POR WASHINGTON VAZ | @perunning
Acordar às 2h da matina, tomar um café pretinho para depois pegar a estrada às 3 horas e largar às 4h20 em busca de 42 km… pra que isso tudo, hein?
Completei domingo do dia 18 de junho a minha décima primeira maratona e até hoje eu não consigo explicar. Mas que é louca a ideia, é demais. Soma-se ainda o fato de que, para eu chegar na “Marim do Caetés” eu teria que passar obrigatoriamente pela Ponte Giratória, local de retorno dos 42 km. E isso a cabeça pira… “caramba, eu vou correr isso tudinho e ainda tem a primeira metade, na cidade Paulista!”
Mas basta chegar no local de prova e vê que tem um bando com o mesmo propósito que o seu: completar uma maratona. E no meio deste bando de loucos, qualquer medo ou dúvida vai para o ralo. E, se ainda persistir, a gente vai assim mesmo, afinal o anúncio da largada nos arrasta!
Foi com esse sentimento que comecei a primeira edição da Maratona Internacional de Olinda, promovida pela Faculdade de Medicina de Olinda, a FMO. E lá fomos nós!
Data ideal para uma maratona nordestina
Tudo bem que, no meio dessa brincadeira, existia a concorrência de duas “majors tupiniquins”. Mas e daí? Sempre cabe espaço para mais uma! Em meio à “ressaca” das maratonas de Porto Alegre e do Rio de Janeiro, 240 corredores fizeram sua inscrição na Maratona Internacional FMO de Olinda, inclusive este aqui que vos escreve.
Apesar da número discreto de inscritos para a distância, a realização da prova confirmou o que eu suspeitava há tempos. O período junino é ideal para quem pretende correr uma maratona no nordeste, com o clima bastante agradável, inclusive para os últimos que atingiram a linha de chegada.
Além do clima propício, um percurso plano e longe do que muitos ousaram a imaginar, passando pelas subidas intermináveis do emblemático Sítio Histórico da Cidade de Olinda. No lugar dos Quatro Cantos ou Ladeira da Misericórdia, largamos sentido a cidade de Paulista, fizemos nosso retorno no bairro do Janga e de lá fomos até o Recife Antigo, para depois retornar a Praia de Bairro Novo, em Olinda.
O negócio foi tão perfeito que saiu até RP, com meus humildes 4h26. Longe de figurar no ranking da Contra-Relógio, é verdade, mas devidamente com tudo em ordem e no devido lugar para ostentar na firma mais uma medalha de maratonista. A décima primeira!
E sobre a prova, valeu a pena?
Bom… a contar pela medalha, valeu demais a pena, viu? Primeira vez que conquisto uma medalha que seu tamanho é proporcional à distância! Brincadeiras à parte, é bacana participar de mais uma nova maratona no Nordeste, principalmente quando é na nossa terra.
Ponto positivo também para o respeito aos atletas de alto rendimento. Ao todo, distribuídos R$ 84.300 em premiação em dinheiro nas quatro distâncias (5, 10, 21 e 42 km), do primeiro ao quinto colocado. Infelizmente essa decisão só veio a ser apresentada com poucas semanas, assim como a divulgação do percurso. Com um pouquinho mais de organização nesse sentido, a maratona promovida pela FMO poderia ter conquistado um número maior de participantes. Somando as quatro distâncias, tivemos um pouco mais de 1200 corredores concluintes.
Nos 42 km masculino, a festa foi mais uma vez do pernambucano Marcos Antônio Pereira, com 2:21:46. Já no feminino, a ugandesa Emily Chebet venceu com tranquilidade suas concorrentes, com tempo de 2:44:44. Ambos faturaram um baita PIX de R$ 8.000 da Faculdade de Medicina de Olinda, ao som de muito frevo e com a animação de sempre dos Bonecos Gigantes de Olinda.
Que em 2024 a cidade de Olinda possa receber a segunda edição de sua maratona. E claro, na torcida para que mantenha essa data maravilhosa.
Washington Vaz é analista de sistemas, professor e criador de conteúdo. Escreve sobre corridas e cria vídeos de suas participações em provas no @perunning desde 2014. Em Olinda, fez sua décima primeira participação em maratona.