Notícias zMais notícias Redação 16 de abril de 2024 (0) (544)

Calor e clima seco na 128ª Maratona de Boston, que teve a primeira vitória de Sisay Lemma e o bi de Hellen Obiri


Um ritmo histórico até a metade do percurso, possíveis vagas olímpicas em jogo e o maior grupo de mulheres nas 20 milhas que a corrida já viu. A 128ª Maratona de Boston ofereceu drama a cada passo, enquanto 26.596 participantes corriam de Hopkinton a Boston, aplaudidos por grandes multidões no Dia dos Patriotas (15/04), numa manhã de primavera ensolarada e seca.

Depois de um início para recorde de percurso, o etíope Sisay Lemma foi o campeão da prova com o tempo de 2:06:17. No feminino, a queniana Hellen Obiri mais uma vez provou que se dá muito bem em percursos com variação altimétrica, vencendo pela segunda em Boston, com 2:22:37, depois de uma disputa acirrada nos quilômetros finais.

Entre os cadeirantes, a britânica Eden Rainbow-Cooper sagrou-se pela primeira vez campeã da prova, 1:35:11, e o suíço Marcel Hug venceu pela sétima, quebrando seu próprio recorde de percurso ao quebrar com o tempo de 1:15:33.


Lemma e Obiri levaram para casa US$ 150 mil cada um por suas vitórias e provavelmente aumentaram suas chances de serem selecionados por seus respectivos países para competir na maratona olímpica em Paris.

Aos 33 anos, Lemma, com um recorde pessoal de 2:01:48, era o  homem mais rápido da prova e muito se esperava que poderia quebrar o recorde do percurso, de 2:03:02, obtido pelo queniano Geoffrey Mutai em 2011, ano em que o vento sobrou a favor do começo ao fim da prova e que só não foi recorde mundial na época pela prova não se enquadrar nas regras para serem válidas.

Lemma se sentiu confiante desde o início. “Como não havia um líder, decidi que queria começar rápido e cedo”, disse ele. “Eu disse que ia me redimir. Corri muito, comecei muito rápido, então consegui vencer”, comenta o atleta, que tinha sido 30º colocado em 2019 e em 2017 e 2022 não conseguiu ir até o final.  

Na marca da milha 5, ele estava 6 segundos à frente do ritmo recorde do percurso e abrindo margem. Passou a meia em 1:00:19, 1:39 à frente na época da meia de Mutai e 1:49 à frente de um grupo grande. Por um tempo, esteve até em ritmo de estabelecer a melhor do mundo.

Mas a vantagem que a certa altura chegou a cerca de 2:20 começou a diminuir e os quenianos John Korir e Evans Chebet, que buscava sua terceira vitória consecutiva em Boston, começou a ceder.

Mesmo assim, a confiança inicial foi recompensada. Lemma aguentou os quilômetros finais para vencer com 2:06:17, 41 segundos à frente do etíope Mohamed Esa, que ficou em segundo (2:06:58). Chebet foi o terceiro (2:07:22).

Na prova feminina, um grupo de 17 atletas ainda estavam juntas na milha 20. A queniana Edna Kiplagat, com 44 anos e bicampeã em Boston, decidiu que era o momento de tentar algo. Cinco mulheres se separaram e por volta da milha 23 apenas três quenianas se mantinham em condições de pódio: a própria Kiplagat, a atual campeã, Hellen Obiri, e a vencedora de Nova York 2022, Sharon Lokedi.

Kiplagat recuou e a corrida se tornou um duelo entre Obiri e Lokedi até que Obiri assumiu o comando faltando cerca de 1 km para o final. Ela iria vencer Lokedi por 7 segundos (2:22:45), com Kiplagat em terceiro – e campeã master pela terceira vez –, com  2:23:21.

“A Maratona de Boston tem sido como minha segunda casa”, disse Obiri, que em 2023 venceu não apenas a maratona, mas também a Boston 10K no final de junho. “A Maratona de Boston abriu meu caminho para vencer a Maratona de Nova York 2023 e tenho certeza de que abriu meu caminho para vencer as Olimpíadas. Então, no próximo ano espero estar aqui como campeã olímpica”.

Ao vencer, Obiri se tornou a sexta mulher a conseguir defender o título da Maratona de Boston.

“Estou muito feliz porque defender o título não foi fácil. Desde que Boston começou, apenas seis mulheres conseguiram. As pessoas vão olhar para trás e dizer que Hellen foi uma delas.”

Na corrida de cadeira de rodas, Eden Rainbow-Cooper tornou-se a primeira mulher britânica a vencer em Boston. Com apenas 22 anos, ela começou a correr maratonas havia apenas dois anos e chorou de alegria depois de quebrar a fita.

“Está além dos meus sonhos mais loucos”, disse ela. “Eu simplesmente não consigo acreditar.”

A primeira grande vitória de Rainbow-Cooper veio sobre ninguém menos que a suíça Manuela Schär, que buscava sua quinta vitória e ficou em segundo, com 1:36:41.

A brasileira Aline Rocha foi a quinta colocada na prova, com 1:41:47. Aline e Vanessa Cristina, que ficou na sexta posição, com 1:43:22, buscam o índice paraolímpico de maratona para os Jogos de Paris 2024.

 Na prova masculina, o suíço Marcel Hug mostrou mais uma vez por que não tem adversários nas provas em que participa, principalmente em Boston, onde garantiu sua sétima vitória, com 1:15:33, recorde de percurso.

O único adversário do suíçoo era a barricada em frente ao corpo de bombeiros de Newton, na curva para a Commonwealth Avenue. Ele perdeu a direção assim que fez a curva, colidindo com a barricada e tombando.

“Foi minha culpa”, disse ele. “Felizmente nada aconteceu com os pneus, então pude seguir em frente.”

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