Especial zDestaque da Home (Direita) Luciano Martins 9 de janeiro de 2025 (0) (207)

São Silvestre: as impressões de quem correu a 99ª edição da prova mais famosa do país

POR LUCIANO MARTINS

Hoje é dia de #TBT e, claro, de relembrar momentos marcantes, e não poderíamos deixar de destacar a 99ª edição da São Silvestre, realizada há pouco mais de uma semana. Com novo organizador e diversas mudanças implementadas, a prova manteve sua essência mágica e atraiu corredores de todo o país.

Veja aqui uma série de depoimentos de alguns participantes que viveram no último dia de 2024 a energia da maior corrida de rua do Brasil. Confira como foi a experiência de cada um, os pontos positivos e as sugestões de melhorias para a histórica 100ª edicão!



Érika Rocha, São Paulo, SP
@erikarocha_runner

“Minha quinta participação na São Silvestre foi com certeza especial. Emoção, alegria e muita gente boa.

Avalio a corrida como excelente, sem complicações para chegar no meu pelotão (azul). Tudo muito bem explicado nas redes de divulgação. Pontos de água também estavam bem abastecidos, e os staffs estavam alegres, apesar do sol (kkk).

Amei a camiseta da prova, tecido leve e ótima qualidade.
Fotógrafos bem posicionados, banheiros químicos em grande quantidade, medalha linda. Ponto negativo: não teve banana (kkk). Fora isso, foi demais!

Parabéns aos organizadores, patrocinadores e gratidão aos colaboradores!

O locutor Cezinha trouxe um ar intimista para a corrida. Querido por todos os corredores, ele fez a diferença.

Sem contar a festa linda das minhas divas do pelotão Divas que Correm. A São Silvestre contou com mais de 100 divas na prova e obtivemos fotos lindas!

Bora para o Jubileu de 100 anos dessa prova incrível que encerra o calendário de corridas.”


Karini Lima, Balneário Camboriú, SC
@drakarinilima

“Sou nadadora de maratonas aquáticas, já realizei provas de 42 km e provas de 70.3 Ironman. Estou há muitos anos no esporte, mas nunca havia corrido a tão famosa São Silvestre.

Há três anos, fiz duas cirurgias no quadril que me impossibilitaram de voltar a correr. Mas, com muita disciplina, voltei a andar aos poucos. Com muita ajuda de fisioterapeuta, treinador, ortopedista, personal e um cuidado extremo, consegui retornar.

Sempre tive um pouco de medo, pois realmente a quantidade de gente assusta. No entanto, fiquei impressionada com a organização da prova. Larguei no pelotão Premium, que teve uma estrutura fantástica. Por todos os pontos de hidratação que passei, tive acesso a água.

Só achei que nos kits dos outros pelotões faltou algo, como algum suplemento, repositor ou até mesmo uma viseira para os atletas.

A medalha está incrível. Em 2025, quero estar presente novamente. Realmente, a energia dessa prova é mágica. Acredito que ela deveria se tornar uma maratona, pois 15 km é muito pouco.”



Sandro Cabral, Maringá, PR
@sandroeucorro

“São três participações na São Silvestre, 2007, 2023 e agora em 2024. Cheguei Expo e já retirei meu kit na hora, sem fila e fui muito bem atendido. Com certeza, a Expo desse ano estava bem melhor, não só em nível dos stands da feira, mas muito também pelo local escolhido, na Bienal do Parque do Ibirapuera, com mais espaço e comodidade para os atletas.

No dia da prova, cheguei cedo ao local de largada (azul). Fiquei praticamente junto ao pórtico de largada, mas logo que largou me surpreendi com o mundo de gente que estava à minha frente (deduzi que deveria ser o pelotão Premium). Piorou depois que saiu da Paulista e afunilou mais à frente, foi ficar mais tranquilo para correr a partir do km 5.

Em relação aos anos anteriores, achei a prova mais bem organizada em vários aspectos. Confesso que, como larguei no início (caminho mais livre, água geladinha, ruas sem copinho), não dá para falar por aqueles que largaram no último pelotão. Mas no contexto todo vejo que houve uma evolução.

Destaco com um dos pontos positivos a festa dos corredores, a energia do público que prestigia e que faz da São Silvestre uma prova surreal. A entrada da ASICS trouxe também uma qualidade maior ao kit.

O ponto negativo vai para quem pensa em correr pra tempo. Falta ainda uma melhor separação por ‘baias’ dentro do pelotão. Mas o pior realmente é o horário da largada, às 8h05, em pleno verão, é muito complicado.

Sobre minha prova, tentei correr para tempo, mas não me senti bem durante a prova, não sei onde errei (alimentação, se saí forte). Sofri com o calor, mas no final curti a prova, a energia das pessoas. A SS é isso: logo que termina, já começamos a pensar na próxima (eita prova mística).

Para o ano que vem, espero a melhor edição de todos os tempos. Afinal, é uma marca histórica, uma edição emblemática e todos corredores que conheço dizem que querem correr (não sei se vai ter vaga pra todo mundo). Quero muito participar. E quem correu a 98 e a 99, tem que poder correr a 100ª, né?”



Karol Leitzke, Porto Alegre, RS
@karolleitzke

Participei pela primeira vez da Corrida de São Silvestre em sua 99ª edição, e foi uma experiência única! Não há palavras suficientes para descrever a energia e a alegria da última prova do ano e uma das mais badaladas do país. Havia uma expectativa de tumulto e desorganização, conforme já havia me antecipado quem já participou de edições anteriores, mas tive uma grata surpresa: a retirada dos kits sem filas, o material do kit excelente (camiseta e medalha especialmente), saídas em ondas, os pontos de hidratação em boa quantidade e bem distribuídos.

Talvez algumas questões ainda possam melhorar, como o horário da largada, que poderia ser mais cedo em virtude do calor, e a proibição de levar garrafas de água na chegada da prova (antes da largada), dado que muitos chegam cedo, dezembro já é quente, e água não se nega a ninguém.

Mas foi uma grata e divertida estreia! Os gritos de guerra dos alegres participantes, as pessoas na cidade acompanhando o percurso cheias de alegria, as fantasias ultracriativas, o entusiasmo dos corredores, as fantasias e o chope no ‘km 41’ tornam única a Corrida de São Silvestre! E a subida da Brigadeiro, ao fim, é a cereja do bolo, que, ao invés de assustar, incentiva mais os participantes. Tornou-se um ‘personagem’ especial da corrida.

Evento único, singular, em que o principal objetivo de quem corre é se divertir e não correr. Ninguém é triste correndo a São Silvestre! Quem participa termina o ano feliz e se entusiasma para começar o novo ano bem!”



Edu Rocha, Curitiba, PR
@edurochasprintfinal

“Sou atleta de corrida de rua desde 2011, mas a vontade de um dia correr uma São Silvestre vem de longa data. Um sonho que parecia distante, pois, para uma pessoa que até então nunca correu, nascido e morador de Curitiba, seria um projeto quase impossível. Mas, em 2013, eu decidi: ‘esse ano eu vou me divertir por São Paulo e quem sabe aparecer na TV (risos)’.

A sensação foi tão incrível que, de lá pra cá, já foram dez participações. Só não pude ir em 2016 por conta de uma viagem à Europa com a família (com aquela dor no coração).

Eu sempre falo assim a quem me pergunta: ‘Por que correr a São Silvestre?’ Porque terminar o ano correndo e ainda poder dar um ‘Feliz Ano Novo’ com a medalha no peito é uma sensação indescritível.

Mas nem tudo são flores. Viajar para correr nem sempre é das tarefas mais fáceis. Por tradição, costumo passar o Réveillon com a família, ou seja, é terminar a prova, tomar banho, dar um check nas redes sociais e partir para a estrada. Porém, a sensação é impagável e inexplicável.

Em 2017, acabei me tornando um ‘influenciador digital’ no ramo da corrida de rua. A São Silvestre é o encontro nacional dos influenciadores, ou seja, é uma forma de estar com muitos presencialmente.

Quer uma dica? Se você é daqueles que tem uma certa dúvida em relação a participar de uma São Silvestre, então não vá, pois, após a sua primeira vez, ela fará parte do seu calendário de corridas pra todo sempre.”



Natiele Silvestrin Velho Jardim, Porto Alegre, RS
@natielesvj

“Foi minha primeira São Silvestre e uma decisão tomada de última hora. Após ter encerrado o calendário de provas com a assessoria de corrida, eu navegava pelo Instagram e a propaganda da Sub4 (agência de turismo esportivo) me chamou atenção: ‘Venha para a São Runveillon’. Era final de novembro, e eu ainda não havia me organizado ou pensado no que fazer na virada do ano. Confesso que encarar trânsito e estrada não estava mais nos meus planos. Entrei em contato com a agência, e o pacote, que incluía hospedagem, jantar de Réveillon e toda a orientação, me chamou muita atenção. Fiz a cotação com passagens aéreas e, no momento da inscrição, apenas o kit Premium da São Silvestre estava disponível. Decidi encerrar meu ano com essa corrida tão emblemática que é a São Silvestre.

A corrida entrou na minha vida há dois anos, como um suporte após a perda da minha mãe. Foi um resgate e uma busca. A corrida me trouxe paz, organizou minha vida e trouxe um novo estilo de vida. Celebrar tudo isso na maior corrida de rua do país era o encerramento perfeito para o ano de 2024, que foi tão pesado. E assim foi.

Pesquisei bastante nos canais de corrida sobre o estilo da prova e conversei muito com pessoas que já haviam feito a São Silvestre. A frase era unânime: ‘Essa não é uma prova de performance, é a celebração da corrida, é festa, é alegria. Quem vem preocupado com pace está na corrida errada’. Estavam todos certos.

A retirada dos kits estava muito bem organizada, sem filas ou esperas. A feira de expositores estava bem diversificada. O kit Premium contava com camiseta, corta-vento, meia, boné e um copo Stanley personalizado da prova. Além disso, a primeira “wave” a largar na prova tinha uma estrutura que incluía um café da manhã dentro da área.

O hotel se localizava a poucos metros da entrada para a wave do pelotão Premium, a uma quadra da Paulista. O deslocamento para as “baias” era feito pelas ruas Luís Coelho e Augusta. Em todo o percurso havia organizadores identificados ajudando a direcionar os corredores.

A largada da wave Premium foi logo atrás do pelotão de elite masculino. Foi mais ‘tranquilo’ devido ao número reduzido de participantes naquele pelotão. Não houve momentos de correr e parar, foi um fluxo contínuo. O percurso tem descidas, subidas, elevação e muita, muita torcida.

Eu já morei em São Paulo, e vê-la por outra perspectiva foi uma das coisas mais bonitas que já fiz. Eu contemplei o percurso. A gente recebe tanto apoio e carinho durante toda a corrida que, na realidade, nem sente as distâncias sendo vencidas. Os pontos de água eram bem extensos e dispostos dos dois lados da rua. E o ‘quilômetro 41’ é simplesmente a melhor parte da prova, na famosa e tão temida subida da Brigadeiro. Mesmo usando todas as táticas de correr em subida, a Brigadeiro é diferenciada. É o carnaval do corredor. É superação com alegria e festa.

Por fim, chegar novamente à Avenida Paulista é emocionante. Para mim, foi o encerramento de um ano difícil. Esse ano corri minha primeira meia maratona e, devido às enchentes no RS, tivemos que fazer dois ciclos de preparação, pois a prova precisou ser remarcada. Correr a São Silvestre foi o encerramento de um ciclo de resiliência e resistência. Foi desconectar do mundo, sair fora dessa loucura desenfreada que ultimamente a corrida vem passando, onde as pessoas querem performance, pace, vencer, vender, aparecer. A São Silvestre é democrática, é festa, é diversão. Sabe aquelas metas que colocamos na vida? Nunca imaginei que, aos 40 anos de idade, estaria correndo na São Silvestre. Foi incrível. Quando a gente corre por amor, não há tempo ruim!”

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