20 de setembro de 2024

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Especial admin 9 de junho de 2011 (2) (68)

Cresce o número de maratonistas no Brasil

O crescimento no número de concluintes se deu em todas as nossas maratonas oficiais no ano passado, da mesma forma que tinha acontecido em 2009, como se pode ver no quadro específico, sem contar que também em provas no exterior tem aumentado a presença de brasileiros, que chegaram a incríveis 599 em Buenos Aires no ano passado!

A novidade do Ranking 2010 foi a não realização da Maratona de Florianópolis e o ingresso da prova de Recife, portanto um fato a lamentar e outro a comemorar. Como se sabe, o Ranking Brasileiro de Maratonistas, elaborado pela Contra-Relógio, considera todas as maratonas oficiais do país, ou seja, que tenham sido assim consideradas pela Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt, especialmente no tocante à medição do percurso. Nesse sentido, valeram para o Ranking os resultados das maratonas de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Recife e Curitiba.

Com base nos 9.456 resultados das 6 provas, foram selecionados todos os que conseguiram ficar dentro do tempo-limite de sua faixa etária, o que totalizou 3.181 registros masculinos e 640 femininos, sendo que muitos entraram na listagem por mais de uma prova. Depois foi feita uma filtragem, para levar em conta apenas o melhor resultado de cada corredor e em função desse critério o número final no Ranking se reduziu a 2.595 homens e 506 mulheres. Portanto, pouco mais de 3 mil maratonistas no país treinam bem para a distância e conseguem ser selecionados para o Ranking Brasileiro montado pela revista, ou 1/3 do total que correu os 42 km no Brasil no ano passado.

Trata-se efetivamente de uma listagem seletiva, publicada no encarte, mas menos rigorosa do que o critério utilizado pela Maratona de Boston, em que para participar é necessário ter resultados meia hora mais rápidos do que os exigidos pela Contra-Relógio (ver quadro), com o detalhe importante de considerarmos sempre os tempos líquidos obtidos em nossas maratonas.

Comparando com o Ranking 2009, houve uma queda de qualidade, uma vez que foram 9.456 concluintes em 2010 no Brasil, contra 8.995 no ano anterior, mas conseguiram entrar na listagem 3.821, praticamente o mesmo número de 2009, quando  foram 3.827. Portanto, mais gente está correndo maratona no país, mas suas marcas estão em média piores, fato que aliás acontece também lá fora. É a conseqüência da popularização da maratona, em que o objetivo para muitos é apenas concluir os 42 km, pouco importando o resultado final. Daí algumas provas no exterior com mais de 30 mil participantes, a maioria chegando depois de 4h30, enquanto há 15 anos esse grupo era minoria.

Dois corredores se destacaram em 2010 por terem participado das 6 maratonas oficiais brasileiras e conseguido índice em todas! Foram eles Elizabete de Jesus Mota (35/39 anos), que entrou no Ranking com seu resultado no Rio (3:25:21), e Ivaltemir Tinil Carrijo (45/49) selecionado pelo tempo em Porto Alegre (3:03:29). Além deles, mais de uma dezena conseguiu índice em 5 provas

A revista continua, assim, a montar o Ranking com base apenas nas provas oficiais brasileiras, visando, por um lado, prestigiar nossas competições, e por outro oferecer condições semelhantes aos corredores do país, já que nem todos podem ou querem participar de provas no exterior. Igualmente ficaria muito difícil a seleção se tomássemos em conta maratonas no estrangeiro, já que com certeza muitos de nossos corredores fizeram provas lá fora que não ficamos sabendo, além daquelas já bem conhecidas.

No total tivemos pouco mais de 10 mil participantes nas 6 maratonas oficiais brasileiras e nas 5 sem percurso aferido (Brasília, Dourados, das Praias em Bertioga, Fortaleza e Teresina), sem contar um pequeno número de cadeirantes e das categorias especiais. Considerando-se que muitos correm mais de uma maratona no país (alguns fizeram quase todas!) pode-se considerar um total de 8 mil maratonistas participando de provas por aqui, e perto de 2 mil que só correm lá fora. Portanto, menos de 10 mil corredores dos 400 ou 500 mil que costumam ingressar em provas no Brasil fazem maratona, mas eles estão crescendo.

O quadro é interessante, devendo ser analisado com cuidado para não levar a conclusões equivocadas. Com base nele, à primeira vista Foz do Iguaçu é a maratona que oferece melhores condições para resultados rápidos, uma vez que 62,2 % dos participantes conseguiu lá marcas para ingresso no Ranking. Na realidade é absolutamente ao contrário, já que essa prova tem o percurso mais duro de todas as 6, além do clima geralmente não ajudar. Então, como se explica o alto percentual? Inúmero são os fatores: a boa premiação nas faixas etárias atrai corredores competitivos e muito bem treinados, para quem os detalhes técnicos da prova pouco importam. O mesmo vale para as maratonas do Recife e de Curitiba.

Além da questão da premiação, por vezes o corredor entra muito melhor preparado numa maratona do que em outra, conseguindo uma marca mais rápida numa prova difícil do que na mais favorável. Um bom exemplo dessa situação é o caso de Anselmo Luiz Souza (65/69 anos) que ingressou no Ranking pelo seu resultado em Foz (3:40:45), enquanto em Porto Alegre tinha conseguido 4:14:35. Aliás, muitos estão no Ranking pelo resultado em Foz do Iguaçu, mesmo tendo feito outras maratonas brasileiras e conseguido índice nelas.

Também são inúmeros os casos de corredores que conseguem marcas muito semelhantes em várias maratonas, mas desta vez ninguém fez exatamente o mesmo resultado, como já aconteceu em anos anteriores. Quem mais se aproximou dessa precisão foi Gilberto Pereira de Souza (40/44) que completou São Paulo em 2:52:22 e depois no Rio marcou 2:52:21.

O baixo índice de ingresso no Ranking por parte dos corredores da MSP é fruto muito mais da falta de condicionamento dos participantes, que entram na prova atraídos pelo apelo da TV, do que pelas condições técnicas da prova, que são um pouco mais favoráveis do que, por exemplo, os participantes encontram em Curitiba, no que se refere a percurso e clima. Talvez a maratona que melhor reflita o critério de ingresso no Ranking seja mesmo Porto Alegre, onde a maioria dos corredores é relativamente bem treinada, o trajeto e a temperatura ajudam, e a conseqüência é que quase a metade consegue entrar na listagem montada pela CR denominada por muitos como a que traz os "maratonistas de verdade".

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2 Comments on “Cresce o número de maratonistas no Brasil

  1. Gostaria de saber quando estará disponível o diploma de conclusão da Maratona/2011 para que eu possa receber.

    O meu tempo foi: 04:06:10

    ————-

    O Diploma de Maratonistas da CR é disponível a partir da edição de janeiro da CR. Se vc for assinante e tiver obtido o índice, receberá o Diploma junto com a revista. Caso não seja, veja as instruções que virão junto com a revista.

    Abs

    Sergio

  2. Olá,

    Eu tenho 40 anos e acabo de correr a Maratona de São Paulo, onde fiz o tempo líquido de 3:47:48, ou seja, desde a minha passagem pela largada, até a passagem pela chegada. Porém considerando o tempo total desde a largada da elite, foi de 3:51:29.

    Diante disso, considerando-se os tempos de cortes para entrar no ranking de maratona, gostaria de saber se vocês levam em consideração o tempo total, ou o tempo líqudo de cada corredor.

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