Tô Correndo Tomaz Lourenço 16 de agosto de 2023 (0) (2082)

Maratona de Blumenau surpreende com índice de qualificação para o  RANKING igual ao de Porto Alegre

POR TOMAZ LOURENÇO


Todo mundo que participa de maratonas dá sempre muita atenção a dois aspectos: a temperatura que deverá ser no dia e o percurso. Quanto mais fria/amena ela for e quanto mais plano o trajeto, melhor para obtenção de bons resultados ou pelo menos para que o desgaste não seja tão grande. Em segundo plano ficam o abastecimento e a organização do evento como um todo.

No Brasil, os 42 km da capital gaúcha carregam a fama de serem os que melhor se encaixam nesse foco, sendo sempre lembrado o grande número de concluintes que lá conseguem índice para o RANKING CR e até para conseguir uma vaga em Boston. A de Florianópolis (27/08) também é muita boa para marcas e costuma ficar na segunda posição, nessa avaliação.$

Antes de comentar a surpresa que se verifica neste ano, é bom deixar claro que o principal fator (destacado!) para resultados rápidos em maratona é mesmo um correto treinamento, como se constata em Uberlândia e Foz do Iguaçu, que contam sempre com a participação de corredores competitivos, e grande parte dos concluintes entra no RANKING, apesar do percurso e clima desfavoráveis.

No caso de Porto Alegre, já há uma tendência de atrair os chamados corredores “sérios”, então o alto grau de ranqueados acaba sendo automático, ainda mais com aquelas duas ajudinhas. Então, neste ano se viu a volta da Maratona de Blumenau, que nos anos 90 foi a mais desejada pelos corredores, pelo clima e trajeto plano, desde a saída em Itajaí. Era parecida com Nova York, apesar de falhas eventuais na organização, contando com 80% de corredores de fora de Santa Catarina, especialmente de SP.

A edição acontecida dia 23/07 não repetiu o percurso histórico (como anunciando inicialmente), mas foi praticamente sem subidas, em duas voltas dentro da cidade. Muitos do que lá estiveram foram para matar saudades e por serem “antigos”, são corredores experientes e bem treinados. Talvez por isso, o índice de qualificação para o RANKING foi tão alto quanto o verificado em PoA, com 71,9% dos concluintes conseguindo resultados sub aos exigidos para cada faixa etária, percentual bem superior aos constatados nas nossas outras oficiais, como se vê no quadro.

No extremo oposto aparecem as duas maratonas de João Pessoa, onde com certeza os participantes foram prejudicados pelo calor/sol, mesmo com trajetos relativamente planos, confirmando ser o primeiro quesito sempre mais importante que o segundo.

Será que a Maratona de Floripa, que uma única vez foi a líder na qualificação, repetirá essa performance este ano, ou melhor, terá participantes competitivos em grande número para conseguir esse feito? O percurso ajuda, mas como ficará o clima? Resposta na próxima atualização do RANKING aqui no site, em meados de setembro, considerando, além da prova catarinense, também Fila (SP), Vitória e Goiânia.

Comentários, sugestões, críticas etc, mandem email para tomazloureno1947@gmail.com



Tomaz Lourenço é jornalista, 76 anos; lançou a revista Contra-Relógio em outubro de 1993, sendo seu editor até a última edição em abril de 2021. Correu mais de 60 maratonas no Brasil e exterior, além de 2 Comrades; seu recorde nos 42 km foi ao estrear na distância, em Blumenau 1992, com 3h04.

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