Maraturismo Redação 15 de março de 2023 (0) (1960)

Dois sonhos na Maratona de Tóquio: a six medal e um sub 3h nos 42 km

O dia 5 de março marcou o retorno da participação dos corredores internacionais na Maratona de Tóquio. Foram quatro anos de espera até que estrangeiros pudessem voltar a participar na única maratona entre as Majors em solo oriental. Foram 219 brasileiros que cruzaram a linha de chegada na Parque do Palácio Imperial, sendo 58 mulheres e 161 homens. Desse total, mais de 80 brasileiros se juntaram ao seleto grupo de corredores que completaram as Six Majors (Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York) e levaram para casa a tão sonhada Six Medal. 

O corredor rondonopolitano Luciano Kliemaschewsk Marinho, de 45 anos, também conhecido como Luciano Klima, foi um deles. Ele conta aqui sua jornada até chegar a Tóquio. 


POR LUCIANO KLIMA

Iniciei minha carreira profissional como executivo em 1998 e comecei a correr em 2015 por um problema de saúde. Estava com stress muscular, chegando a desmaiar duas vezes no trabalho. Retomar à atividade física, deixando o sedentarismo, foi uma recomendação médica. 

Não gostava de corrida, mas o benefício da saúde e também os grupos de amigos me fizeram engajar bastante. Decidi me dedicar e focar em melhorar minha performance. Comecei correndo 5 km, depois 10 e com cinco meses corri minha primeira meia maratona. Depois de 11 meses, corri a primeira maratona. Por ser a primeira e sem muita orientação, finalizei, mas todo machucado. Tive que ficar três meses sem correr para me recuperar.

Depois disso busquei apoio de um personal de corrida, musculação e nutricionista para orientação e foquei minhas nas maratonas. Desde a primeira se passaram sete anos. E agora, em Tóquio, realizei mais um objetivo. Foi minha 31ª maratona, a sétima Major (corri duas vezes Chicago).

O ciclo de treinamento para Tóquio não foi o ideal, pois tive que focar na recuperação de um pubalgia e fortes dores no quadril e lombar. Mas com fortalecimento muscular, pilates, fisioterapia e ozônio terapia, consegui me recuperar e finalizei a maratona com o tempo de 2:59:19, realizando o sonho de completar as Majors e receber a tão desejada mandala. 

A corrida virou um hobby e passei a considerar cada prova como um objetivo de evolução da minha performance. Correr uma maratona é um grande desafio e poucas pessoas conseguem atingir, pois exige muito treino, disciplina e foco.

Nestes anos que comecei a correr, tenho percorrido o mundo nas principais provas. Já corri no Brasil (São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro,  Aracaju), na América do Sul (Santiago e Buenos Aires), nos Estados Unidos (Ohio, Chicago, São Francisco, Nova York e Boston), na Europa (Berlin e Londres).

Defini algumas metas até os 50 anos: completar 50 maratonas (faltam só 19), correr minha idade em quilômetros na semana do aniversário (desde os 39 anos tenho feito isso), fazer uma maratona sub 3h e completar as Six Majors. 

Meu pai sempre foi um incentivador em minha vida pessoal e profissional. Desde que ele faleceu em agosto de 2017, tenho corrido as maratonas homenageando-o com uma foto estampada em meu peito.


Essa prova foi bem especial, pois senti a presença dele ao meu lado, com sua cadeira de rodas. Foi emocionante!  
Essa prova também dediquei à minha mãe, que continua o legado de papai, educando e amando seus filhos e netos. 

Minha família e amigos sempre me incentivam, e é uma fonte de motivação incrível. Minha amada esposa, que estava na chegada da Maratona de Tóquio, o que foi sem dúvida uma alegria emocionante poder celebrar com ela este momento. 

Eram quase 40 mil corredores na maratona. Obrigado meu Deus por proporcionar mais esta realização em minha vida. E que venham as próximas maratonas e desafios. 

Foco no que é foco!

Se você correu alguma maratona lá fora e quer contar sua experiência na seção "Maraturismo", mande sua história (com fotos) para contato@contrarelogio.com.br 

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