Especial Notícias Redação 7 de maio de 2012 (0) (127)

Adhemar Ferreira da Silva no Hall da Fama do Atletismo

Bicampeão olímpico no salto triplo em Helsinque-1952 e Melbourne-1956, além de três títulos pan-americanos e por cinco vezes recordista mundial, Adhemar Ferreira da Silva foi escolhido pela IAAF para inaugurar o Hall da Fama do Atletismo. O brasileiro está ao lado de outros 11 nomes de destaque. Considerado o principal atleta da América do Sul em todos os tempos, Adhemar abriu as portas para uma geração de triplistas de destaque do país.

Para entrar no Hall da Fama da IAAF, o atleta precisa ter conquistado dois títulos em Olimpíadas ou Mundiais, estabelecido ao menos uma vez o recorde mundial e estar aposentado há pelo menos dez anos. O anúncio dos escolhidos foi feito pelo presidente da Federação, o senegalês Lamine Diack, no início de março, antes da abertura oficial do Campeonato Mundial Indoor, em Istambul, na Turquia. Mais 12 nomes ainda serão divulgados, de acordo com a IAAF, em eventos marcados para os meses de julho e agosto. Neste ano, a entidade completa um século de fundação.

Diferenciado também fora das pistas, Adhemar formou-se em Direito, Belas Artes, Relações Públicas e Educação Física. Falava fluentemente inglês e francês. Foi colunista do jornal "Última Hora", adido cultural na Embaixada do Brasil na Nigéria e presidente da Comissão de Atletas da CBAt. Ainda recebeu, em 2000, a "Ordem do Mérito Olímpico", do COI. As duas medalhas douradas no escudo do São Paulo não estão ligadas ao futebol, mas às conquistas do triplista. Participou ainda do filme "Orfeu Negro", vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1959.

 

A carreira – A vida esportiva de Adhemar está ligada à parceria com o técnico alemão Dietrich Gerner, primeiro no São Paulo e depois no Vasco, quando se mudou para o Rio de Janeiro, após convite de Samuel Wainer para ser colunista do jornal "Última Hora". Aos 18 anos, sem experiência e após receber umas poucas explicações sobre o salto triplo, atingiu 12,90 m. Foi quando recebeu o convite de Gerner para ir ao São Paulo. Em 1948, com 15,03 m, classificou-se para a Olimpíada de Londres.

Em dezembro de 1950, o primeiro recorde mundial: 16 m, igualando a marca do japonês Naoto Tajima, em vigor desde 1936. Em 1951, tornou-se o primeiro nome do atletismo nacional a ganhar um ouro no Pan-Americano de Buenos Aires, com 15,19 m. Em 30 de setembro, um dia após completar 24 anos, saltou 16,01 m na pista do Fluminense, no Rio. Na Olimpíada de Helsinque-1952, ouro e dois recordes mundiais quebrados: 16,12 e 16,22 m. Até essa época, a previsão era de que o "limite humano" no salto triplo era de 16 m… Ainda superaria o recorde mundial na Cidade do México-1955 em 16 de março de 1955, na conquista do bicampeonato pan-americano, com inacreditáveis 16,56 m. Na Olimpíada de Melbourne, em 1956, ouro e recorde olímpico com 16,35 m. Em 1959, em Chicago-1959, Adhemar, com 32 anos, saltou 15,80 m para o tricampeonato dos Jogos Pan-Americanos. Encerrou a carreira olímpica com 15,07 em Roma-1960.

Adhemar Ferreira da Silva morreu em São Paulo, em 12 de janeiro de 2001, aos 73 anos.

 

CONFIRA OS OUTROS IMORTALIZADOS

HOMENS

Emil Zatopek (Tchecoslováquia) – Único homem a vencer os 5.000 m (14:06), 10.000 m (29:17) e a maratona (2:23:04) em uma mesma olimpíada, em Helsinque-1952, na Finlândia. Quatro anos antes, em Londres-1948, já havia sido prata nos 5.000 e ouro nos 10.000 m. Ao todo, bateu 20 vezes o recorde mundial em distâncias variadas. Um dos maiores nomes do atletismo em todos os tempos, apelidado de "Locomotiva Humana". Em 31 de dezembro de 1953, Zatopek esteve no Brasil e venceu Corrida de São Silvestre, em São Paulo. Morreu em Praga, no dia 22 de novembro de 2000.

 

Abebe Bikila (Etiópia) – Bicampeão olímpico na maratona em Roma-1960 e Tóquio-1964. Na Itália, em sua segunda participação nos 42 km, Bikila surpreendeu o mundo não só pelo recorde mundial, com 2:15:16, mas por correr descalço. Membro de família humilde de agricultores, Bikila foi integrante da Guarda Imperial. Em Tóquio-1964, já de tênis, venceu a maratona com 2:12:11, novo recorde mundial. Tragicamente, ficou paralítico após acidente de carro em 1969 e morreu quatro anos depois, em 26 de outubro de 1973. Bikila é considerado o precursor da geração de africanos que hoje domina as provas de fundo.

 

Jesse Owens (Estados Unidos) – Quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim-1936 e recordista do salto em distância durante 25 anos.

 

Paavo Nurmi (Finlândia) – Quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Antuérpia-1920, Paris-1924 e Amsterdã-1928. Quebrou 29 recordes mundiais.

 

Carl Lewis (Estados Unidos) – Dez medalhas olímpicas, sendo nove de ouro, entre Los Angeles-1984 e Atlanta-1996. Recordista mundial dos 100 m.

 

Al Oerter (Estados Unidos) – Tetracampeão olímpico do lançamento do disco, em Melbourne-1956, Roma-1960, Tóquio-1964 e México-1968.

 

Edwin Moses (Estados Unidos) – Bicampeão olímpico dos 400 m com barreiras e recordista mundial por 16 anos.

 

MULHERES

Fanny Blankers-Koen (Holanda) – Quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Londres-1948 e recordista mundial em cinco provas.

 

Betty Cuthbert (Austrália) – Três títulos olímpicos de 1956 a 1964, nos 100 m, 200 m e 400 m.

 

Jackie Joyner-Kersee (Estados Unidos) – Bicampeã olímpica do heptatlo em Seul-1988 e Barcelona-1992, e recordista mundial por 25 anos.

 

Wang Junxia (China) – Campeã olímpica dos 5.000 m em Atlanta-1996 e campeã mundial dos 10.000 m em Stuttgart-1993. Recordista mundial dos 10.000 m.

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