POR LUCIANA MIRANDA | @lucianarmiranda
No dia 24 de setembro, juntamente com a famosa e tradicional Maratona de Berlim, ocorreu a Maratona de Buenos Aires, na Argentina, que fica a menos de 3h de voo direto das principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Eu havia feito minha quarta Major em abril deste ano, que foi a encantadora Maratona de Londres, e não tinha planos para outra maratona ainda em 2023. Meu foco era planejar para os anos seguintes Tóquio e Boston, as duas que restam para conquistar a desejada e sonhada mandala.
Mas uma grande amiga estava inscrita para Buenos Aires e me convidou. Não tinha pensado em fazer essa maratona, mas fui pesquisar e vi muitos pontos positivos, como condições climáticas favoráveis, percurso plano, viagem barata e proximidade do Brasil, podendo utilizar um final de semana estendido, não necessitando de grandes planejamentos de férias. Então fiz a inscrição e fui para minha sexta maratona.
Cheguei em Buenos Aires na quinta-feira, 21/09, na parte da tarde, e a retirada do kit ocorreu no Parque Sarmiento, local de fácil acesso de metrô ou táxi/Uber nos dois dias que antecederam a prova. O kit contemplava o número de peito, uma regata oficial da prova e comidas como jujuba, mel, gel etc. em uma bolsa, estilo mochila de material reciclável.
Fui retirar o kit no primeiro dia na parte da manhã, pois eu tinha lido que no segundo dia ficava bem cheio, com grandes filas. Estava bem tranquilo e foi bastante rápido.
Com relação ao percurso, a maratona sofreu alterações este ano, tornando-se ainda mais plana. Existem dois falsos planos no decorrer da prova e uma pequena subida no final, por volta do km 40. Mas pode-se considerar uma prova 98% plana.
O horário de largada foi único, às 7h, na Av. Figueroa Alcorta y Dorrego, e as largadas são divididas por pelotões que vão sendo liberados à medida que o pelotão da frente já passa pelo pórtico da largada. Mesmo com uma concentração de pessoas muito grande, foi bem organizado e após o pórtico houve boa dispersão dos corredores.
Eu me hospedei a mais ou menos 3 km da arena e fui trotando para a largada e voltei andando depois. A organização aconselha a utilização de aluguel de bicicletas para deslocamento. Tem as do Itaú, como no Brasil, pois no dia da prova tem muitas ruas fechadas e fica mais complicado a utilização de táxi/Uber.
O percurso contempla ruas bem largas, com pontos de hidratação a cada 2,5 km, alternando água em garrafinha e isotônico (Gatorade) em copo. Também foram distribuídos gel e banana na segunda metade.
Como sugestões de melhoria, achei a garrafa de água excelente para segurar e não precisar reduzir tanto a velocidade para beber, mas, em vez de 500ml, poderia ser de 300ml, diminuindo assim o desperdício. Outro ponto que daria para melhorar é a questão do copo de Gatorade, que é duro, não sendo possível dobrar para facilitar beber em movimento.
A prova tem torcida considerável na largada, perto do km 30 e nos últimos 2.195 metros. O tempo-limite é de 6 horas.
No geral, é uma maratona com um excelente custo benefício em função da moeda local, bem perto do Brasil, com facilidade de hospedagens, transporte, restaurantes e muito boa infraestrutura e organização.
É uma maratona realmente boa para bater um maravilhoso recorde pessoal, sem contar com a temperatura agradável para correr, que fica entre 12 e 15 graus.
Consegui meu novo recorde pessoal (3:55:25), 10 minutos mais rápido do que o alcançado em Londres este ano. Gostei muito da prova e voltaria com certeza. Já estou cogitando fazer a Meia de Buenos Aires ano que vem.