perdura até hoje e que só foi quebrada duas vezes: em 1990 pelo Italiano Gerlindo Bordin e em 2001 pelo norte-coreano Lee Bong-Ju. No feminino tal hegemonia se deu a partir de 1997. Uma supremacia que também mostrava que Boston, mesmo com todas as dificuldades altimétricas, pode ser palco de grandes tempos. Em 1998, pela primeira vez no esporte, os três primeiros colocados correram abaixo da casa de 2h08. Nesse ano, o queniano Moises Tanui venceu a com 2:07:34, à frente de Joseph Chebet e Gert Thys.
Contudo, com certeza o maior fato histórico da rapidez de Boston aconteceu em 2011, quando o queniano Geofrey Mutai fez a incrível marca de 2:03:02, 4 segundos à frente de seu compatriota Moses Mosop, 36 segundos abaixo do recorde mundial na época e ainda 21 segundos menos que o atual. Esse tempo não pode ser homologado como recorde pessoal pelos motivos que já falamos: a queda da variação altimétrica do percurso e pela distância entre os pontos de partida e chegada.
Mesmo com apoio até de outros atletas, além da B.A.A., que enviou documentos tentando protocolar o tempo de Mutai como recorde mundial, a IAAF não cedeu, embora tenha considerado a marca como "A mais rápida maratona já corrida". Curioso que, em passagem pelo Brasil no ano passado, Mutai afirmou em entrevista que ele e Moses Mosop, que disputaram boa parte da competição lado a lado, ao ver o tempo absurdo que estavam fazendo, acreditaram que o carro-madrinha estava quebrado e, desconfiados, apenas mantiveram o ritmo até o final da linha de chegada.
MERITOCRACIA. Longa história, tradição, percurso desafiador, pioneirismo em causas sociais, todas são razões para o sucesso da Maratona de Boston. Mas a principal, que faz Boston tão especial aos corredores, é o fato de ser uma prova meritocrática. Atualmente, só atletas que possuem o índice técnico (tempos mínimos por faixa etária) estipulado pela organização podem correr os 42 quilômetros entre Hopkinton e Boston.
Uma exigência observada muito mais por uma questão logística do que por uma tradição histórica. Até 1970, qualquer pessoa poderia se inscrever para participar da disputa. Justamente no "boom" das corridas de rua nos EUA ao longo dos anos 1970 é que começaram a surgir medidas para controlar o crescente número de atletas que queriam correr esta maratona, uma das poucas que existiam e, com certeza, a mais conhecida. Isso por questões de segurança durante o percurso, tempo de encerramento da prova, e até mesmo porque a cidade de Hopkinton é pequena demais para receber um número absurdo de corredores.
Em 1970, a primeira exigência: era necessária uma declaração por escrito de um treinador que afirmasse que o seu atleta percorreria o trajeto abaixo de quatro horas. Não deu muito certo. Tanto é que em 1971, a exigência passou a ser por índice técnico: o postulante à inscrição em Boston deveria já ter completado os 42 km abaixo de 3h30. Mesmo assim, Boston crescia exponencialmente de inscritos, competindo ferreamente com a Maratona de Nova York como a maior prova do mundo.
TEMPOS DE QUALIFICAÇÃO. Em 1980, os organizadores tentaram formatar a competição de maneira que fosse voltada exclusivamente para atletas de alto rendimento. Seus tempos de corte chegaram a ser de 2h50 para homens e 3h10 para mulheres. Mas a pressão econômica dos patrocinadores e da imprensa fizeram a B.A.A. rever seus tempos de qualificação, suavizando-os. De 1971 para cá os índices de qualificação já mudaram dez vezes, sendo a última vez em 2013.
Se não bastasse, para concorrer com o enorme crescimento da Maratona de Nova York, Boston passou a liberar inscrições para agências de turismo e, dessa forma, hoje também corredores lentos estão por lá a cada ano, apesar de serem facilmente reconhecidos: não são magérrimos e bronzeados como os que se inscreveram por mérito.
Atletas experientes, gabaritados por índice técnico e prontos para superar um percurso desafiador: esses são os personagens principais que fazem Boston ser tão especial. Corredores que já largam vencedores em Hopkinton, e fazem dos 42,195km até Boston uma grande celebração, sua volta olímpica particular de longos e árduos anos de treinamento. Pessoas que perderam o fôlego por alguns minutos e viram nos atentados de 2013 um duro golpe na mais longeva prova de rua do mundo. Porém, para o evento, um ferimento não fatal, pelo contrário. A Maratona de Boston está viva e a edição de 2014 tem tudo para exibir ao mundo inteiro a força e a grandiosidade da mais desejada das majors, pelos maratonistas de verdade.