Releitura Redação 17 de maio de 2021 (0) (624)

Sparkassen Marathon: por 3 países!

BRASILEIROS LÁ FORA – Jorge Kalmus – Dezembro 2011

Queríamos estrear nos 42 km lá fora, para também fazer turismo. O lugar deveria ser bonito, o percurso plano e haver provas menores para o restante do grupo participar. Escolhemos a Sparkassen, que passa pela Alemanha, Áustria e Suíça.

Depois de vários meses de preparação, finalmente chegou o dia e a Regina, Elaine e eu fizemos nossa estreia em maratonas. Existiam algumas premissas para escolher o local de nossa primeira maratona:

– Deveria ser fora do Brasil para fazermos a prova e depois aproveitar para fazer turismo;

– O lugar deveria ser bonito;

– O trajeto deveria ser plano;

– Deveria ter simultaneamente provas menores para que o restante do grupo participasse.

Além de atender nossos pré-requisitos, a Sparkassen Marathon (www.sparkassen-marathon.at) ainda tinha o atrativo de passar por três países (Alemanha, Áustria e Suíça). A prova aconteceu no dia 2 de outubro e oferece maratona, meia e uma corrida de 11 km (em 2012 será dia 7/10).

Nosso grupo era composto de 8 pessoas, sendo que 7 participaram da prova. Viajamos achando que seria uma prova pequena com pouca gente, mas tivemos uma grande surpresa ao ver que o evento contava com 7.500 inscritos (1.700 nos 42 km) e cerca de 50 mil espectadores entusiastas pelo percurso. Outra surpresa foi o número de brasileiros na prova (9 na maratona e 16 na meia, com destaque para nosso grupo de Vinhedo e outro de Niterói).

A estrutura é impecável. Para chegar ao local da largada, que acontece em uma ilha, os corredores podem ir com os barcos disponibilizados pela organização e que partem do local da chegada ou de trem, cuja estação é em frente à largada. Outro diferencial é que são oferecidas medalhas diferenciadas para cada prova, o que valoriza ainda mais a maratona. O staff está presente em todas as esquinas indicando o caminho, a corporação de bombeiros das cidades atravessadas (7 no total) apóia com equipes e carros em todo o trajeto para atender eventuais necessidades e tendo também a participação de muitos voluntários nos postos de hidratação.

 

ABASTECIMENTO SENSACIONAL – Este, aliás, é outro ponto importante, uma vez que a hidratação é feita com água, isotônico, chá, refrigerante e ainda oferecem frutas frescas e secas, barra de cereais em incontáveis postos durante o trajeto.

A participação do público é muito grande; as famílias ficam em frente às suas casas aplaudindo e incentivando todos os participantes, e como fui um dos últimos a terminar a prova pude comprovar que todos são estimulados.

A chegada também merece destaque, uma vez que ela acontece em um estádio e muitas pessoas ficam nas arquibancadas vibrando com a chegada de cada corredor.  Na minha chegada, com 5h25, ainda havia pessoas fazendo a “ola” e me incentivando nos últimos metros.

Já tinha ouvido muitos relatos sobre a emoção de participar da primeira maratona, mas só no momento da largada é que pude perceber como é isso. Quando eram 11h09, faltando dois minutos para a saída, começamos a nos desejar boa sorte e fiquei com os olhos cheios de lágrimas pensando em tudo que havia passado para chegar nesse momento, quanto tempo dediquei, quantos quilômetros treinei, quanta coisa eu deixei de fazer para poder estar lá.

Depois disso foram 41 km com muito incentivo do público e de outros corredores, que me permitiram escalar todos os muros que eu colocava no caminho, mas a grande e incontrolável emoção aconteceu realmente quando vi a placa de 41 km. Nesse momento acho que caiu a ficha, percebi que eu ia terminar e corri os últimos 1.195 metros chorando. Essa emoção aumentou ainda mais quando entrei no estádio, ouvi meus amigos me chamando e vi minha mulher Regina enrolada em um cobertor dourado na linha de chegada me esperando para me abraçar e chorarmos juntos.

Outras maratonas? Ainda não sei se vou fazer, mas uma certeza eu tenho: os 1.800 km de treinamento, os 5 pares de tênis utilizados, as muitas cervejas não tomadas valeram a pena; essa é uma marca que vou carregar para o resto da minha vida.

Jorge Kalmus é assinante de Vinhedo, SP.

 

Cidades que a prova atravessa:

Lindau – Alemanha

Lochau – Áustria

Bregenz – Áustria

Hard – Áustria

Fussach – Áustria

Hoechst – Áustria

St. Margrethen – Suíça

 

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