20 de setembro de 2024

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Especial admin 4 de novembro de 2014 (0) (168)

Para quem vai correr a São Silvestre

Para a 89ª edição da Cor¬rida Internacional de São Silvestre no último dia do ano, na capital paulista, são espera¬dos 27 mil inscritos. Como todos os anos, muitos corredores chegam à São Paulo de diversas pontos do país para participar da mais famo¬sa prova do Brasil. A edição de 2013 segue o mesmo formato de 2012, com chegada e largada na Avenida Paulista, e início às 9h da manhã.
Ao longo de todos estes anos, o percurso da prova sofreu inúmeras mudanças, mas jamais deixou de ser desafiador. Somado à dificulda¬de do trajeto, repleto de subidas e descidas, o calor característico nes¬sa época do ano, deixa a prova ain¬da mais complicada.
Para o maratonista Adriano Bas¬tos, que correu inúmeras vezes a SS, inclusive no ano passado como parte da preparação para a Marato¬na de Disney, em janeiro, o percurso atual é bem mais difícil e agressivo que o anterior. "Considero agressi¬vo por causa da forte descida logo no inicio, na região do Pacaembu, no qual o corredor corre o risco de se machucar seriamente. A descida da Consolação no percurso anterior era mais longa, porém mais suave. E é mais difícil porque o trajeto ganhou mais trechos de retornos e curvas, o que quebra o ritmo da prova", comenta Bastos, que este ano não deve encarar os 15 km, mas terá muitos de seus alunos participando.
Se você vai correr a prova, confira aqui 5 dicas especiais do octacam¬ peão da Disney, que podem fazer a diferença na hora H.
1 Não jante tão cedo no dia ante¬rior. Procure comer por volta das 21h30 para manter as reservas de carboidratos por mais tempo até a prova. Acorde com 2h de antecedên¬cia (às 7h) e tome um café da manhã leve. Vá para o local da prova levan¬do uma fruta e uma garrafa de água para se hidratar. Passe protetor so¬lar, leve boné, óculos escuro (se esti¬ver acostumado a usar), pois o calor e o sol estarão fortes nesse horário.
2Não vale a pena ir cedo para a largada e ficar esperando em pé para se posicionar bem. O desgaste de ficar lá parado, esperando, com certeza comprometerá sua prova e de nada adiantará largar lá na frente. Todos os minutos ganhos num bom posicionamento para largar será per¬dido com o cansaço. Chegue ao local com 1h de antecedência ao horário da largada. Se for correr para tempo, quando faltar cerca de 30 minutos para a largada, inicie um trote de aquecimento de pelo menos uns 15 minutos e aí sim tente se posicionar o mais na frente possível para largar. Melhor perder alguns minutos na largada e ganhar muitos no decorrer da prova. Isso vale para o corredor que quer buscar performance. Se estiver na prova apenas para curtir ou usá-la como um treino, uma roda¬gem, não há a menor necessidade de aquecer. Mesmo porque o que vale é o tempo líquido, que só passa a con¬tar depois que se passa pelo pórtico.
3Tenha muito cuidado na lar¬gada. É preciso atenção para não trombar ou tropeçar naqueles que estão ali mais preocupados em aparecer para a câmera da Globo do que em correr. O ideal é tentar se posicionar ao lado de pessoas que estão realmente a fim de correr (mesmo que sejam mais lentos). A "galera" do fundão está lá mais pela festa, muitos caminhando e atrapa¬lhando o ritmo dos demais. Passado o pórtico de largada, tente correr pelas laterais, próximo da guia da calçada, pois a multidão se concen¬tra mais no meio da pista e muitos têm medo de correr próximo à guia, o que acaba gerando um pequeno espaço de passagem entre os corre¬dores e o público na calçada.
4Largue num ritmo confortável ou consciente de que esteja fácil. Ou seja, tente passar o primeiro km num ritmo em torno de 10 a 20 segundos mais lento do que pretende manter durante a prova. Nunca mais forte que isso, pois poderá entrar em fa¬diga logo nos primeiros quilômetros. Não se empolgue com o ritmo dos ou¬tros e muito menos com a forte des¬cida no km 2, que gera um desgaste grande devido ao forte impacto.
5A temida subida da Brigadeiro Luis Antonio é o ponto da prova onde o corredor menos precisa se pre-ocupar. Ela é longa, porém é leve na inclinação. Não é nenhum absurdo como as pessoas imaginam. Nos seus 2,5 km de extensão ela dá uma incli¬nada mais forte apenas nos últimos 400 m e aí já fica plana novamente antes de acessar a Avenida Paulista. O restante do percurso é muito pior e mais pesado que a Brigadeiro, por¬que a prova é cheia de subidas pesa¬das que vão minando os corredores
aos poucos. Por isso, tenha cautela no início, dose o ritmo e comece a correr mais forte somente depois de descer e já estiver na parte plana da Avenida Pacaembu (na altura do km 4). Pou¬par o ritmo neste inicio permitirá que o corredor tenha forças para enfren¬tar todas as subidas que encontrará dali para frente.

ALGUNS DETALHES DO TRAJETO
Mesmo sendo um percurso novo, o paulista Eder Cortinas Camargo muito provavelmente é um dos que mais conhecem os pontos principais do trajeto. O corredor organiza simu¬lados no percurso desde 2006. Só no atual já foram seis vezes. "Fazemos sempre na mesma data, nos feriados de 12 de outubro e de 2 e 15 de no¬vembro. Para participar basta levar 1 litro de leite, que é revertido para doação", conta Eder, que chega a reu¬nir nos simulados mais de 100 pesso¬as. As dicas que ele dá para os corre¬dores que participam dos simulados ele compartilhou conosco. Confira!
COMEÇO EM DESCIDA: Logo no co¬meço da prova, na descida do túnel (Túnel José Roberto Fanganiello Melhem), tome cuidado para não tro¬peçar e fique atento principalmente aos olhos de gatos que há na pista. Logo depois vem a descida mais for¬te da prova, da Rua Major Natanael. Nessa o atleta tem que tomar muito cuidado, já ela é bem inclinada. E re-dobre atenção se estiver chovendo ou o piso estiver molhado.
GUARDE ENERGIA PARA O FINAL: A subida mais difícil que você vai en¬contrar é a do Viaduto Pacaembu. O corredor que não está tão bem pre¬parado não deve forçar nessa hora. Depois vem uma reta de 2 km e na sequência outro viaduto, o Rudge Ramos, um das partes mais compli¬cadas do percurso, pois ele é longo e na sequencia já vem o começo da Avenida Rio Branco, que começa com uma pequena subida. O melhor é as¬sumir um ritmo confortável para não sofrer mais tarde.
A SUBIDA DA BRIGADEIRO: A Brigadei¬ro pode assustar um pouco logo que se chega nela, porque é muito longa e não se consegue ver o final. Pense nela em duas partes: uma mais fácil, que vai do começo até o Viaduto 13 de Maio, e outra depois, quando ela começa a ficar mais íngreme. Muitos a temem antes de enfrentá-la e aí já começam derrotados. Quando estiver começando a subi-la, foque sua men¬te lá em cima, na Avenida Paulista.
OS 400 METROS FINAIS: Logo que finalizar a Brigadeiro, vai virar à direita e presenciar muita gente torcendo nesse final. Nesses 400 metros finais o corredor volta a ter força nas pernas. É a hora de sen¬tir orgulho da conquista que vai vir dali a poucos metros. É o momento de lembrar de todos os treinos e as dificuldades que passou para estar ali. Você venceu o desafio!

PONTOS TURÍSTICOS NO PERCURSO
O trajeto passa por vários pontos turísticos de São Paulo, como o Estádio do Paca¬embu logo no começo da prova. Para quem não é da cidade, uma dica: dentro dele há o Museu do Futebol, que vale uma visita. Depois do Pacaembu, os corredores passam pelo Memorial da América Latina, também um lugar bacana para conhecer. Na Avenida Rio Branco, você vai passar pela estátua do Marechal Deodoro da Fon¬seca. O Centro de São Paulo é com certeza um dos trechos mais bonitos e interes-santes da prova, como o Largo do Arouche, o Teatro Municipal e o Viaduto do Chá, de onde dá para ver o Vale do Anhangabaú.

DICAS PARA QUEM É DE FORA
Para quem não conhece São Paulo e vai ficar alguns dias a mais na cidade, o melhor lugar para correr é sem dúvida nenhuma o Parque do Ibirapuera, um dos cartões postais da cidade. Uma boa opção principalmente para quem estiver hospedado nas imediações da Paulista. Dê uma volta no circuito de 3 km, que beira uma parte do lago, ou mesmo no trajeto de 6 km, conhecido como a "Volta da Grade" e que tem vários pontos de água pelo caminho.
Para comer em São Paulo você não terá nenhum tipo de problema. A região da Paulista, onde acontece a prova, oferece inúmeros restaurantes para todos os gos¬tos e paladares, dos mais simples aos mais sofisticados. Mesmo que não for ao Parque do Ibirapuera para correr, vale dar um pulinho ali para ver o espetáculo das fontes no lago e toda a iluminação noturna de Natal nas árvores. Para quem gos¬ta de museu, além do de Futebol, a cidade apresenta vários outros interessantes, como o da Língua Portuguesa, o MASP e a Pinacoteca do Estado.
Como qualquer cidade grande, é preciso muita atenção com a segurança. Não facilite deixando dinheiro e objetos de valor, como máquina fotográficas e celula¬res, à mostra, e não descuide das malas e bolsas nas rodoviárias, aeroportos e restaurantes. Nesta época do ano, a cidade está bem vazia, o que facilita bastante a locomoção. Você consegue se virar bem de metrô e os táxis podem ser uma boa também para se locomover, uma vez que serão dias de pouco trânsito.

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