Especial admin 14 de janeiro de 2013 (4) (188)

Veteranos da elite continuam nos pódios

Bicampeão da Maratona do Rio (1996/97), o maranhense Elisvaldo Carvalho em breve entrará na lista dos cinquentões. Aos 49 anos o corredor faz parte da seleta lista de atletas que participaram do boom das corridas de rua no Rio de Janeiro, no início da década de 1980. Trinta anos depois, atletas como Elisvaldo Carvalho, Nercy Freitas, Arlete Adão, Genivaldo Rosa e Hilza Freitas estão longe de deixar as corridas de lado e ainda "dão na cabeça" – como muitos atletas gostam de falar – de jovens corredores.

"Elisvaldo é um bom exemplo. Este ano fez os 21 km da Corrida da Ponte em 1h12, venceu as 10 Milhas da Mizuno e ficou em segundo nos 10 km da EcoRun", conta Genivaldo, amigo, patrão e por vezes porta-voz do tímido Elisvaldo, que ficou alguns anos longe dos treinos e das provas por conta de problemas particulares.

"Resolvi apoiar a sua volta e lhe dar uma oportunidade de trabalho em minha loja de tênis. Em troca ele assumiu o compromisso de voltar a treinar e conseguir bons resultados", diz Genivaldo, que fez da sua loja, no bairro do Flamengo, um verdadeiro point de corredores do Rio de Janeiro. Com a autoridade de quem já correu uma maratona em 2h25 e passou muitos anos de sua vida reformando tênis, Genivaldo costuma contar histórias, mostrar revistas, fotos e medalhas a quem entra em sua loja à procura de um tênis. "É um prazer poder correr, receber corredores todos os dias e passar o que sei sobre os tênis. Daí para saborear histórias sobre as corridas é um pulo", completa Genivaldo. Ainda tímido, Elisvaldo segue o caminho do amigo e sente-se à vontade para falar sobre corrida: "Corremos há 30 anos e todos os dias acordamos com a mesma paixão. A de calçar um tênis e sair para correr", diz o corredor, que vive no Rio de Janeiro desde 1975 e tem no currículo vitórias nas maratonas de Brasília e Blumenau.

Histórias também não faltam a Nercy Freitas, campeã da Maratona do Rio em 1988 e tricampeã da Maratona de Blumenau (1994/96/97). A corredora acaba de completar 50 anos e hoje está à frente da equipe de corridas da Embratel. Foram 78 maratonas na carreira, muitas delas, descalça: "Comecei a correr aos 17 anos e até os 30 corri descalça", diz a corredora que, em 1981, venceu, em sua faixa etária, a 1ª Corrida da Ponte Rio-Niterói.

 

ARLETE E DOMICIANO. Com 52 anos, Arlete Soares Adão travou alguns duelos com Nercy e continua na ativa. Com vitórias nas maratonas de Regensburg, Alemanha, em 1990, Buenos Aires, em 1993, e Porto Alegre, em 1995, Arlete é vista com frequência nas provas de rua no Rio, mesmo nas de distâncias mais curtas. Moradora do Flamengo, a corredora é facilmente encontrada nas ruas realizando seus treinos. Segundo Arlete, a mistura de distâncias dentro de uma mesma prova tira um pouco do interesse pelas distâncias maiores e faz com que o número de inscritos nas maratonas não cresça. "Há muito tempo não vemos uma maratona pura. Há sempre provas com distâncias menores junto", resigna-se a corredora, que trabalha como massoterapeuta e, mesmo às voltas com uma escoliose, completou duas maratonas em 2011, em Santiago do Chile (3h13) e em Porto Alegre (3h14).

Quem treina no Aterro do Flamengo não passa uma semana sequer sem encontrar um destes corredores fazendo aquilo a que estão acostumados há pelo menos 30 anos. Mas um deles tem uma responsabilidade que vai além de calçar o tênis e sair para treinar. Aos 58 anos, Domiciana Gomes sempre esteve na elite e beliscava alguns pódios. Hoje seu conhecimento é posto a serviço de muita gente. A treinadora tem uma equipe de alto rendimento, dá aulas num grupo de qualidade de vida e ainda passa sua experiência a jovens do projeto "Atletas do Futuro", no Sesi. "Formei-me em Educação Física aos 52 anos e logo depois fiz pós-graduação. Antes disso eu dava treinamento apenas com base na minha bagagem de atleta. Adoro tudo o que faço, inclusive as minhas corridinhas", conta a treinadora, que está fazendo mestrado e em breve deve passar a ser a treinadora do amigo Elisvaldo Carvalho.

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4 Comments on “Veteranos da elite continuam nos pódios

  1. Bacana saber que corredores veteranos ainda estão correndo muito bem,isso mostra que treinar a apenas treinar faz bem pra saúde e a longividade…

  2. Parabéns equipe dessa maravilhosa revista contra relógio… Essa matéria veio a estimular o que eu achava ter perdido, hoje aos 38 anos e muito acima do peso resolvi voltar a correr, sou um ex atleta da antiga equipe do SPFC que na época tive o prazer de treina com corredores como: José João da Silva e Diamantino Silveira dos Santos entre outros, ja fui privilegiado por te como técnico na época o Prof. Carlos Gomes Ventura… Vou voltar a correr e darei meus resultado a vcs, um grande abraço a todos e mais uma vez PARABÉNS…

  3. vcss sao o orgulho de nos brasileiro valeu

  4. Adorei ler esta matéria pois convivi e convivo algumas vezes com varias destas pessoas citadas acima que são de uma cortesia impar, mesmo eu que sou um corredor que corro prá chegar eles me tratam com muito carinho…agradeço em especial
    a atenção de Genivaldo Rosa que nos trata a todos com uma deferência toda especial, mostrando todo o seu repertório acerca dos tênis que vende.

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