Especial admin 4 de outubro de 2010 (2) (88)

Ranking brasileiro de maratonistas 2009

Todas as 6 maratonas oficiais brasileiras apresentaram crescimento no ano passado, confirmando a tendência iniciada em 2008, com destaque para Rio e Curitiba. No total, terminaram as maratonas BR (as outras são Florianópolis, São Paulo, Porto Alegre e Foz do Iguaçu) em 2009 o total de 8.995 corredores, contra 8.056 em 2008 e 6.868 em 2007. É um fato muito positivo, que revela o interesse dos corredores em ter o prazer de enfrentar o desafio dos 42,2 km, mas ainda em ritmo mais lento que o crescimento do número de participantes em corridas de menor distância pelo país, nos últimos anos.

Mesmo sem levar em conta os dados exagerados e sem qualquer base real sobre o aumento do número de corredores no Brasil (ver seção Contra-Corrente da edição de outubro passado), existe efetivamente um descompasso entre a participação em provas de pequena distância e especialmente revezamentos, e as maratonas, enquanto nas meias fica-se no meio termo, ou seja, tem havido um aumento razoável nos inscritos.

Dos 8.995 concluintes nas nossas maratonas, 3.827 conseguiram entrar no Ranking elaborado pela revista, ou seja, 42,5%, dado pouco abaixo do ano anterior (47,7%), em parte pela grande "quebra" em Floripa, por conta do péssimo abastecimento, e em Foz e Curitiba, em função do calor.

Como se sabe, para o ingresso no Ranking é necessário fechar uma maratona brasileira oficial dentro dos tempos-limite de cada faixa etária, conforme se pode ver no quadro respectivo. É efetivamente um ranking seletivo, mas acessível a todos que se preparam razoavelmente para enfrentar os 42,2 km, como se constata nos próprios dados apresentados nesta matéria.

A grosso modo, pode-se dizer que pouco mais da metade dos que fizeram maratona no Brasil no ano passado conseguiram entrar para o Ranking elaborado pela CR, uma vez que daqueles 8.995 muitos correram mais do que uma prova (vários fizeram as 6!) e portanto estão repetidos. Daí ser possível estimar-se um número em torno de 7.500 maratonistas no país, que devem ser acrescidos por aqueles que correm maratonas no exterior e que não são poucos. No ano passado foram mais de 1.500, conforme se vê em quadro específico, sendo que provavelmente metade só participe lá fora, para aproveitar as condições climáticas mais favoráveis, para resultados.

Aliás, esse detalhe do clima é na opinião da revista o principal limitador do crescimento no número de maratonistas no Brasil, junto com a grande oferta de ótimas provas de menor distância, "concorrendo' com as de 42 km, e de certa forma desestimulando os corredores a treinar, por alguns meses, para enfrentar uma maratona.

Por essa razão, a CR vem batendo na tecla de que os organizadores de maratonas no Brasil deveriam estabelecer largadas bem cedo, para que os corredores mais lentos não fossem tão prejudicados pela elevação da temperatura durante o dia. Igualmente o evento não afetaria tanto o trânsito da cidade, irritando motoristas e usuários de transporte público, como agora em Curitiba (ver cobertura nesta edição), trazendo uma imagem negativa para a maratona.

 

A SITUAÇÃO DE CADA MARATONA. Uma pergunta que sempre fica é sobre qual seria a melhor maratona brasileira, mas uma resposta objetiva é difícil de ser dada. Para alguns, a melhor é sempre a mais próxima, se possível na cidade em que se mora, para não se ter custos de viagem e hospedagem. Mesmo descartando-se esse "critério", que não deixa de ter sentido, outros aspectos podem ser considerados, como a melhor para resultados rápidos (leia-se temperatura e percurso), a com visual mais bonito, a excelência da organização e também a premiação em dinheiro, no geral e por faixa etária.

É essa variação de interesses que explica a distribuição dos corredores pelas 6 maratonas e também os números de ingresso no Ranking, por vezes um pouco incompreensíveis. A prova mais concorrida continua sendo a de São Paulo, não só porque é nessa capital que está o maior contingente de corredores, como também pelo apelo de ser uma prova televisionada ao vivo pela Globo.

A que mais vem crescendo é a do Rio, com expressiva participação estrangeira, e poderá apresentar números bem maiores este ano, em função de ser em julho e com largada mais cedo. A de Porto Alegre é considerada a melhor para boas marcas, pelo seu percurso quase todo plano e temperatura sempre agradável, além de ótima organização. A de Floripa tem apresentado altos e baixos, com uma falha grosseira no abastecimento no ano passado, estando "meio marcada" pelos maratonistas, o que é uma pena porque tem condições de agradar, pelo seu percurso plano. Curitiba e Foz são bem organizadas, mas a altimetria não ajuda, agravada pelo possível calor, como aconteceu em 2009.

Mas se as condições para resultados rápidos não são encontradas nestas duas últimas maratonas e em Floripa até faltou água, como explicar o alto índice de ingresso no Ranking dos participantes dessas três provas? A razão é simples: elas oferecem boa premiação em dinheiro nas faixas etárias (além de no geral), atraindo grande número de corredores competitivos, que fazem bons tempos mesmo em condições um pouco adversas. Já o percentual baixo em SP é fruto da participação de muita gente sem o devido treinamento, estimulada pelos apelos da TV, o do Rio geralmente conseqüência do calor, enquanto Porto Alegre confirma sua fama de ser a "mais fácil", procurada por aqueles que buscam resultados, se possível que garantam o ingresso no Ranking da CR.

Antes da listagem dos que conseguiram entrar no Ranking fosse "filtrada", para tirar os corredores com mais de um resultado, uma vez que vale apenas o melhor tempo (estamos considerando o resultado líquido, desta vez), o total era de 3.837 homens e mulheres. Depois da limpeza, esses números caíram para 3.030, revelando o grande número de pessoas que fazem mais de uma maratona brasileira.

Dessa forma, entraram efetivamente no Ranking 2009 da CR o total de 3.030 corredores, contra 3.173 em 2008 e 2.724 em 2007.

 

NOMES DIFERENTES DIFICULTAM. Na elaboração do Ranking Brasileiro de Maratonistas, a revista em primeiro lugar seleciona todos aqueles que conseguiram completar dentro dos tempos-limite de cada faixa etária. É então montada uma listagem e realizada nossa apuração, desta vez comparando-se os nomes dos participantes, para que cada um entre no Ranking com seu melhor resultado.

Neste ponto aparece um complicador: alguns corredores fazem várias provas, mas se inscrevem por vezes com nomes não absolutamente iguais, abreviando-os ou só colocando partes. Dessa forma, fica difícil para a CR realizar um trabalho mais preciso, e o resultado é que alguns corredores podem aparecer mais de uma vez no Ranking e consequentemente alterando a classificação da faixa etária.

Outro problema decorrente da mesma situação é que a revista por vezes não consegue "encontrar" os assinantes no Ranking (para a elaboração e o envio do Diploma de Maratonista) porque os nomes registrados nas provas não são iguais aos do cadastro de assinante. Por essas razões, solicitamos que em 2010, todos procurem se cadastrar nas maratonas brasileiras sempre com o mesmo nome e melhor ainda se esse nome coincidir com o que aparece na etiqueta do envelope da revista enviada mensalmente. Os assinantes que conseguirem entrar no Ranking e não receberem o Diploma com a edição de janeiro devem procurar a revista por telefone ou e-mail para solicitar o certificado.

 

DESTAQUES DO RANKING. Vários corredores participaram das 6 maratonas oficias brasileiras no ano passado, alguns interessados em vencer o Desafio lançado pelo corredor e assinante da CR, de Florianópolis, Mauricio José Bertuzzi (ver pag. 44).

Mas alguns se superaram, conseguindo nas 6 provas índice para o Ranking Brasileiro de Maratonistas. É um feito e tanto e merece o devido destaque. No feminino, apenas uma corredora, repetindo sua performance de 2008, enquanto no masculino foram 9:

  • Ivani Gomes dos Santos
  • Eduardo José dos Santos
  • Ivaltemir Barros Carrijo
  • José Antunes da Silva
  • José Luiz Scalzer
  • José Scopim
  • José Vilela de Oliveira
  • Mauricio José Bertuzzi
  • Neriovaldo Rodrigues Borges
  • Nilson Paulo de Lima

Alguns corredores tiveram resultados curiosos, como Dione da Silva Ramos (30/34 anos) que obteve a mesma marca (2h38) em Porto Alegre, Rio e Curitiba.

Veja mais:

Evolução anual das maratonas brasileiras

Veja também

2 Comments on “Ranking brasileiro de maratonistas 2009

  1. Preezados, me tornei assinante da Contra Relógio no inicio deste ano. Estou apreciando muito as reportagens e matérias publicas. Parabéns pela objetividade que os assuntos são tratados.
    Gostaria de esclarecer uma dúvida, fiz a Maratona de Santiago no Chile em 3:32hs e a de Porto Alegre em 3:48hs…tenho 50 anos, com estes tempou eu entro no Ranking de Maratonistas Brasileiros ??

  2. Oi Paulo,

    Para você estar listado no ranking basta fazer a maratona abaixo de 4h05, que é a marca para sua faixa etária – 50a 54 ano). Seu nome estará na listagem que sairá em janeiro de 2012, parabéns!
    Se vc for assinante da revista, seu exemplar de janeiro já virá com o Diploma de Maratonista da CR.

    Abs

    Sergio

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