POR TOMAZ LOURENÇO
Todas as nossas maratonas envolvem outras provas de menor distância, para tornar o evento mais grandioso. Dessa forma, as largadas reúnem um bom grupo de corredores, o que garante fotos expressivas, confirmando o sucesso do empreendimento.
Na prática, os maratonistas tem a companhia de muita gente nos primeiros quilômetros, por vezes até os atrapalhando, situação que vai até o quilômetro 21, quando então eles são “abandonados” pelo pessoal da meia, e encaram a segunda parte da maratona, sempre a mais difícil, em pequeno número e em clima de desânimo.
Considerando-se o total de concluintes nas maratonas SP City e Curitiba do ano passado, 12,4 mil e 4,6 mil fizeram a primeira metade dos 42 km nessas duas provas, respectivamente, enquanto na segunda eles ficaram restritos a apenas 3,8 mil e 2,3 mil maratonistas.
Uma proposta que deveria ser considerada pelos organizadores seria a divisão da meia-maratona em duas partes, ou seja, com duas largadas, uma saindo com a maratona e a outra largando na marca dos 21,1 km. Dessa maneira, os maratonistas teriam companhia por todos os 42 km, inclusive de amigos, colegas de treino, familiares, tornando a prova mais agradável e estimulante.
Também para os inscritos na meia seria interessante, porque decidiriam entre começar logo cedo, ou mais tarde, com tranquilidade. Além disso, atualmente os que correm 21 km ficam horas depois esperando os dos 42 km, quando poderiam ter uma interação muito mais legal.
Esta sugestão não vale para 3 de nossas principais maratonas, que neste ano estarão realizando os 21 km no sábado e os 42 km no domingo, e que são as do Rio, Porto Alegre e Floripa. Mas para as demais é absolutamente viável, com a vantagem para os organizadores de que teriam mais inscritos (nas duas distâncias), sempre a principal meta deles.
Entre as que seriam especialmente beneficiadas pelas duas largadas da meia está a São Paulo City (FOTO DE ABERTURA), que tem um percurso com algumas subidas na primeira parte e praticamente todo plano na segunda. Assim, as pessoas poderiam escolher entre estar de madrugada na concentração para sair com os maratonistas (a partir das 6 horas), ou começar com calma na marca dos 21,1 km, a partir das 8 horas.
Mas para as outras os benefícios aos participantes se repetem, sem necessidade de grandes mudanças na estrutura do evento, apenas com espaço na área de chegada da “1ª” meia e da largada da “2ª”, no caso que haja coincidência de marcação, como acontece na de São Paulo e de João Pessoa, por exemplo. Em algumas nem isso seria necessário, porque pouco antes dos 21,1 km há uma saída para o final da atual meia, como em Curitiba e na própria SP City.
Aliás, confirmando que haveria grande receptividade à ideia por parte dos corredores, o site da CR realizou uma pesquisa em relação à mudança na SP City e o resultado foi de 50% para a manutenção das provas e 50% pela mudança na meia-maratona!!!
Vale lembrar que algumas maratonas no exterior já fazem essa divisão, como a de São Francisco (EUA). Também é interessante destacar que muitas provas constatam na prática o aqui proposto, com corredores largando na marca dos 21,1 km, geralmente sem número, para acompanharem amigos. Portanto, para os organizadores seria mais uma fonte de renda, oficializar essas participações.
Qual ou quais de nossas maratonas vão adotar essa estratégia, para tornar o desafio dos 42 km mais interessante e estimulante? E com mais inscritos tanto nos 42 km como nos 21 km, com absoluta certeza!!! Com exceção de Blumenau, que não tem opção de meia, todas as demais poderiam se beneficiar da mudança aqui sugerida, atraindo mais participantes e tornando mais prazeroso o percurso para os maratonistas.
ATENÇÃO: As maratonas que optarem pela proposta ganharão divulgação especial aqui no site e nas redes sociais da CR. Mandem notícias e comentários para tomazloureno1947@gmail.com