20 de setembro de 2024

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Especial admin 4 de outubro de 2010 (0) (120)

O incentivador: Gregório França

A rotina como diretor de operações de uma grande editora consome muito de seu tempo. Gregório França, 55 anos, diariamente está envolvido em reuniões internas e externas, procurando soluções para problemas que insistem em ser cada vez maiores, resolvendo logísticas inimagináveis. Não desliga o celular nunca – ossos do ofício. Mesmo assim, a corrida faz parte de seu dia-a-dia. "É sagrada", diz, reverenciando o esporte.

Há sete anos, um acidente de carro causou-lhe fraturas múltiplas, sendo a mais grave uma tripla de fêmur. "Foram quatro meses imobilizado até o pescoço e um longo e traumático período de recuperação", lembra. Isso porque, sete meses após o desastre, uma das fraturas do fêmur abriu. Na ocasião, o ortopedista sugeriu uma cirurgia para "quebrar" novamente a perna e recomeçar o processo de imobilização. França fugiu da operação, deixou que o osso calcificasse sozinho, mas por conta de sua decisão ganhou um encurtamento de 3 cm na perna esquerda. Parado há tempos, ainda adquiriu quilos a mais. Quando decidiu fazer atividade física para reverter o quadro, ouviu de um médico: "você pode fazer tudo, menos correr". 

Foi caminhar com amigos. Em um determinado ponto do percurso, no entanto, eles o deixavam pra trás, para então correr. Gregório observava tudo aquilo, "maquinando" uma reviravolta na história. "Comecei a correr escondido. Queria me preparar e mostrar que eu também podia. Quando finalmente fiz um trecho considerável da Avenida Sumaré, em São Paulo, até chorei. Foi minha primeira vitória", conta. De lá para cá, com 16 quilos a menos e uma palmilha corretiva no tênis, já completou sete maratonas, entre elas as de Nova York, Chicago e Paris. "A corrida pode levá-lo a lugares maravilhosos, mas o mais lindo que você chega é em seu interior", filosofa.

Apaixonado por correr, Gregório França vive recrutando amigos e funcionários para o esporte que melhorou sua qualidade de vida, trazendo-lhe ainda mais disciplina e concentração. E hoje, como forma de incentivo aos outros, é capaz de diminuir o ritmo de seu treino só para acompanhar um colega iniciante. "Faço o que não fizeram comigo".

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