No dia 17 de abril aconteceu a 9ª edição da Maratona de Zurique, que teve como vencedores o queniano John Kyalo Kyui (2:09:59) e a ucraniana Svitlana Stanko (2:33:24). Aparentemente esta prova não é muito procurada pela elite, até porque coincide com as badaladíssimas maratonas de Londres e de Boston. Talvez por conta disso, a de Zurique teve apenas 3.310 concluintes na prova principal, além de 2.600 participantes de uma corrida de revezamento que foi realizada em conjunto.

 Apesar de ser uma maratona pequena, se comparada com as gigantes (Berlim, Nova York, Paris, Chicago etc), a de Zurique possui uma organização de classe mundial, com todas as facilidades e recursos de uma prova verdadeiramente internacional, que contou com representantes de mais de 40 países, inclusive 4 brasileiros: Francis Pereira (3:22:12), José Cardoso (3:44:41), Luis Eduardo Moehlecke (3:56:36) e eu, Maria de Fátima Carvalho (4:02:10).

 Assim, para quem busca uma prova com organização impecável, temperatura perfeita e percurso plano, sem ter que disputar o espaço com dezenas de milhares de outros corredores, eu recomendo que considere seriamente a Maratona de Zurique.

A inscrição para a prova é muito simples, diretamente pela internet, e custa o equivalente a 100 dólares. Outra facilidade é que existem vôos diretos de São Paulo para Zurique a um preço relativamente acessível, pela Swiss Airways. Aliás, a pontualidade suíça começa no vôo que decolou exatamente no horário.

Zurique é uma cidade pequena, com cerca de 300 mil habitantes, mas perfeitamente preparada para receber turistas, e conta com uma grande variedade de hotéis para todos os bolsos. Uma dica é pesquisar no site www.myswitzerland.com mantido pela Switzerland Tourism. A Suiça não requer visto para brasileiros e possui um dos melhores sistemas de transporte público do mundo, que permite que você se desloque do aeroporto para qualquer local da cidade ou mesmo do país.

A entrega do kit – rápida e sem filas – é feita no Saalsporthalle, onde também acontece o jantar de massas e fica a 5 minutos de bonde do local da largada. A feira conta com algumas dezenas de expositores, é relativamente pequena, mas é possível encontrar de tudo sem dificuldades. O kit possui basicamente o número da corrida e o chip, pois a camiseta de "finisher" e a medalha são entregues apenas para quem completa a prova, como deve ser de fato.

 A maratona largou às 8h30 e não é necessário madrugar no local, pois o transporte público funciona até 20 minutos antes da largada. Pude comprovar na prática, pois cheguei pouco depois das 8h00 e posicionei-me com tranquilidade na baia de largada.

 Os primeiros 10 km são feitos nas proximidades da Bürkliplatz, e passamos duas vezes pela largada, o que possibilitou o encontro com os familiares que estavam na torcida. O abastecimento foi perfeito, com o oferecimento de água (garrafas pequenas já abertas), Gatorade, Coca-Cola, frutas, gel e Powerbar. Em todo o percurso tivemos o incentivo da comunidade local ao longo do trajeto, das bandas musicais da cidade formada por senhores e senhoras tocando músicas tradicionais, adolescentes e jovens tocando rock.

A temperatura esteve perfeita e pudemos desfrutar de um ar puro durante toda a maratona; também banheiros bem posicionados na largada e em todo o percurso, absolutamente limpos e com papel, mesmo no final da prova. Diversos postos de cronometragem ao longo do trajeto faziam o controle dos atletas; no final recebemos a medalha e a camiseta, do tamanho certo e sem nenhum atropelo, além de frutas, água e refrigerante.

 Para finalizar, volto ao meu ponto inicial: a Maratona de Zurique oferece um belo percurso plano, temperatura abaixo de 15 graus, sem os atropelos e o estresse das grandes maratonas. É claro que muitos preferem a badalação de Nova York, Londres ou Boston, mas considere Zurique se a sua opção for participar de uma prova internacional sem necessidade de sorteios, sem disputar espaço com 40 mil corredores, e com uma organização impecável.