POR WASHINGTON VAZ | @perunning
O calendário nordestino de maratonas começou. Na Paraíba, milhares de corredores estiveram presentes na segunda edição da Maratona de João Pessoa, atraindo cerca de 5 mil participantes de mais de 25 estados, além de contar com inscritos de fora do país. A festa no Busto de Tamandaré, na belíssima orla de Cabo Branco foi linda e, mais uma vez, eu estive lá.
Embora João Pessoa seja conhecida como o lugar onde o sol nasce primeiro nas Américas, os corredores largaram antes dos primeiros raios solares. Às 4h30, centenas de corredores fizeram sua largada com sentido ao Centro Histórico da capital. E cá entre nós, se tem alguma coisa da qual não podemos reclamar, foi do Sol, viu? A semana inclusive foi bem chuvosa; o sábado de entrega de kits contou com uma bela chuva, atrasando inclusive minha chegada ao local. Até mesmo durante a prova dos 42 km, rolou aquela chuvinha esperta para refrescar o final da corrida dos maratonistas.
Se cabe uma opinião particular aqui, a Maratona de João Pessoa talvez seja a melhor prova de 42 km para quem pretende estrear na distância no Nordeste. O mês de março costuma ter clima mais ameno, e embora a primeira metade do percurso não seja plana, existe o fator positivo de enfrentar as subidas da Avenida Epitácio Pessoa ainda sem a companhia do Rei Sol. Esse clima, aliás, deve ter ajudado bastante Adriel Gomes (Recife/PE) e Nina Barbalho (Nata/RN) a superarem as marcas de Batista Ferreira (João Pessoa/PB) e Kananda Micheline (Delmiro Gouveia/AL), com seus tempos de 2h38 e 3h19, respectivamente.
O percurso em si, nem se fala. Sabe aquela prova em que você acaba conhecendo por tabela toda a cidade? É o que acontece para os corredores dos 42 km, visitando o Centro Histórico da capital e fazendo seu retorno no Parque Solón de Lucena, um dos principais cartões postais da cidade. Depois disso, meus amigos, é só seguir pela orla! Cabo Branco, Manaíra, Bessa, Intermares, Ponta de Campina, Poço, Intermares. João Pessoa tem uma das orlas urbanas mais bonitas do país e, sem sombra de dúvidas, torna essa prova ainda mais especial. 🏃♂️🌅🏖️
E minha participação na prova?
Bom! Diferentemente do ano passado, este ano eu não participei dos 42 km. Foi uma decisão difícil, viu? Mas fiquei muito feliz com a troca! Primeiro, porque tive a oportunidade de vibrar e me emocionar com a chegada de vários amigos e conhecidos que participaram da maratona. Estar ali na linha de chegada e ver a expressão de dor e felicidade de cada corredor é algo que arrepia! E não é só isso; percebi o quanto os corredores de João Pessoa gostam de fazer o mesmo. Durante a chegada, é possível acompanhar a festa das diversas assessorias esportivas. Gritos, aplausos, incentivos. Um verdadeiro cordão humano que, com certeza, faz a diferença nos metros finais.
E por falar em ajudar, lá estava eu no Pelotão Gatorade, formando o time Sub-2 nos 21 km, que contava também com um pelotão Sub-4, para a turminha dos 42 km. Fazia muito tempo que eu não sentia aquele frio na barriga na largada e uma felicidade extrema ao cruzar a linha de chegada. Nesse domingo, na Maratona de João Pessoa, a responsabilidade de ajudar a guiar o ritmo dos corredores para conquistar a meta de fazer uma meia maratona abaixo das 2 horas pesou. Eu não podia quebrar de forma alguma, né? A camisa que eu vestia tinha um SUB-2 estampado nas costas. Mas tudo saiu conforme combinado ao lado de corredores admiráveis. Mais uma vez eu tive a prova que a corrida é o esporte individual mais coletivo que existe.
Washington Vaz é analista de sistemas, professor e criador de conteúdo. Escreve sobre corridas e cria vídeos de suas participações em provas no @perunning desde 2014.