20 de setembro de 2024

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Especial admin 4 de outubro de 2010 (0) (89)

As maratonas olímpicas

A prova feminina aconteceu antes e logo no começo uma surpresa: a desistência de Kastor antes dos 5 km, em função de uma lesão no pé. Depois foi a vez de Radcliffe, primeiro dar a sua já tradicional paradinha para um rápido xixi, e mais para frente parar, alongar, e voltar à prova, mas já sem condições de acompanhar as líderes. Confirmava-se, assim, que a longa recuperação de uma lesão tinha mesmo atrapalhado sua preparação para Pequim. Mas desta vez, ela não desistiu (como em Atenas); completou na 23ª posição, com 2:32:38, na frente de nossa Marily dos Santos, 2:38:10, 51ª.

A experiente romena Constantina Tomescu (38 anos) escapou na metade da maratona e ninguém a acompanhou; ela fez a segunda parte da prova sozinha e fechou em 2:26:44. A prata e o bronze foram decididos dentro do Ninho de Passado, pela queniana Catherina Ndereba e pela chinesa Chunxiu Zhou, com vantagem de 1 segundo para africana, que repetiu seu feito em Atenas; 2:27:06 e 2:27:07.

Calor? Que calor? A maratona masculina começou cedo, mas o domingo de sol mostrava que a prova aconteceria com forte calor. Dessa forma, não se esperava grandes resultados, ainda mais porque na olimpíada o que se busca é a medalha e não tempo. Mas o que se viu foi surpreendente: desde o começo os ponteiros correndo a 3 minutos por quilômetro, o que se poderia entender como forma de definir logo quem estaria na prova com condições de disputar o pódio, mas esse ritmo louco se manteve.

A conseqüência dos 3:00/km, e até menos em alguns momentos, foi o isolamento de um pequeno grupo com quenianos, marroquinos e etíopes, sem contar um espanhol que até tentou acompanhar, mas… Lá atrás seguiam os outros corredores, sem qualquer chance, tal o ritmo alucinado dos ponteiros, acarretando as tradicionais desistências, pela falta de qualquer perspectiva. Assim foi com Marilson dos Santos, que abandonou no km 35 e de Franck Caldeira que saiu na meia; José Teles completou, em 2:20:30, em 38º.

Nos 10 km finais sobravam na ponta os dois atletas que vinham ditando o ritmo, o queniano Samuel Wanjiru e o etíope Daniel Merga, acompanhados pelo marroquino Saouad Gharib, que sobrava a cada arrancada, mas depois encostava. A 7 km da chegada, Wanjiru decidiu que era hora de ir embora e foi com uma facilidade impressionante; Gharib seguia à distância e Merga foi caindo de ritmo, a ponto de ter sido ultrapassado pelo compatriota Tsegay Kebede a poucos metros da linha final.

O queniano completou em 2:06:32, "pulverizando" o antigo recorde olímpico (2:09:21 do português Carlos Lopes, em Los Angeles 1984), uma marca que será difícil de ser superada. O "guerreiro" Gharib fechou em 2:07:16 e Kebede em 2:10:00. Destaque para o 6º lugar do suíço Victor Rothlin (2:10:35), que confirmou sua excelente fase (foi 3º no Mundial de Osaka e vencedor em Tóquio/2008 com 2:07:23), e para o surpreendente americano Dathn Ritzehein, pelo 9º lugar (2:11:59), à frente do seu "rival" e mais cotado norte-americano, Ryan Hall (10º, com 2:12:33).

Com sua performance sensacional, Samuel Wanjiru passa automaticamente a ser cotado como um provável novo recordista mundial de maratona. O etíope Haile Gebrselassie que se cuide.

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