Blog do Corredor Redação 20 de outubro de 2023 (0) (1148)

Maratona de Sydney: uma experiência espetacular do outro lado do mundo

POR LUIS ALBERTO BAETA | @baetaa

No dia 17 de setembro, ocorreu a Maratona de Sydney. Em momento algum havia passado pela minha cabeça correr uma maratona na Austrália e eu já conto como tudo aconteceu e os detalhes da minha experiência por lá.

Em Junho deste ano, havia iniciado os treinos visando a Maratona de Buenos Aires, que ocorreria no dia 24 de setembro. A ideia inicial trazia um percurso plano, clima ameno, sem diferença no fuso horário e poucas horas de vôo de Confins, o Aeroporto mais próximo da minha cidade, Azurita, interior de Minas Gerais.

Por razões profissionais eu precisei cancelar a participação na Maratona de Buenos Aires e essas razões incluiam compromissos do outro lado do mundo, justamente na Austrália.

Comentei com meu amigo Rayan, parceiro de treinos e que por sinal correu Buenos Aires também, que os planos da prova na Argentina estavam cancelados. Rapidamente, ele fez uma pesquisa no Google e disse: “Dia 17 de setembro tem a Maratona de Sydney. VAI PRA CIMA!”

Eu já vinha treinando. Uma semana de adaptação não traria tanto impacto assim. Será?

O perfil de prova mudou totalmente: percurso variado, calor de 25° e uma viagem de mais de 45h de porta a porta, além das 11h de diferença no fuso horário.

Mas eu e meu treinador, Jorge Luis, encaramos a oportunidade transformando o limão numa limonada!

Cheguei uma semana antes para cumprir a agenda profissional e, no meio dos compromissos, lá estava a prova. Pousei em Sydney na sexta-feira, 15 de setembro, depois de 4h20 de voo da costa oeste australiana e mais duas horas de diferença de fuso horário para digerir.


No sábado pela manhã, fui retirar o kit. A organização da prova disponibilizou transporte gratuito de ônibus para o evento, saindo das principais estações de metrô na cidade. A fila estava grande, mas bem rápida. Vários guichês de atendimento e um processo supersimples para retirar o kit da prova aceleraram a retirada.

Enfim, número de peito na mão e a vontade de correr nas pernas! Retornei ao hotel e procurei descansar. A semana anterior havia sido agitada e somente há dias havia me recuperado do terrível jet lag.

Me conectei com alguns corredores que estavam no mesmo hotel que eu para saber mais detalhes sobre o transporte para a largada e descobri que estava a 5 minutos de balsa. Ótimo, afinal eu poderia descansar. Jantei conforme de costume e fui dormir. Sete horas de sono e às 5h10 eu estava acordado.

Café da manhã de praxe: 1 banana, meio pão de forma e uma xícara de café. Às 5h45 eu estava no hall do hotel.

A prefeitura da cidade, junto com a organização da prova, disponibilizou o transporte público gratuito para todos os corredores. Peguei a balsa às 6h da manhã e de cara vi o nascer-do-sol atrás da Sydney Opera House. Arrepiei e agradeci a Deus mais uma vez pela oportunidade.

Às 6:10 cheguei na arena da prova. Ainda bem que não precisei ir ao banheiro, a fila estava imensa. No mesmo dia da maratona, ocorreram também as provas de 5 km, 10 km e a meia maratona.

Aqueci por 15 minutos. Trote padrão e estímulos curtos em velocidade de prova e fui para a largada apreensivo pelo que teria por vir nos 42,195 km e cerca de 3h de prova.

Desde o início, o percurso já se mostrou bem desafiador. A largada era em uma subida e assim foi durante todo o percurso da prova: subidas e descidas, com poucos trechos contínuos e planos. Em outras palavras: se você quer buscar a sua melhor marca, definitivamente a Maratona de Sydney não é a melhor escolha.

Os pontos de hidratação com água e repositores eletrolíticos estavam organizados e bem distribuídos. Do km 20 em diante havia também dois postos com gel de carboidrato.  Além disso, em vários pontos da prova havia o apoio espetacular da torcida e em alguns trechos bandas de música deram um gás extra aos corredores!

A chegada foi em frente ao Opera House, onde havia uma arquibancada lotada. Atravessar a linha de chegada é emocionante. Sendo aplaudido e ovacionado por uma multidão é mais ainda.

Terminei a prova, recolhi a medalha e a camisa de finisher e com a sensação de dever cumprido. Atingi a minha melhor marca pessoal em uma prova dura e que, para quem não sabe, caminha a passos largos para se tornar a sétima Major. Pessoalmente, torço muito para que isso aconteça pela energia da cidade e pela organização que conseguiram entregar aos mais de 40 mil corredores que largaram nas 4 distâncias.

E para concluir, mesmo do outro lado do mundo, eu pude sentir a energia de várias pessoas que torceram por mim. A prova disponilizou o aplicativo para acompanhar a corrida e ler as mensagens de todos eles depois da prova foi bacana demais e muito emocionant.

Meus agradecimentos à Gabi (minha companheira de vida), à minha família, aos amigos do Roça Training e ao meu treinador Jorge Luis pelo apoio e pela torcida!

Obrigado, Sydney! E sucesso na jornada para se tornar a próxima Major!

Fotos: Arquivo pessoal

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