Especial admin 12 de outubro de 2014 (0) (238)

Corrida na pele

Tem quem goste, e tem quem abomine a ideia de fazer uma tatuagem – seja qual for a estampa. Mas o fato é que cada vez mais pessoas têm marcado a pele como uma declaração de amor à corrida, como uma homenagem, uma lembrança, um sentimento de orgulho ou uma forma de motivação. Quem faz, adora contar sua versão, explicando os motivos que o levaram a escolher aquele desenho. Conheça a seguir algumas inspiradoras tatuagens e suas histórias.

Para nunca parar de correr
A nutricionista Betina Balletta, 31 anos, de São Paulo, corre há 14 anos. Já fez duas tatuagens carregadas de significados. A primeira, no punho, é a silhueta de uma menina (ela própria) correndo. A outra, que pega o ombro e o braço, é La Catrina (que na cultura popular mexicana é a representação humorística do esqueleto de uma dama da alta sociedade) e algumas flores.
POR QUÊ? "Sempre corri. Mas no ano de 2011 trabalhei em uma empresa em que a jornada exigia que eu ficasse mais de 12 horas por dia na rua, visitando clientes. Por isso acabei me tornando sedentária nesse período, o que me deixou extremamente infeliz. No ano seguinte virei autônoma e voltei a correr. Foi quando prometi a mim mesma que nunca mais pararia. A tatuagem no pulso serviu como um marco da minha decisão. A tattoo maior eu já pensava em fazer desde quando me iniciei na corrida. Sempre disse que faria minha primeira maratona após os 30 anos e celebraria fechando com o desenho de uma Catrina – nasci no Dia de Finados e essa figura típica do México representa a data com grandes festas. Como no ano passado estreei em maratona, fiz a Uphill Marathon, na Serra do Rio do Rastro (SC), realizei a tão sonhada tatuagem."

Número da superação
Corredor há quatro anos, o defensor público Dante Gontijo, 29 anos, de Belo Horizonte, tatuou o número 26.2 (distância em milhas de uma maratona) na parte de trás da perna, próximo ao tornozelo.
POR QUÊ? "Fiz em 25 de janeiro de 2014, para celebrar um bom período de maratonas – corri Porto Alegre e Buenos Aires no ano passado. Saí de uma situação de sobrepeso e me tornei maratonista, completando a prova em 3h33. Isso para mim foi uma grande superação. Toda vez que vejo minha tatuagem, sinto orgulho de ser corredor. É uma espécie de marca de identificação, que só quem corre entende."

Celebração à vida
A servidora pública Lilian Voltz, de 29 anos, de Santa Cruz do Sul (RS), não deixa dúvidas de sua paixão pelo esporte. Tem quatro tatuagens: a frase "Running is Life" (Corrida é Vida) no antebraço; a frase "Love Run" (Amo Correr) na nuca; o desenho de uma mulher correndo com batimentos cardíacos próximo ao pulso; e 40 esportes desenhados em volta do braço.
POR QUÊ? "Dei meus primeiros passos na corrida há oito anos, quando tive uma depressão que parecia não ter fim. Foi no esporte que encontrei meu santo remédio. Desde então faço treinos diários. É a melhor hora do meu dia, se tornou minha paixão, minha alegria de viver. As tatuagens foram uma das coisas mais certas que já fiz. Pretendo chegar aos 90 anos, no mínimo, praticando corrida. Afinal, devo minha vida a ela!"

Homenagem ao atletismo
Aos 18 anos, o estudante Saulo Pânfilo Almeida, de Barbalha (CE), é um grande entusiasta do esporte que começou a praticar ainda garoto. Sua tatuagem – um corredor – fica na panturrilha direita.
POR QUÊ? "Coloquei a corrida literalmente no corpo. Fiz o desenho em homenagem ao atletismo, esporte que só me traz alegrias! No ano passado, por exemplo, ganhei o Campeonato Norte-Nordeste Caixa Juvenil, em Fortaleza, nos 10.000 metros, com o tempo de 33:17. Além disso, o esporte afasta o mau humor, me dá saúde e me traz amigos verdadeiros para a vida toda."

Força para continuar
Corredora há cinco anos, a gerente comercial Adriana Teodoro Santos, 40 anos, de São Paulo, desenhou uma garota correndo no tornozelo.
POR QUÊ? "A tatuagem foi feita em 2011 para compartilhar a paixão que sinto pelo esporte e o orgulho que tenho em ser corredora. E sempre que eu olho a tattoo parece que minhas forças se renovam, especialmente para continuar um treino difícil ou uma prova."

Nascida para correr
A enfermeira Carol Nascimento, 34 anos, também de São Paulo, foi fisgada pela corrida há apenas um ano. Mas a paixão foi tão forte que já mereceu uma marca eterna. Ela tatuou uma corredora em cada panturrilha, com a clássica frase "no pain, no gain" (sem dor, sem ganho).
POR QUÊ? "Sempre que posso e a temperatura permite, corro de sainha para deixá-las em evidência, faço questão de mostrá-la para todos os meus amigos. Resolvi fazer, pois desde meu primeiro treino percebi que ‘nasci para correr'. E já estou pensando em uma próxima!"

Marca de uma vida
Professora de ensino superior da Universidade Federal de Campina Grande (PB), Milena Meira Ramos dos Santos, 33 anos, começou a correr há dois anos para perder peso, após a terceira gravidez. Já tinha outras tatuagens pelo corpo, como os nomes dos filhos, quando no início de 2013 resolveu fazer uma corredora na lateral direita da barriga – desenhada pela própria tatuadora, sua ex-aluna Jade Carneiro.
POR QUÊ? "A corrida, além da dieta, foi a maneira mais eficaz e rápida que encontrei para conseguir entrar em forma. Fui incentivada por meu marido Allan, que é triatleta, a começar a praticar a atividade. Ele mesmo foi quem me levou e me acompanhou em minha primeira competição – uma corrida de 5 km em minha cidade. Minhas tatoos são sempre de coisas que marcam ou marcaram minha vida. E mesmo com pouco tempo de corrida, achei que marcaria a minha vida, o que de fato aconteceu. O esporte me faz muito bem. Apesar de não estar sempre exposta, pelo local em que foi feita, a imagem estampa no meu corpo esse orgulho que sinto em ser corredora."

Parceira de corrida
Foi em 2004, para fugir de uma depressão, que a secretária no consulado britânico Raquel Noronha, 53 anos, do Rio de Janeiro, começou a correr. Logo arrumou uma companhia para seus treinos – a cachorrinha Dodoca, da raça boxer. E é a imagem das duas que está em seu tornozelo direito.
POR QUÊ? "Ela corria comigo todos os dias, sempre me protegia a cada vez que saíamos para correr às cinco da manhã. Quando a Dodoca faleceu no dia 13 de março de 2010, senti que tinha perdido a minha maior companheira. Já havia feito a tatuagem antes de saber que ela tinha câncer, então não foi apenas para homenageá-la após a sua morte. Eu a adorava. E amo essa tatuagem!"

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