Correr é um esporte popular. Além dos efeitos benéficos sobre a saúde, a corrida tem sua popularidade associada a três outros fatores: 1) Pode ser praticada por qualquer pessoa minimamente saudável, nos mais diversos locais e horários; 2) Não impõe a formação de grupos ou times nem a existência de adversários, podendo ser desenvolvida de forma individual com a mesma eficiência; 3) É uma prática relativamente barata, não exigindo gastos vultosos. Mas correr tem lá suas desvantagens.
É, sim, uma atividade de impacto. Cartilagens, juntas, tendões, ossos e músculos sofrem com as exigências a que são submetidos. Com um detalhe: durante o exercício, ao mesmo tempo em que agem liberando a sensação de prazer (o chamado "barato da corrida"), certos neuro-transmissores atuam bloqueando temporariamente no corredor os sinais da dor, razão pela qual muitas vezes continua-se a correr mesmo estando lesionado.
Com limites tão sutis entre o prejudicial e o benéfico, é natural – e até mesmo esperado – que muitos corredores decidam aplicar algum dinheiro em itens que não só garantam bom desempenho, como também proporcionem segurança e bem-estar. Nesse sentido, tão importante quanto equipar-se com tênis e monitor cardíaco é saber conservá-los em boas condições. A seguir apresentamos uma lista com cuidados básicos que farão seu investimento render mais.
DICAS PARA OS TÊNIS
– Comece adquirindo o calçado certo. Há tênis diferentes para caminhar, correr e até mesmo fazer cross. Há também masculinos e femininos. Escolha em função do uso pretendido e não da estética;
– Use o modelo adequado à sua pisada. Se é pronador, mas usa tênis para supinador ou vice-versa, das duas uma: ou você acaba com ele ou ele acaba com você. Nos dois casos você perde (Veja ilustração sobre o teste do pé molhado); o formato do pé é o principal fator determinante do tipo de pisada);
– Na maioria das vezes, quando se trata apenas de melhorar a aparência do tênis, basta limpá-los superficial e externamente. Evitando lavagens desnecessárias ele dura mais;
– Mau cheiro faz muita gente descartar o tênis cedo. Se o problema for um odor discreto, e se a palmilha do seu tênis for removível, experimente lavá-la separadamente. Em alguns casos isso resolve. Faça o mesmo em relação aos cadarços;
– Odores fortes e desagradáveis são provocados principalmente pelo suor excessivo. Atualmente, o uso de talcos anti-sépticos vem sendo desaconselhado: comprovou-se que eles formam borras no interior do tênis e acabam contribuindo para a formação de novas colônias de fungos.
As soluções mais atuais para esses casos são duas: o uso de desodorante pédico tipo 2 em 1 (spray aplicável tanto no pé como no calçado) e, mais eficaz, a aplicação de Lisoform spray aromatizado com limão. Vendido nas boas lojas do ramo já na diluição correta, este bactericida pode ser borrifado tanto no tênis como nos locais onde ele é guardado.
Uma dica prática é aplicar o spray no fedorento e em seguida "sufocá-lo" durante um intervalo dentro de um saco plástico fechado. Depois, retire e deixe secar. Quem testou garante que o método funciona;
– Quando enfim a lavagem for inevitável, use sabão neutro (de coco, por exemplo), escova de cerdas macias, um pano úmido e o mínimo possível de água;
– Máquina de lavar nem pensar. A composição química da maioria dos produtos de limpeza usados nas lavadoras (alvejantes, amaciantes…) é prejudicial e resseca o tênis;
– Deixe de lado o molho demorado. Mergulhados por longo período eles acabam absorvendo parte dos produtos químicos usados na limpeza;
– Seque à sombra, de preferência ao ar livre, com a sola virada para baixo. Nada de usar secadores, fornos, estufas ou qualquer outra fonte de calor direto ou intenso. Secagens violentas podem provocar alteração de textura, endurecimento, descolamento e inclusive distorção de formato. Isso sem contar que fungos adoram calor.
– Depois de secos, guarde em local ventilado. Ah, fungos detestam oxigênio;
– Seu tênis de corrida foi projetado para correr. Não o use para praticar outros esportes;
– Suor, poça de água, garoa, ou chuva molham igualmente. Depois de uma corrida na qual seu tênis ficou molhado, assegure-se de secá-lo completamente, incluindo aí seu interior, onde colocar um estofo de jornal amassado sempre ajuda;
– Você e seus hábitos de corrida também interferem na vida útil do tênis. Corredores pesados ou que correm a maior parte do tempo em piso duro (calçadas, cimento e asfalto) têm a durabilidade do tênis diminuída em relação a corredores leves ou que, usando o mesmo modelo, correm em piso macio (gramados, estradas de terra). Terrenos com pedras soltas podem rasgar o tênis;
– Se você corre seguidamente ou se seu tênis por alguma razão fica úmido com freqüência, procure, na medida do possível, dispor de um outro par para revezar;
– Certas pistas são inclinadas. Se você corre nessas partes sempre no mesmo sentido, além de comprometer as articulações, o desgaste de seu tênis será mais acentuado. Inverta a cada tanto o trajeto;
– Seja como for, ao comparar modelos de competição e de treinamento, lembre-se que tênis mais leve tendem a ter menos material e, exatamente por isso, costumam ser menos duráveis.
DICAS PARA O MONITOR
– Apesar do receptor de pulso (relógio) ser resistente à água, é importante retirar toda e qualquer umidade externa antes de guardá-lo. Evite também deixá-lo dentro de sacos plásticos fechados, pois o vapor de água que fica retido neles pode penetrar na caixa;
– Nunca pressione os botões quando estiverem imersos. A pressão poderá forçar a passagem da água para o interior da caixa;
– Não alongue, dobre ou amasse o transmissor ao manuseá-lo. Isso poderá causar danos aos eletrodos;
– Lave regularmente o transmissor apenas com água e sabão neutro, nunca utilizando álcool, solventes ou substâncias químicas. A lavagem é suficiente para retirar as impurezas e manter a boa conectividade dos eletrodos. Jamais limpe usando abrasivos como lã de aço, esponjas ou buchas ásperas, por exemplo. Esses materiais poderão danificar permanentemente os eletrodos;
– Procure a assistência técnica do fabricante sempre que for necessário trocar a bateria ou abrir o aparelho. Depois de aberto ele precisa passar por teste de estanquidade em câmara de vácuo para assegurar sua perfeita vedação;
– Evite guardar o transmissor junto com roupas, toalhas ou peças molhadas. Atuando como condutores, esses itens podem mantê-lo em funcionamento e assim descarregar a bateria;
– Após usar o equipamento no mar ou na piscina, lave-o com água doce. Cloro e sal aceleram o ressecamento da pulseira e das juntas de vedação;
– Usar o receptor muito apertado no pulso diminui a vida útil da pulseira;
– Ajuste a cinta elástica na medida necessária, evitando distendê-la em excesso, o que poderá romper as fibras do elástico e tornará a cinta frouxa. Lave-a com água e sabão neutro e seque à sombra.