Os números da violência no trânsito sobem ano após ano no País. Hoje, as vítimas fatais já são superiores, inclusive, às mortes de câncer ou de armas de fogo. A morte por atropelamento do corredor Álvaro Teno, na USP, no mês passado, reforçou essa discussão, que levantamos na Contra-Relógio no editorial deste mês de setembro e na edição de outubro.
Pensando nisso, o blog foi ouvir uma psicóloga, além de corredores e treinadores de diversas cidades brasileiras (Belo Horizonte, Campinas, Cuiabá, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro), para mostrar como é essa difícil relação, mostrando os exemplos positivos e negativos. Assim, nos próximos dias, a partir de hoje, contaremos uma dessas histórias por dia.
Vamos começar essa série com Cuiabá, em uma conversa com o treinador e corredor Fernando Góis, da FG Assessoria Esportiva.
Cuiabá-MT
“Infelizmente, Cuiabá hoje conta com pouquíssimos pontos para treinos de corrida de rua. Há três parques na cidade (Mãe Bonifácia, Massairo Okamura e Zé Bolo Flô) sendo que nenhum tem iluminação noturna, falta policiamento… O que apresenta a melhor estrutura para treinos é o Mãe Bonifácia.
Pistas em funcionamento, atualmente, nenhuma, pois todas foram fechadas para reformas antes e após a Copa do Mundo (a cidade foi uma das 12 sedes do Mundial de futebol entre junho/julho) e até o momento ainda não foram liberadas ao público. Outro local que a população está usando para treinos é em torno da Arena Pantanal, construída para a Copa, sem estrutura nenhuma como banheiros e bebedouros. O projeto de uma pista emborrachada na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) era para antes da Copa e até o momento ninguém sabe quando ficará pronta e nem como irá funcionar.
Nas ruas devemos tomar todo o cuidado, como em quase todas as capitais do Brasil, pois o respeito ao ciclista e corredor é mínimo. Não se tem nenhuma via fechada pelo poder público para treinos no final de semana. Projetos existem, mas até agora nada!
Só nos resta tomar todo o cuidado para treinos em ruas, escolhendo horários e dias de menos tráfego. E procurar percursos mais afastados como estradas de chão e até mesmo Chapada dos Guimarães, distante 65 km de Cuiabá para longões!”
Fernando Góis, treinador da FG Assessoria Esportiva, de Cuibatá-MT
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Olá,
Puxa, Niterói/RJ estava precisando uma reportagem desse tipo. Aqui, a coisa não anda bem “literalmente”.
Abs!!!
Savazoni,
acho importante mencionar as festas que acontecem na USP às 6as feiras e terminam nas manhãs do Sábado, quando vamos correr. Resultado: várias pessoas bêbadas saindo para dirigir, sem qualquer fiscalização (blitz). Num desses finais de semana um sujeito entrou com o seu carro em cima de 3 carros estacionados em frente ao MPA. Neste final de semana (após a festa que teve este garoto desaparecido), uma outra pessoa perdeu o controle do seu carro, bateu na guia em frente à praça do relógio, simplesmente trancou o carro e foi embora.
A USP está cada dia mais perigosa para corrermos.
Abs,
Juliano
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Ótimo complemento, Juliano. Obrigado
Abraço
André