Muito comuns nas provas de aventura, as câmeras digitais esportivas estão ganhando terreno e cada vez mais fazem parte dos acessórios daqueles corredores aficionados por imagens. Mas, afinal, quem não quer ter uma boa recordação de tudo o que acontece ao longo de uma corrida? Talvez você não tenha a mínima ideia sobre ao que estamos nos referindo aqui, mas já deve ter visto por aí aquelas câmeras pequeninas acopladas em pranchas de surfe, em carros de alta velocidade, em capacetes de motociclistas ou ciclistas ou mesmo no corpo de corredores, com um auxílio de um suporte para levá-la no peito, muito perto ao seu número de corrida, ou na cabeça.

Essas câmeras, que são usadas dentro de uma caixa-estanque, à prova d'água, foram feitas exclusivamente para serem usadas em esportes de ação, praticados à luz do dia, e possuem recursos bem básicos, mas que produzem uma qualidade de imagem excepcional se utilizadas da forma correta. Seu efeito supergrande-angular, abrindo o campo de visão em até 170 graus, junto com o recurso de ter a câmera acoplada ao corpo, gera imagens de ação em ângulos inusitados, que dificilmente uma câmera padrão, por melhor e mais sofisticada que seja, conseguirá captar. 

E o melhor de tudo é que elas não somente filmam em Full HD (formato de alta qualidade), como também fotografam em alta resolução. E os arquivos gerados podem ser muito rapidamente transferidos para o computador, como acontece com qualquer outra câmera de vídeo ou fotográfica de hoje em dia, editados num programa de imagem ou vídeo e postados no Facebook, no Youtube ou em qualquer outro aplicativo.

Você pode estar se perguntando: "Como eu sei o que está sendo filmado ou fotografado se a câmera é apenas uma caixinha, com alguns botões e nenhum visor ou tela de LCD que me dê a visão para eu ter a certeza daquilo que estou captando?" Não precisa. O simples fato de ela ser supergrande-angular, trabalhando com um vasto ângulo de visão, já é quase certeza de que você está gerando imagens de boa qualidade. Embora a tela de LCD esteja disponível como acessório (dando noção da imagem que você está gerando), quem entrar no mundo destas miniaturas compactas tem que estar disposto a simplesmente acionar o botão "on" e "off" e não pensar muito no que está sendo gravado. O grande barato desse negócio é chegar em casa, plugar a câmera no computador e se surpreender com as imagens capturadas.

DICAS DE USO

– Lembre-se de que estas câmeras são supergrande-angulares. Você tem apenas uma noção do que sairá. Você sabe que vai pegar uma boa parte do ângulo à sua volta, mas não conseguirá ver a imagem. A surpresa virá mais tarde, na hora que descarregar os arquivos.

– Tenha a certeza de que a bateria esteja totalmente carregada para não ter surpresas no dia da corrida. Para provas que duram mais de 4 horas, leve uma bateria sobressalente. Lembre-se de que uma bateria cheia desse tipo de câmera dura em torno de 2h30, se usada de forma contínua.

– Essas câmeras são automáticas. O que isso quer dizer? Que você não consegue controlar a abertura de diafragma e a velocidade do disparo. É tudo automático. Elas não foram feitas para operar com pouca luz, mas fazem excelentes imagens à luz do dia. Se você vai usá-la em local de pouca luz, leve um tripé para fazer imagens com a máquina parada, mas sabendo de antemão que a qualidade da imagem não será a mesma.

– Adquira um cartão de memória com espaço com 16 GB ou 32 GB e o leve, como sobressalente, caso vá operar a câmera por mais de um dia em local onde não poderá descarregar no computador.

– Esses cartões de memória são muito sensíveis. Portanto, tenha o hábito de sempre descarregar o trabalho feito. Há pessoas que ficam guardando por meses imagens no cartão. Descarregue no computador o quanto antes; assim você libera também espaço na memória para conseguir obter mais imagens.

– Não vale a pena reduzir a qualidade da imagem para ter mais espaço na memória. É melhor filmar em Full HD, garantindo assim um arquivo de qualidade. Na hora de passar para o Youtube ou qualquer outro programa para colocar na internet, você poderá optar por salvar em um tamanho menor.

– Não é interessante filmar durante horas porque quanto mais tempo de gravação, mais trabalho terá na hora de editar. Portanto, seja seletivo; ligue a câmera apenas na hora que a paisagem valer a pena e merecer ser registrada. Correr com uma câmera em "on" durante uma corrida inteira é até bacana, mas saiba que 90% do material produzido será lixo.

– Use o suporte de cabeça ou o suporte de peito para as filmagens, para que elas fiquem o menos tremidas possível. Com a câmera na mão é muito difícil fazer boas imagens em movimento. O que você vai conseguir na maioria das vezes serão apenas borrões.

– Você pode programar para tirar fotos automaticamente a cada 30, 60 ou 90 segundos, por exemplo, mas não adianta fazer isso de forma aleatória, dando cliques e mais cliques e depois não ter nenhuma imagem que salve. Isso é até interessante, mas não especificamente para corridas. A melhor opção é ligar a câmera somente quando achar algo interessante, apesar de ser um pouco mais difícil acioná-la quando ela está no suporte de cabeça ou peito. Por isso, pense na possibilidade de adquirir um controle remoto, especialmente se você usa o suporte na cabeça, onde o acesso ao botão é mais difícil.

– Quando colocar a câmera para filmar, tenha a certeza de que ela realmente está ligada. Uma luz tem que ficar piscando.

– Em temperaturas muito frias ou em dias muito chuvosos, quando você usa a câmera com a caixa-estanque, ela pode embaçar no local do visor, afetando assim a nitidez da foto ou da filmagem. Para estes casos, existe uma caixa especial, que tem furos para a câmera respirar (no caso da GoPro). A caixa-estanque é à prova d'água, desde que esteja devidamente fechada.

 (Com a assessoria de Rodrigo Tibyriçá, câmera da Funfsports)